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24/02/2023 às 09:00•2 min de leitura
Depois da vinda do coração de Dom Pedro I ao Brasil, durante a celebração dos 200 anos da Independência, não foram poucas as pessoas que ficaram interessadas no tema. E fique você sabendo que o coração do nosso imperador a ter se tornado um objeto digno de visitação, uma verdadeira atração turística.
Atualmente, espalhados pelo mundo, especialmente na Europa, há muitos corações em exposição, sendo a maioria em igrejas. São exploradores, artistas, clérigos e muitos nobres, que mesmo não pulsando, ainda instigam nossa imaginação. Fique tranquilo e acalme seu coração, não vamos deixá-lo morrer de curiosidade. Confira.
(Fonte: Atlas Obscura/Reprodução)
David Livingstone foi um famoso explorador britânico, um dos principais a investir nas missões em direção à África. Sua atuação fez com que se tornasse uma espécie de herói britânico do final da Era Vitoriana. Durante sua última viagem ao continente africano, em 1873, Livingstone contraiu disenteria e, com o agravamento de seu quadro clínico, acabou falecendo na aldeia de Chief Chitambo, na Zâmbia.
Curiosamente, seus assistentes, querendo devolver o corpo ao país de origem, retiraram o coração e vísceras, que permaneceram na Zâmbia. Assim, no local onde retiraram suas partes, ergueram um obelisco de pedra, onde seus restos retirados, incluindo o coração, foram colocados, como um marco para celebrar sua atuação.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Um dos mais emblemáticos reis da Inglaterra, Ricardo I, conhecido como Ricardo Coração de Leão, foi um monarca conhecido por sua coragem e destreza militar. Sua trajetória ficou marcada por envolvimento em diversos conflitos, mas faleceu de maneira quase estúpida: tomou uma flechada de um camponês, enquanto caminhava sem a proteção de sua armadura.
Seu corpo, assim de muitos outros reis do período, foi enviado para a Abadia de Fontevraud, na França, para ficar próximo ao túmulo de seu pai. No entanto, seu coração foi removido e enviado para a cidade de Rouen. O órgão foi embalsamado e sepultado em um sarcófago, produzido com sua imagem, repousando dentro da Catedral Notre-Dame de Rouen.
Ele foi encontrado durante reformas feitas na igreja, no século XIX. Em virtude de novas reformas sendo feitas, a tumba onde o coração de Ricardo I está só pode ser vista por uma grade.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Igreja dos Santos Vicente e Anastácio fica localizada em Roma. É um lindo monumento de arquitetura barroca, onde nada mais, nada menos que 22 corações de papas residem em urnas de mármore. Os nomes de todos eles ficam listados, à esquerda do altar central da igreja, sendo o papa mais recente a figurar na lista Leão XIII, falecido em 1903.
Até aquele período, era prática comum a separação de órgãos das autoridades máximas da Igreja Católica. A igreja fica do outro lado de onde está localizado a Fontana di Trevi, famoso ponto turístico, e é preciso ficar atento aos seus horários, já que não é um espaço aberto à visitação. Sim, vai ter que assistir à missa para ver os corações.
(Fonte: Voltaire Foundation/Reprodução)
O francês François-Marie Arouet é um dos mais célebres filósofos iluministas. Não reconheceu o nome? Isso porque ele ficou conhecido mesmo por seu pseudônimo: Voltaire. Falecido em maio de 1778, o filósofo foi tratado com muito respeito pelas autoridades francesas. Quem não o tratou tão bem foi a realeza, que desejava guardar pedaços do pensador para si.
O coração, dado ao Marquês de Villette, acabou em uma caixa de metal, e após a morte do nobre retornou às mãos do governo. Napoleão III mandou, então, o escultor Houdun construir uma estátua de Voltaire, posteriormente instalada na Biblioteca Nacional da França. Abaixo dela, foi instalado o coração do filósofo, que pode ser visitado diariamente, com direito a entrada gratuita.