Ciência
14/07/2023 às 06:30•2 min de leitura
Em julho de 1918, o czar Nicolau II da Rússia, sua esposa Alexandra e seus cinco filhos Olga, Tatiana, Maria, Anastasia e Alexei — além de todos os seus servos — foram assassinados pela revolução bolchevique que tomava conta da Rússia e invadiu a Casa Ipatiev, em Yekaterinburg.
A execução da família imperial Romanov não só foi um evento histórico, mas também mudou completamente os rumos do país para sempre, encerrando uma dinastia que já durava mais de 300 anos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A dinastia Romanov governava a Rússia desde 1613. Fundada por Mikhail Fyodorovich Romanov, todos seus descendentes reinaram a região por pouco mais de três séculos. Porém, a primeira cisão política só foi surgir quando Nicolau II assumiu o trono em 1896 — o que fez com que as rachaduras na hierarquia familiar se tornassem aparentes.
Segundo historiadores, Alexandre III, pai de Nicolau II, teria feito um péssimo trabalho ao preparar seu filho para governar um império, sem contar que havia encorajado o rapaz a governar com autoritarismo. Tendo em mente que Nicolau nunca quis reinar a Rússia, isso abriu portas para que várias decisões contestáveis fossem tomadas.
A pior delas acabou sendo o envolvimento na Guerra Russo-Japonesa, de 1904 a 1905, que culminou na derrota da Rússia. Nesse meio tempo, a população passou a ficar ressentida com o poder detido pelos Romanov, o que só aumentou durante a Primeira Guerra Mundial e terminou na Revolução Russa de 1917.
(Fonte: Wikimedia Commons)
No início de 1917, desde soldados a trabalhadores comuns se uniram para protestar contra a família imperial até que Nicolau fosse forçado a abdicar do trono. No entanto, a queda da dinastia Romanov não acalmou a inquietação dos russos, que ainda buscavam mais mudanças políticas.
Nesse meio tempo, os bolcheviques revolucionários se tornaram populares no país e, liderados por Vladimir Lenin, esperavam trazer mudanças para a Rússia. Os revolucionários tomaram o podem em outubro daquele ano, mas muitas pessoas ainda não apoiavam o novo governo, o que causou uma guerra civil.
Em meio ao caos, a família Romanov inteira foi aprisionada pelos bolcheviques. Contudo, Nicolau II, sua esposa Alexandra e seus cinco filhos não ficariam presos por muito tempo. Os bolcheviques tentaram enviar a família imperial para o Reino Unido em uma tentativa de evitar fuga, mas os britânicos prontamente recusaram os prisioneiros por conta da instabilidade política na Rússia. Logo, as opções estavam escassas.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ao fim de 1917, os bolcheviques enviaram os Romanov para seu destino final, uma mansão fortificada chamada Casa Ipatiev — onde seriam executados. A execução foi planejada por um grupo de revolucionários liderados por Yakov Yurovsky e realizada em julho de 1918.
Entre a noite do dia 16 e a manhã do dia 17 daquele mês, a família imperial foi acordada de seu sono e informada de que mudariam de lugar mais uma vez. Porém, antes de partirem, receberam a ordem de tirar uma foto no porão da Casa Ipatiev, uma medida para impedir os rumores de que haviam escapado.
Sem qualquer tipo de aviso, Yakov Yurovsky e seus homens invadiram o local e informaram a Nicolau II que ele havia sido condenado à morte. Sem entender nada, o ex-líder político do país não teve para onde correr, uma vez que um tiroteio começou instantaneamente.
Em poucos minutos, não só Nicolau foi morto, como toda a sua família. Alexei, o filho mais novo, possuía apenas 13 anos quando foi executado. Como nem todas as vítimas morreram imediatamente, alguns revolucionários usaram baionetas, facas e coronhadas para terminar o serviço. Por fim, os cadáveres da família imperial ainda foram cobertos de ácido e tiveram suas joias e roupas arrancadas antes de serem enterrados em uma mina próxima para que não sobrasse nem sinal da agora extinta monarquia russa.