Saúde/bem-estar
28/03/2023 às 12:00•3 min de leitura
Quando se trata de rituais, poucas povos são tão cheios deles quanto os britânicos. O ponto máximo disso certamente é a cerimônia de coroação da monarquia, que voltará aos holofotes em maio, quando o rei Carlos III será reconhecido oficialmente como monarca.
Ao longo dos últimos séculos, diferentes objetos compuseram esse ritual, cada um deles carregando simbolismos muito importantes para os britânicos. Vamos olhar mais de perto quais são os principais e entender o que eles representam.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Do conjunto de peças utilizadas na cerimônia de coroação, a Colher da Coroação é a mais antiga, criada no século XII. No ritual de posse oficial do monarca, o objeto é usado para ungir o novo líder do reino com óleo sagrado.
De acordo com pesquisadores, o ritual tem raízes nas cerimônias saxônicas, em que os chefes eram ungidos com óleo de um chifre, semelhante ao ritual descrito na unção do rei Salomão, no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada.
Mesmo que pareça uma peça simples, ela integra a parte mais emblemática e sagrada da coroação, razão pela qual foi utilizada em um momento sem a presença da imprensa na posse da rainha Elizabeth II.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Se você acompanhou o velório da rainha Elizabeth II, pode ter visto a Coroa Imperial do Estado sob seu caixão. Ela é um objeto utilizado pelo monarca após o ritual em que é coroado, no momento em que deixa a Abadia de Westminster.
Fora este momento, é usada apenas em ocasiões especiais e burocráticas, como o início dos trabalhos anuais do Parlamento Britânico. Sua criação visava refletir a ideia de que somente Deus teria autoridade sobre a realeza.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Criada para o rei Carlos II em 1661, a Coroa de Santo Eduardo, toda feita de ouro maciço e cravejada com 444 pedras semipreciosas, é usada apenas no momento da coroação. Nos demais momentos, esta coroa fica em exibição na Torre de Londres.
Ela simboliza o clímax de toda a cerimônia de posse real, entrando em destaque no momento em que o arcebispo de Canterbury coloca a coroa sobre a cabeça do soberano. Sofreu uma tentativa de roubo em 1671, quando o parlamentar Thomas Blood a enfiou sob seu manto, mas foi capturado antes de levá-la.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Nas principais pinturas da história britânica que retratam a monarquia é possível ver os cetros reais, em especial o Cetro do Soberano, integrante de uma longa tradição em que atua como símbolo do ofício.
Na cerimônia de coroação, o arcebispo de Canterbury entrega o cetro ao monarca e profere um discurso em que pede que ele seja misericordioso e protetor com o povo, valorizando os justo e guiando a nação.
Ele foi sendo modificado ao longo dos anos, com diferentes monarcas adaptando seu design. A mais recente mudança ocorreu em 1910, quando George V incluiu o diamante Cullinan I.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O Orbe do Soberano, essa peça da foto acima, foi criado para o rei Carlos II, em 1661. Ele representa a soberania cristã, sendo colocado na mão direita do monarca durante a cerimônia de coroação e, após, devolvido ao altar.
É feito de ouro, com faixas de joias divididas em três partes, cada uma delas representando os continentes conhecidos no momento em que foi criado. Também é entregue ao monarca pelo arcebispo de Canterbury.
(Fonte: Royal Collection Trust/Reprodução)
Criado em 1831, o Anel da Coroação é um símbolo da dignidade do cargo e do monarca que o ocupa. É colocado durante a cerimônia na mão direita do novo Soberano, no mesmo instante em que os cetros são entregues.
É composto de uma safira octogonal, sobreposta por quatro rubis unidos por uma faixa de ouro que forma uma cruz. Na borda, quatorze diamantes circundam a peça. Foi feito para a coroação de Guilherme IV.