Ciência
18/07/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 18/07/2024 às 14:00
Um tipo de fato histórico que costuma gerar curiosidade nas pessoas é como as grandes religiões se espalharam. Por isso, vale entender como a maior de todas elas, o cristianismo, surgiu há cerca de 2 mil anos e, desde então, se espalhou de modo incrível pelo mundo todo.
O fato é que o cristianismo surgiu como uma seita do judaísmo e se tornou, estatisticamente, a principal religião do mundo (com 2,3 bilhões de adeptos pelo mundo) de uma forma que nenhuma outra conseguiu. E a maneira com que isso aconteceu é realmente fascinante.
Há cerca de 2 mil anos, várias pessoas estavam aparecendo na Judeia alegando ser o messias. Mas apenas um deles, Jesus Cristo, conseguiu criar uma seita judaica com seguidores que repetiram sua mensagem, mesmo depois da sua crucificação.
Depois de sua morte, as suas palavras se espalharam rápido como fogo. E isso se deu basicamente por conta da forma com que outros judeus acreditaram nele, resolveram abandonar sua antiga religião e seguiram difundindo e registrando a sua história.
Esses primeiros seguidores foram chamados de apóstolos, e coube a eles (como Pedro e Paulo) levar as histórias de Jesus para Roma e na Europa na década de 50 d.C. Foram eles também que escreveram os textos que iriam integrar o Novo Testamento, a nova parte da Bíblia (o Velho Testamento é o mesmo livro sagrado dos judeus).
Assim, esses novos judeus se afastaram dos anteriores porque acreditavam que Jesus Cristo era o filho enviado por Deus. Por conta disso, resolveram deixar sua antiga fé para trás para fundar uma nova igreja.
Em seguida, os descendentes dos apóstolos se responsabilizaram por espalhar a nova religião depois da morte deles, fortalecendo o cristianismo como uma igreja. O que não quer dizer que eles não tenham sido perseguidos. Na antiga Roma, muitos deles foram queimados ou devorados por feras em grandes espetáculos públicos, que tinham como intuito evitar a expansão da nova religião.
Só que o cristianismo, que pregava a igualdade entre os homens, tinha muito apelo popular e foi logo conquistando mais adeptos. Entre eles, estava o imperador Constantino, que se converteu ao cristianismo e permitiu o culto da religião em todo o império. Em 391 d.C., ela se tornaria a religião oficial em Roma, e as demais religiões pagãs passariam então a ser perseguidas.
A partir do século IV, a igreja cristã ganhava força na Europa e se espalhava em várias cidades. Os patriarcas (como eram chamados os descendentes dos apóstolos) ganharam "cargos", e o de Roma se tornou a autoridade máxima da igreja, passando a ser chamado de Papa.
Surgia então a famosa "Igreja católica apostólica romana". Definiu-se a seguir que essa instituição representaria uma assembleia (que é o sentido original da palavra "igreja") formada por seguidores dos apóstolos de Cristo ("apostólica"), com sua sede central em Roma ("romana"), e que teria como missão espalhar a fé para todo o mundo ("católica" quer dizer universal).
Em 325 d.C., o imperador Constantino promove o Concílio de Niceia, para o qual convidou cerca de 1800 bispos. Esse evento foi importantíssimo para a consolidação de algumas normas e crenças que deveriam nortear a vida e a conduta dos cristãos.
Deste encontro, saíram várias resoluções importantes, como a data em que a Páscoa, que é a mais importante festa do calendário eclesiástico, seria celebrada. Mas é a partir do século V que a igreja se consolidaria em definitivo como a grande instituição religiosa medieval, passando a ser reconhecida como a principal religião do mundo.