
Estilo de vida
16/08/2019 às 02:00•2 min de leitura
Influenza. Ebola. Marburg. Varíola. Raiva. Todas essas doenças potencialmente letais são provocadas por infecções virais agressivas – e existem muitas outras também bastante perigosas que são transmitidas por vírus, como o sarampo, a hepatite, a febre amarela e a dengue. Entretanto, de acordo com Cynthia Mathew, pesquisadora da Universidade de Canberra, na Austrália, apesar do medo que se tem desses agentes, nem todos são prejudiciais e alguns vírus inclusive podem ajudar a proteger a nossa saúde.
Os vírus, como você deve recordar, são agentes infecciosos que invadem as células do hospedeiro, alteram o seu funcionamento e, a partir delas, liberam partículas virais que acabam contagiando outras células e causando caos no organismo. No entanto, as infecções virais, especialmente as que ocorrem na infância, são necessárias para o correto desenvolvimento e fortalecimento do sistema imunológico. Sem falar que as vacinas – criadas a partir de versões inativas ou modificadas de vírus – permitem que o nosso corpo crie as defesas necessárias contra eventuais doenças.
Além disso, segundo Cinthya, existem vírus que atacam bactérias e inclusive os que destroem outros vírus e, sendo assim, ajudam a combater e uma série de enfermidades. Os bacteriófagos, por exemplo, que costumam “fixar residência” nas membranas mucosas dos sistemas respiratório, digestivo e reprodutivo, atacam apenas bactérias e funcionam como barreira de proteção contra doenças. Aliás, pesquisas sugerem que esses agentes são, na verdade, parte integrante do sistema imunológico e têm como papel ajudar o nosso organismo a prevenir a ocorrência de infecções.
Ainda de acordo com Cinthya, os bacteriófagos inclusive começaram a ser “recrutados” para lutar contra problemas de saúde como a salmonelose, a sepse e a disenteria e, com o aumento das infecções resistentes a antibióticos e outros medicamentos, esse tipo de abordagem vem ganhando importância na área médica. Mas os vírus não são simplesmente introduzidos no organismo e lançados ao ataque!
Os cientistas coletam esses agentes e os modificam para combater doenças – e já existem terapias em que os vírus são alterados geneticamente e programados para encontrar e destruir apenas patógenos específicos. Uma iniciativa, por exemplo, consiste na seleção de determinados agentes virais inativos (um deles seria o que causa o herpes em humanos) que, em conjunto com certos leucócitos, seriam capazes de identificar células infectadas, inclusive cancerígenas.
Essa abordagem ainda está em estudo e precisa ser aprimorada, mas tira proveito de uma das artimanhas usadas pelos vírus para garantir a sua própria sobrevivência – uma tática na qual esses agentes atacam outros patógenos para eliminar a competição e prevenir a deterioração da saúde do hospedeiro. Pois essa técnica poderá ser empregada no futuro para tratar certos tipos de câncer e salvar muitas vidas.
Outra alternativa em desenvolvimento consiste no uso do pegivírus humano – também conhecido como vírus GB-C ou vírus da hepatite G –, que não causa sintomas, mas parece prolongar a expectativa de vida de pacientes infectados com o HIV. Aparentemente, sua presença no organismo reduz a progressão da doença ao bloquear os receptores nas células necessários para que o vírus possa invadi-las, além de promover a liberação de substâncias que fazem com que o sistema imunológico entre em ação.
O fato é que, assim como os avanços científicos provaram que – ao contrário do que se pensava no passado – os nossos corpos dependem da presença de uma variedade de micróbios, bactérias e outros microrganismos para funcionar direitinho, inúmeros estudos vêm demonstrando que o mesmo ocorre com os vírus. E o melhor entendimento de como esse agentes atuam pode dar origem a novas terapias e promover importantes evoluções na área da saúde.
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