Análise revela que pode existir muito mais água na Lua do que se pensava

25/07/2017 às 11:413 min de leitura

Pode parecer impossível, mas a Lua, apesar de aparentemente ser completamente seca, contém água — tanto que uma sonda espacial soviética inclusive teria coletado amostras contendo a substância em meados da década de 70. Isso, aliás, do ponto de vista do estabelecimento de bases de apoio para viagens espaciais ou de colônias no satélite, é incrivelmente importante.

O problema é que estimativas realizadas no passado apontaram que a quantidade de água na Lua não passaria de uma parte por milhão, o que significa que abundância não seria o melhor adjetivo para descrever a situação “aquática” no astro. Porém, parece que os cientistas têm novidades!

Mas, antes, como a água foi parar lá?

Segundo Signe Dean, do site Science Alert, a verdade é que ninguém sabe exatamente como a água foi parar na Lua. Além disso, por conta da falta de uma atmosfera mais substancial, da gravidade mais “frouxinha” — comparada com a que temos aqui na Terra — e das duras condições do ambiente lunar, por muito tempo os astrônomos acreditaram que o satélite não poderia reter as moléculas de água em sua superfície.

Você diria que existe água lá? (Wikimedia Commons/Gregory H. Revera)

Entretanto, ao longo dos anos, ficou claro que há água na Lua sim — e os cientistas inclusive pensaram em diversas possibilidades para explicar a sua presença por lá. Uma das ideias surgiu em 2009, depois de a NASA descobrir depósitos de gelo nos polos lunares que provavelmente se formaram há bilhões de anos.

Nesse caso, a explicação seria que esses depósitos teriam sido criados a partir de elementos externos que proporcionaram as condições necessárias para que reações químicas ocorressem na superfície lunar e dessem origem a moléculas de água. Outra explicação seria que os ingredientes necessários para a formação de moléculas de água teriam chegado ao satélite de carona com rochas espaciais — como asteroides e cometas — que colidiram por lá.

Uma das teorias é que a Lua se formou a partir de fragmentos da Terra lançados ao espaço depois de baita colisão (Astrobites)

Ademais, existe ainda a proposta baseada na teoria de que a Lua se formou a partir de grandes fragmentos terrestres lançados em órbita após um planeta com dimensões semelhantes a Marte colidir com a Terra. A água descoberta no satélite seria, portanto, originária do nosso mundo e estaria integrada na própria estrutura lunar.

Novidades

Pois essa última explicação acabou ganhando bastante força nos últimos anos, especialmente depois que as amostras coletadas na Lua durante as diversas missões Apollo foram reanalisadas e revelaram a existência de moléculas de água presas no interior de grãozinhos de poeira lunar trazidos à Terra.

Depósitos vulcânicos sugerem que o magma lunar continha grandes quantidades de água (Universidade Brown/Olga Prilipko Huber)

Mais precisamente, os testes apontaram que esses grãozinhos eram, na realidade, minúsculos fragmentos cristalizados de origem vulcânica, possivelmente formados há uns 100 milhões de anos, na época em que a Lua ainda era geologicamente superativa. E é aqui que o estudo atual, conduzido por cientistas da Universidade Brown, nos EUA, entra em cena.

De acordo com Signe Dean, os pesquisadores examinaram dados de satélite e de mapeamentos realizados na superfície da Lua, assim como os resultados das reanalises das amostras coletadas pela NASA e informações detalhadas sobre as temperaturas na superfície lunar.

As áreas coloridas indicam elevada quantidade de água (Universidade Brown/Milliken lab)

Depois de examinar os dados, os cientistas descobriram que as amostras coletadas pela NASA durante as missões à Lua contendo água não são um caso isolado, e que existem depósitos vulcânicos com grandes quantidades da substância por todo o satélite. Segundo estimaram, alguns desses depósitos se estendem por áreas com milhares de quilômetros quadrados — e a quantidade total de água poderia ser quatro vezes superior à que se calculava.

Os pesquisadores também acreditam que os depósitos foram formados a partir do magma que, originalmente, se encontrava no manto da Lua, mas que foi expelido até a superfície por meio de erupções vulcânicas. Apesar de o estudo não responder (exatamente) como a água foi parar no interior do satélite, as evidências fortemente sugerem que existe uma grande reserva da substância por lá — que poderia, potencialmente, se tornar um importante recurso para futuras missões espaciais.

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