Ciência
10/12/2024 às 15:00•2 min de leituraAtualizado em 10/12/2024 às 15:00
Desde domingo (8), a população da Síria acordou com um país politicamente mudado, depois da queda do presidente Bashar al-Assad, e também com uma alteração simbólica: uma nova bandeira. Verde-branca-preta-vermelha, a nova peça de tecido carregada pelos rebeldes na ocupação de Damasco substituiu os onipresentes pôsteres do ex-presidente.
A substituição não ocorreu apenas em nível local. Nesta segunda-feira (9), a bandeira da oposição síria foi também hasteada na embaixada do país em Moscou, justamente a cidade onde o ex-ditador está asilado, conforme registrado por diversas agências de notícias internacionais.
Também na embaixada síria em Atenas, na Grécia, um grupo apoiador dos rebeldes subiu ao telhado e hasteou a nova bandeira, que é uma versão modificada da bandeira da independência usada pela primeira vez em 1932. A polícia deteve quatro pessoas, mas deixou a bandeira hasteada, segundo uma reportagem da Reuters.
A bandeira usada oficialmente pela Síria (a que está sendo usada de fato ainda não foi legitimada, assim como o próprio grupo que expulsou Assad) tem três faixas horizontais, vermelha por cima, branca na do meio e preta na debaixo, e com duas estrelas verdes no centro.
Ela vem sendo usada, desde 30 de março de 1980, quando foi adotada pelo ditador Hafez al-Assad, pai de Bashar, que ficou no poder até 2000, ano de sua morte. Seu design representa a República Árabe Unida, formada pela união do Egito e da Síria entre 1958 e 1961, representados nas duas estrelas verdes centrais, embora a união tenha sido dissolvida depois.
Quanto às cores, o vermelho representa o sangue derramado na revolução pela liberdade dos sírios, o branco anuncia um futuro pacífico e o preto representa a opressão sofrida pelos árabes.
A bandeira adotada pelos rebeldes do HTS tem verde na parte superior, branco no meio e preto na parte inferior da bandeira, com três estrelas vermelhas no meio. Ela é uma versão modificada da bandeira da independência usada pela primeira vez em 1932, quando a Síria conquistou a independência da França.
O "novo" pavilhão nacional usado pelo oposição síria tem um apelo emocional para representar novamente a independência, desta vez de Assad, e isso quer dizer que ela continuará sendo usada, pelo menos por enquanto, como um indicativo de que o país mudou.
Aparentemente, a mudança irá permanecer. O atual primeiro-ministro sírio, Mohammed Ghazi Jalali, já anunciou que o governo estava pronto para "estender a mão" à oposição, ou seja, transferir o poder para um governo de transição.