Estilo de vida
10/02/2024 às 09:00•2 min de leitura
Um fantástico sítio arqueológico localizado nas montanhas dos Andes, no Peru, na região de Cusco, essa construção inca é considerada como um tesouro político, religioso e cultural. Não, não estamos falando de Machu Picchu, mas de sua "irmã mais nova", a cidadela de Choquequirao, a cerca de 40 quilômetros da tradicional cidade do imperador Pachacuti.
Localizada no distrito de Santa Teresa, província de La Convención, Choquequirao fica nos contrafortes da cordilheira de Vilcabamba, a uma altitude de 3.050 metros, quase 600 metros a mais do que Machu Pìcchu — o que é um alerta para visitantes que não são acostumados a grandes altitudes.
Porém, diferentemente da proclamada Cidade Perdida dos Incas, que só em 2022 recebeu mais de um milhão de turistas, Choquequirao é bem mais restrita para o viajante que esteja disposto a explorar os segredos do "berço de ouro", nome da cidade em quíchua.
(Fonte: Getty Images)
Se você quiser visitar Choquequirao, saiba que o complexo de 1,8 mil hectares é o destino ideal para amantes da natureza e da cultura andina, que não desejam se misturar com milhares de visitantes. Porém, visitar a cidadela demanda tempo e esforço, pois é necessário fazer uma caminhada de cerca de 32 quilômetros.
O primeiro passo é voar até o Aeroporto Internacional Alejandro Velasco Astete, em Cusco, e de lá dirigir por várias horas até a cidade de Capuliyoc, na província de Anta. Lá fica o ponto de partida para a trilha que leva ao sítio arqueológico. A maioria dos que se aventuram a conhecer Choquequirao partem dali.
Os moradores do local oferecem serviços de guia para os visitantes e também mulas para transportar malas e equipamentos durante a subida. Entrevistado pela BBC Mundo, o francês Guillaume Flor afirmou que, por ser menor que Machu Picchu, a cidade mantém sua magia. "Quando fomos, não havia mais de dez pessoas em Choquequirao".
(Fonte: Getty Images)
Ainda não se sabe exatamente qual era o papel de Choquequirao dentro do império inca, mas seu difícil acesso inspirou a tese de que a cidadela poderia ter sido um dos últimos redutos da resistência inca aos conquistadores espanhóis nas primeiras décadas do século XVI. O resgate do esquecimento começou em 1993, quando começaram a ser realizadas as primeiras escavações arqueológicas no local
De acordo com o Ministério da Cultura do Peru, foram recuperados até 60% dos remanescentes arquitetônicos descobertos. O local é atualmente apresentado em doze setores aos visitantes, com estruturas e edifícios deixados pelos incas em impressionante bom estado de conservação.
Entre as atrações, destacam-se as Moradias dos Padres, que podem ter sido usadas por sacerdotes incas; seguidas das Casas Principais, com acesso à praça, onde provavelmente moravam os notáveis da comunidade; e os Terraços das Lhamas, presumivelmente usados para criação dos tradicionais camelídeos da região e algumas práticas agrícolas.