Artes/cultura
24/05/2023 às 11:00•4 min de leitura
Você sabia que alguns dos monumentos mais famosos do mundo escondem segredos subterrâneos? De túneis a câmaras, de templos a tesouros, essas passagens ocultas revelam aspectos surpreendentes da história e da cultura de diferentes civilizações. Neste artigo, vamos conhecer sete destes caminhos escondidas e o que eles nos contam sobre as construções que os abrigam.
O Palácio Real de Nápoles, na Itália, foi construído no século XVII e serviu de residência para os reis da dinastia Bourbon. Mas além dos luxuosos salões e jardins, o lugar também possui uma rede de túneis e galerias subterrâneas usadas para fins militares e políticos. Uma dessas passagens liga o palácio ao Teatro San Carlo, permitindo que os membros da realeza assistissem às óperas sem serem vistos pelo público. Outra leva ao mar, facilitando embarcar em navios sem passar pelas ruas da cidade. Estes caminhos foram descobertos em 1975, e podem ser visitados por turistas curiosos atualmente.
O Coliseu é o símbolo de Roma e um dos monumentos mais impressionantes da Antiguidade. Construído no século I d.C., o anfiteatro podia abrigar até 50 mil espectadores que assistiam aos espetáculos de gladiadores, animais selvagens e simulações de batalhas navais. Mas o que acontecia por baixo da arena? Lá existia um complexo sistema de corredores, elevadores e armazéns que era chamado de hipogeu, ou seja, subterrâneo.
Nesse espaço, os guerreiros se preparavam para os combates, os animais eram mantidos em jaulas e os cenários eram montados e desmontados. O ambiente era tão sofisticado que podia fazer surgir na arena leões, elefantes e até água! Ele foi redescoberto no século XIX e hoje pode ser visto parcialmente pelos visitantes do Coliseu.
Teotihuacán é uma das maiores e mais antigas cidades pré-hispânicas da América. Localizada no México, foi fundada por volta do século I a.C. e chegou a ter mais de 100 mil habitantes. Entre as suas construções mais notáveis estão as pirâmides do Sol e da Lua, que dominam a paisagem com seus enormes volumes. Mas o que poucos sabem é que elas escondem túneis e câmaras em seu interior.
Em 1971, uma equipe de arqueólogos descobriu uma entrada secreta na base da Pirâmide do Sol que levava a um túnel de 103 metros de comprimento e terminava em uma câmara circular. Dentro dela, foram encontrados objetos rituais como conchas, jade, obsidiana e ossos humanos. Acredita-se que esse espaço fosse usado para cerimônias religiosas relacionadas ao culto do Sol.
Já na Pirâmide da Lua, outro caminho com 100 metros de comprimento foi descoberto em 1998, sendo explorado por meio de robôs e terminando em mais três câmaras contendo objetos como esculturas, cerâmicas e ossos de animais. Os arqueólogos acreditam que esse espaço era usado para rituais funerários dos governantes.
A Grande Pirâmide de Gizé é a única das sete maravilhas do mundo antigo que ainda está de pé. Construída há cerca de 4.500 anos pelo faraó Quéops, ela tem 146 metros de altura e é composta por mais de 2 milhões de blocos de pedra. Seu interior conta com três câmaras principais: a câmara do rei, a câmara da rainha e a câmara subterrânea. Mas existe também um mistério que intriga os pesquisadores há décadas: um estreito túnel que sai da câmara da rainha e sobe em direção ao exterior da pirâmide.
Essa passagem tem apenas 20 centímetros de largura e altura e foi descoberta em 1872 pelo explorador britânico Waynman Dixon, que conseguiu avançar cerca de 60 metros até encontrar um obstáculo: uma porta de pedra com duas alças de metal.
O que há por trás dessa porta misteriosa ainda é desconhecido, mas algumas hipóteses incluem uma câmara secreta com o tesouro ou o sarcófago do faraó; um dispositivo para ventilar ou resfriar a pirâmide; ou um canal para conectar a construção com as estrelas, conforme a crença dos egípcios antigos. Para tentar desvendar esse enigma, vários robôs foram enviados pelo túnel nas últimas décadas, mas nenhum conseguiu ultrapassar a porta ou encontrar outra saída.
Taposiris Magna é um templo egípcio dedicado à deusa Ísis, localizado na região de Alexandria. Ele foi construído no século III a.C., durante o período helenístico, quando o Egito estava sob o domínio dos gregos. A construção tem uma forma retangular com uma entrada monumental ladeada por duas torres circulares.
Mas o que chama a atenção dos arqueólogos é o que há por baixo do templo: um labirinto de túneis e câmaras que podem guardar segredos históricos, sendo um deles o possível paradeiro dos restos mortais de Cleópatra, a última rainha do Egito antigo, e seu amante Marco Antônio, o general romano que se suicidou após perder uma batalha contra Otaviano.
Segundo uma antiga lenda, os dois teriam sido enterrados juntos em um local secreto próximo a um templo de Ísis e cercado por água. Taposiris Magna se encaixa nessa descrição, pois fica próximo ao lago Mareotis e possui um canal subterrâneo. Além disso, nas escavações realizadas no templo foram encontrados indícios da presença de Cleópatra, como moedas com sua imagem, estátuas de Ísis e uma máscara funerária que pode ter pertencido a Marco Antônio.
Manzana de las Luces é um conjunto arquitetônico histórico localizado no centro de Buenos Aires, na Argentina. O nome significa "Quarteirão das Luzes" e se refere à importância cultural e intelectual do lugar, que abrigou instituições como universidades, bibliotecas e igrejas desde o século XVII.
Mas além dos edifícios históricos, o quarteirão também possui uma rede subterrânea de túneis que datam do período colonial espanhol. Eles foram construídos para fins diversos: defesa militar, transporte de mercadorias, comunicação entre locais religiosos e até fuga de escravos. As galerias têm cerca de dois metros de altura e largura e são feitas de tijolos vermelhos. Alguns trechos estão abertos à visitação pública e permitem conhecer um pouco mais sobre a história oculta da cidade.
Talatal Ghar é um palácio fortificado construído pela dinastia Ahom no século XVII em Assam, na Índia. A construção tem sete andares, dos quais três estão abaixo do solo e são conhecidos como Talatal. Essas áreas subterrâneas eram usadas como depósitos de armas, estábulos e prisões, além de apresentar passagens secretas que levavam a outros palácios e ao rio Dikhow. Algumas delas foram bloqueadas pelos britânicos durante a guerra anglo-birmanesa no século XIX, e atualmente, apenas os dois pisos superiores do palácio estão abertos ao público, enquanto os inferiores permanecem inacessíveis e misteriosos.