Ciência
13/12/2024 às 21:00•2 min de leituraAtualizado em 13/12/2024 às 21:00
Durante as escavações, arqueólogos italianos e iranianos encontraram um tabuleiro peculiar em uma tumba na antiga cidade de Shahr-i Sokhta, no Irã, em 1977, datado de aproximadamente 2600 a 2400 a.C. Só tinha um pequeno detalhe: o jogo não veio com um manual de instruções. Por décadas, ficou na categoria “quem sabe um dia a gente descobre”. E parece que esse dia chegou.
Depois de muito quebra-cabeça, comparações e pitacos científicos, pesquisadores finalmente propuseram regras para o jogo. A inspiração veio de outro passatempo milenar: o Jogo Real de Ur, popular na Mesopotâmia naquela mesma época. As regras desse jogo foram descobertas em uma antiga tabuleta cuneiforme e decifradas por Irving Finkel, curador do Museu Britânico.
A pesquisa sugere que o jogo de Shahr-i Sokhta funciona como uma corrida entre dois jogadores. O objetivo? Simples: tirar todas as suas 10 peças do tabuleiro antes do adversário. Mas não se deixe enganar pela simplicidade aparente — o jogo tem seus truques. Peças especiais chamadas blockers entram em cena para atrapalhar o oponente.
Segundo os pesquisadores, essas peças não podem atacar os blockers adversários, mas podem se mover de forma estratégica para bloquear o caminho. "A essência do jogo é a corrida", explicam os autores do estudo. "Os blockers precisam se mover estrategicamente, focando em atrasar o adversário enquanto seus corredores avançam.”
E como toda boa competição, a sorte também tem seu papel. Os movimentos são decididos com o lançamento de dados, e os blockers só podem se mover com números especiais. É uma mistura de estratégia e sorte que deixa o jogo bem dinâmico.
Quer experimentar essa viagem no tempo? A boa notícia é que o jogo foi testado por 50 jogadores experientes, que aprovaram a experiência. Descreveram a dinâmica como uma “versão muito antiga do gamão”, o que dá uma ideia do nível de diversão envolvido.
A regra principal é clara: se uma peça sua for atacada, ela volta para o ponto de partida. Quem conseguir tirar todas as peças do tabuleiro primeiro vence. Mesmo sem garantias de que as regras estão 100% corretas, o jogo está mais vivo do que nunca.
Afinal, como brincam os pesquisadores, quem realmente joga Monopoly exatamente como manda o manual da Hasbro? O importante é que, depois de 4.000 anos, o jogo de Shahr-i Sokhta está pronto para ganhar novas partidas e desafiar mentes modernas.