Estilo de vida
22/09/2024 às 09:00•3 min de leituraAtualizado em 22/09/2024 às 09:00
Durante a Segunda Guerra Mundial, vários assassinos atuaram nos conflitos de forma extremamente preparada para eliminar membros das nações inimigas. Mas o que nem sempre se fala é que algumas mulheres jovens desempenharam esse papel, cometendo vários assassinatos contra nazistas.
Sem dúvida, havia mais homens que mulheres nesse "papel", o que torna a história dessas assassinas ainda mais impressionantes. São casos de profissionais que usaram a astúcia para atrair soldados para então matá-los, sendo depois reconhecidas por seus feitos.
Freddie Oversteegen foi uma combatente da resistência holandesa que atuou durante a Segunda Guerra Mundial. Seu papel foi realmente inóspito: ela seduzia nazistas e depois os atraía a um local onde seriam assassinados. Por conta disso, foi considerada uma heroína em seu país.
O contexto em que ela atuava era interessante: a Holanda estava militarmente despreparada para lidar com o ataque nazista, mas, mesmo assim conseguiu resistir à ocupação alemã. E um bom exemplo dessa resistência aparecia na atuação de duas irmãs adolescentes: Freddie e Truus Oversteegen.
Freddie era uma moça tímida que se juntou em 1940 à resistência holandesa, quando tinha 14 anos. Para isso, ela teve a autorização da mãe. Ela também foi a primeira do grupo a atrair um soldado nazista em um bar e levá-lo para uma floresta para matá-lo.
Mais tarde, ela declararia ao The Washington Post: "foi trágico e muito difícil e nós choramos sobre isso depois... Isso nunca convém a ninguém, a menos que sejam criminosos de verdade... A gente perde tudo. Isso envenena as coisas bonitas da vida".
Em 2014, Freddie recebeu um medalha de guerra do primeiro-ministro Mark Rutte. Quatro anos depois, ela morreu aos 92 anos.
Truus Menger-Oversteegen era a irmã mais velha de Freddie. Em 1940, ela se juntou ao Conselho de Resistência de Haarlem em 1940. Ao lado de outra militante chamada Hannie Schaft, as três mataram centenas de nazistas – embora não há como verificar totalmente esse número.
Uma história contada sobre ela no The Guardian fala de quando as moças foram enviadas para eliminar um oficial da SS. Truus o atraiu para fora de um restaurante para passear na floresta, enquanto sua irmã Freddie vigiava. Por fim, Hannie o matou, em um verdadeiro trabalho conjunto.
O trio também incendiou um armazém alemão, sabotaram pontes e linhas ferroviárias e esconderam judeus e outros grupos-alvo dos nazistas. Hannie Menger, filha de Truus, declarou ao The Guardian: "por serem três meninas, ninguém as notou".
Truus escreveu em 1998 um livro de memórias e também ganhou uma medalha na Holanda. Ela morreu em 2016 aos 92 anos.
Jannetje Johanna Schaft, também conhecida como "Hannie" Schaft, foi o terceiro membro do trio de assassinas. Ela cresceu em uma família envolvida com política e foi estudar Direito em Amsterdam em 1938. Depois, envolveu-se na Cruz Vermelha quando a Alemanha nazista invadiu a Polônia.
Em seguida, Hannie largou a faculdade por se recusar a declarar lealdade à Alemanha, entrando para a resistência holandesa. Ela teria sido responsável por pelo menos seis ataques, incluindo a morte de um padeiro e um cabeleireiro que colaboravam com os nazistas.
Antes de cada morte, Hannie Schaft se arrumava e se maquiava. Ela acabou sendo capturada e seu corpo foi encontrado mais tarde em uma vala. Hannie se tornou uma lenda na Holanda, ganhando várias ruas com seu nome e um memorial em Haarlem.
Lyudmila Pavlichenko foi uma franco-atiradora soviética a quem é creditada a morte de 309 soldados nazistas – número que pode chegar a 500. Por conta dessa trajetória, ela ficou conhecida como Lady Death.
Ela fez tudo isso sendo que saiu de combate em 1942, ao sofrer um ferimento no rosto com apenas 25 anos. O dano causado por Lyudmila aos nazistas foi tão grande que soldados alemães disseram uma vez: "se a pegarmos, vamos despedaçá-la em 309 pedaços e espalhá-los aos ventos!".
O fato é que Lyudmila Pavlichenko se tornou conhecida como uma das grandes atiradoras de elite do exército. Ela morreu em 1974, quando tinha 58 anos.