Ciência
19/02/2023 às 10:00•2 min de leitura
No litoral sul da França, entre o principado de Mônaco e a cidade de Nice, está localizada a Villa Leopolda. Terceira maior casa do mundo e a mais cara da Europa — não considerando o Palácio de Buckingham —, essa luxuosa mansão já foi o endereço de diferentes pessoas nas últimas décadas e cenário para um filme de Alfred Hitchcock.
Sua história remonta à realeza belga, e a atual casa foi construída entre 1929 e 1931 pelo arquiteto Ogden Codman. Com 19 quartos, 14 banheiros, uma pista de boliche, várias salas de jantar e obras de arte valiosas em seu interior, ela está localizada em uma das áreas mais glamorosas do mundo: a Riviera Francesa.
(Fonte: All That's Interesting)
A história da Villa Leopolda começa em 1902, quando o rei Leopoldo II da Bélgica adquiriu o terreno onde ela está atualmente localizada. O local era usado como casa de veraneio do monarca e foi dada como presente à sua amante, uma prostituta parisiense conhecida como Caroline Lacroix.
Assim como Leopoldo II, Lacroix era pouco popular entre os belgas. Ela recebeu o título de Baronesa Vaughan, e após a morte do rei em 1909, herdou diversos terrenos, entre eles, as terras onde agora fica a Villa Leopolda.
Após a morte do rei em 1909, seu sobrinho, Albert I — que assumiu o trono da Bélgica — expulsou Lacroix da região. A casa foi pouco utilizada e chegou a servir como hospital militar durante a Primeira Guerra Mundial.
A situação só mudou quando o terreno passou para Thérèse Vitali, condessa de Beauchamp. Foi ela quem solicitou as primeiras reformas na propriedade, que serviram como a base para a atual construção. Alguns anos depois, ela vendeu a mansão para o arquiteto americano Ogden Codman, responsável pelo projeto que está lá até hoje.
Ladrão de Casaca (1955). (Fonte: Paramount Pictures/Reprodução)
Em 1929, Codman deu início a um dos seus projetos mais ambiciosos. Ele queria que a mansão se tornasse sua grande obra arquitetônica, com toda a reforma durando dois anos. Foi nessa época que ela recebeu o nome de Villa Leopolda. Porém, o projeto se tornou extremamente caro e, em 1931, Codman precisou alugar a residência para poder conseguir dinheiro.
Com a morte do arquiteto em 1951, a Villa Leopolda passou por vários proprietários. Entre eles, o ex-presidente da Fiat, Gianni Agnelli, e o designer de moda Gianni Versace — nesse período, a mansão também serviu como locação para o filme Ladrão de Casaca, de Alfred Hitchcock. Finalmente, em 1987, a mansão foi adquirida por Edmond e Lily Safra — Edmond era um banqueiro libanês e conheceu Lily ao se mudar com a família para o Brasil.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O casal manteve a residência na Villa Leopolda durante todo o casamento, que teve fim em 1999, quando Edmond faleceu. Em meados dos anos 2000, Lilly deu início a uma negociação para vender a mansão. Quem iria comprar era Mikhail Prokhorov, o segundo homem mais rico da Rússia, que chegou a pagar US$ 53 milhões para dar início ao processo de aquisição.
Porém, com a crise imobiliária de 2008, o russo desistiu da compra. Ele abriu um processo para recuperar o valor investido, mas o dinheiro nunca foi devolvido. Lily Safra acabou doando os US$ 53 milhões para várias instituições de caridade. Ela morou na Villa Leopolda até sua morte, no dia 9 de julho de 2022.