
Ciência
31/03/2020 às 02:30•2 min de leitura
Recentemente, compartilhamos via TecMundo uma matéria sobre um estudo que explorava a razão de as mulheres – e fêmeas em geral, especialmente entre os mamíferos – serem mais longevas do que os homens (e machos). Você pode conferir a publicação completa através deste link, mas, nela, contamos que pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, concluíram que, entre outros aspectos, a razão de as meninas viverem mais do que os meninos está nos cromossomos sexuais.
Basicamente, após examinar o DNA de uma variedade de espécies, os cientistas chegaram à explicação de que a longevidade das fêmeas se deve também ao fato de elas contarem com o par idêntico XX (em vez do XY dos machos), que seria menos suscetível a mutações, levando as donas das duplas XX viverem até 17,6 % mais do que os donos das duplas XY. Agora, um novo estudo – desta vez realizado por cientistas da Universidade de Bath, na Inglaterra, e da Universidade de Lyon, na França – aportou novas evidências nesse sentido.
No novo estudo, os pesquisadores examinaram dados demográficos de 101 espécies de mamíferos e, para cada uma delas, fizeram uma estimativa da média de longevidade entre machos e fêmeas. Os cientistas também consideraram o risco de morte em função da idade e seus cálculos apontaram que, em 60% dos casos, elas vivem mais do que eles, e que, em média, a longevidade delas é 18,6% superior à deles – entre os humanos, a longevidade das mulheres seria 7,8% superior à dos homens.
Tendência observada especialmente em mamíferos
O levantamento também revelou que, ademais da questão cromossômica apontada pelo estudo anterior, os níveis mais elevados de andrógenos – hormônios associados com as características masculinas em vertebrados – tornam os machos mais vulneráveis a infecções, o que, por sua vez, pode debilitar o seu sistema imunológico.
Além disso, os “meninos”, além de contarem com indicadores sexuais mais acentuados – como seriam chifres maiores, por exemplo –, têm corpos mais volumosos do que os das fêmeas, e a massa extra exige um maior consumo de alimentos para manter sua necessidade enérgica. Isso, por sua vez, os tornaria mais propensos a sofrer influências negativas em ambientes menos favoráveis, onde as estações do ano oferecem condições mais extremas e existe maior sazonalidade na disponibilidade de comida.
No geral, eles são mais corpulentos do que elas
Outra possibilidade apontada pelo novo estudo é que a longevidade das fêmeas é afetada positivamente quando os machos da mesma espécie participam no cuidado e dão proteção às companheiras e à prole. Os pesquisadores pretendem incluir no estudo animais mantidos em cativeiro – e que não correm o risco de serem atacados por predadores nem precisam competir por comida ou para conseguir parceiros – e verificar se a mesma tendência se mantém.
Ciência explora razão de mulheres viverem mais que os homens via TecMundo