Ciência
30/06/2023 às 09:00•2 min de leitura
Enquanto examinavam as ruínas de uma antiga casa em Pompeia, na Itália, um grupo de arqueólogos se deparou com algo completamente curioso: um afresco representando uma antiga "pizza" romana. O edifício onde o artefato foi encontrado também possuía uma padaria anexa.
Pompeia foi uma antiga cidade romana destruída pela erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., mas a ação vulcânica também foi responsável por preservar a cidade em cinzas. Desde então, pesquisadores e arqueólogos se reúnem com frequência na região para descobrir mais sobre como era a vida dos romanos. Veja mais sobre essa história nos próximos parágrafos!
(Fonte: Parque Arqueológico de Pompeia)
Conforme relatado pelos arqueólogos, o afresco descoberto em Pompeia parece representar uma comida tradicional na região — especificamente uma pizza. Do lado direito do artefato, é possível identificar frutas como romãs e tâmaras cobrindo uma travessa. À esquerda, os pesquisadores notaram um pedaço de pão que se mostra bastante similar ao que hoje conhecemos como uma pizza.
A imagem lembra um pão sírio com cobertura, bem parecido a uma pizza moderna, mas apresentando algumas diferenças cruciais. Ao que sabemos, os antigos romanos que viviam em Pompeia não tiveram a chance de desfrutar a deliciosa receita da nossa era, uma vez que tomates e queijo muçarela não faziam parte de suas dietas.
O tomate se originou nas Américas e só foi ser levado para a Europa durante a colonização a partir do século XV. Em vez do molho que cobre as pizzas de hoje em dia, os antigos romanos provavelmente comiam seus pães achatados com um molho semelhante ao pesto feito de manjericão — uma receita tradicional asiática, mas que foi transportada para o continente europeu por meio de antigas rotas comerciais de especiarias.
(Fonte: GettyImages)
Em comunicado oficial, o Parque Arqueológico de Pompeia afirmou que afrescos representando natureza morta, como o da versão rudimentar da pizza, faziam parte de uma tradição chamada Xenia. Eles representavam uma espécie de prática "coração e lar", encorajando sentimentos de hospitalidade para qualquer um que pudesse vislumbrá-los.
Esse tipo de arte surgiu durante o período helenístico da Grécia Antiga. Sendo assim, Xenia é algo bastante comum em todo o Mediterrâneo. Somente em cidades próximas ao Monte Vesúvio, os arqueólogos já encontraram mais de 300 afrescos desse tipo. Além disso, os arqueólogos acreditam que tal arte pode revelar informações importantes sobre a condição socioeconômica daqueles que viviam na antiga casa.
O pão amassado, nos moldes da pizza moderna, era um prato bem simples. Logo, os membros das classes mais baixas tinham o hábito de comer pão sírio como alimento base de suas dietas. Mas isso não quer dizer que membros de classes mais altas não ingeriam esses alimentos — o que faz do pão sírio um ingrediente que transcendia qualquer coisa.
Isso pode ser notado através da própria existência do afresco, o que indica que os donos da casa tinham dinheiro suficiente para pagar uma representação artística de suas refeições.