Saúde/bem-estar
25/02/2023 às 12:00•2 min de leitura
Quando um terremoto atinge alguma cidade, como aconteceu no último 6 de fevereiro na Turquia e na Síria, o prejuízo estrutural maior não é no que pode ser reconstruído – como edificações e casas –, mas sim locais históricos de valor inestimável. Uma vez que eles desabam em um monte de entulhos, um capítulo da história é encerrado da pior maneira possível.
Foi isso que aconteceu com o Castelo de Gaziantep, na Turquia, após os dois terremotos de magnitude 7 na Escala Richter que atingiram o país, a 34 km a oeste da cidade de Gaziantep. A queda e séria danificação do castelo de mais de 2 mil anos, e em estado provisório de Patrimônio Mundial da UNESCO, fala também sobre as preocupações com a preservação de locais históricos em uma região que há milhares de anos tem sido uma encruzilhada cultural.
As áreas afetadas pelos terremotos fazem parte de vários impérios antigos, como hitita, persa, grego, romano, bizantino, árabe e otomano.
(Fonte: Mitzo/Shutterstock)
Datado do império hitita, o Castelo de Gaziantep, foi inicialmente erguido para ser um mirante, sendo fortificado durante o Império Romano entre os séculos II e IV d.C., mas expandido para sua forma atual somente no século VI pelo imperador bizantino Justiniano I.
A construção ficou conhecida por sua forma circular incomum, com cerca de 99 metros de diâmetro, e suas 12 torres. Em algum momento da História, ele também foi cercado por um fosso, provavelmente como resistência para as múltiplas tentativas de invasão.
Com renovações e mudanças de regime, o castelo perdeu seu significado militar depois que o império otomano o capturou, em meados de 1516, porém o manteve intacto devido ao seu papel histórico. O local teve um papel crucial de mediação de conflito durante a Guerra da Independência Turca que aconteceu no início do século XX.
(Fonte: Mehmet Akif Parlak/Anadolu Agency/Getty Images)
Conforme o canal de notícias Anadolu, alguns bastiões nas partes leste, sul e sudeste do Castelo de Gaziantep foram destruídos pelo terremoto, lançando destroços por toda a estrada. As grades de ferro ao redor do pátio central estavam espalhadas nas calçadas que o cercam. O muro também desabou, e o resto que se manteve em pé da estrutura histórica apresenta rachaduras severas.
O castelo não foi o único afetado pela catástrofe, o Daily Sabah noticiou que a cúpula e a parede leste da Mesquita Sirvani, que remonta ao século XVII e fica ao lado do castelo, também desabaram parcialmente.
O que aconteceu com o Castelo de Gaziantep é um problema que as autoridades enfrentam na corrida para tentar reduzir a vulnerabilidade dos patrimônios históricos, enquanto os numerosos estudos sobre mitigação de desastres conseguiram apenas beneficiar as populações humanas.
(Fonte: Mehmet Akif Parlak/Anadolu Agency/Getty Images)
Ainda que a recuperação pós-desastre imediata dessas construções seja algo vital para salvá-las, o uso da tecnologia de varredura a laser 3D da CyArk, por exemplo, é a melhor esperança para evitar que esses locais se tornem menos que História para gerações futuras.
Com a digitalização a laser 3D e a fotogrametria, existe a possibilidade de que monumentos danificados possam ser conservados, restaurados ou um dia reconstruídos com precisão à sua antiga glória.
As autoridades acreditam que, embora a tecnologia seja incapaz de substituir a pureza do original, a preservação digital desses locais é um primeiro passo importante na jornada em evitar que pequenas partes da nossa História desapareça para sempre.