Fósseis dos mais antigos parasitas são encontrados na China

08/06/2020 às 07:002 min de leitura

Um grupo de pesquisadores chineses descobriu, na região de Yunnan, registros ancestrais que podem renovar completamente o estudo das espécies de parasitas. Os fósseis, datados de cerca de 154 milhões de anos, período historicamente conhecido pela explosão cambriana, onde os principais filos do reino animal surgiram em massa e passaram a ocupar o território terrestre, apresentam evidências claras sobre uma antiga relação parasitária, onde vermes se agarravam em conchas de braquiópodes para se alimentar.

Ancestrais dos moluscos bivalves, as espécies mais antigas do filo brachiopoda existiram há cerca de 500 milhões de anos e ocupavam essencialmente ambientes marinhos e costas litorâneas. Apesar de não haver informações comprovando alguma relação ecológica entre os hospedeiros e os vermes encontrados em suas conchas, acredita-se que o estilo de vida séssil do molusco, que estabelecia-se de forma fixa no ambiente, favorecia a alimentação dos parasitas, que aproveitavam o fluxo da água para se alimentar dos restos que chegavam aos braquiópodes.

Os fósseis, pertencentes ao espécime cambriano Neobolus wulongqingensis, possuíam, nas proximidades das reentrâncias das vias alimentares, estruturas muito semelhantes a canudos, caracterizando tubos anormais formados com o tempo que supostamente serviam de abrigo para os vermes interceptarem as sobras alimentares.

(Fonte: Northwest University/Reprodução)(Fonte: Northwest University/Reprodução)

Velho parasita

As relações parasitárias já haviam sido conhecidas há bastante tempo, sendo comumente encontrada em diversos registros fósseis e das mais variadas formas, onde os intrusos utilizam os artifícios e mecanismos que estão à sua disposição para obter seu sustento, seja prejudicando a saúde ou o organismo do hospedeiro, ou habitando as regiões do corpo do animal de forma imperceptível.

O caso do verme dos braquiópodes, além de sustentar a tese de ser o registro ancestral mais antigo de uma relação ecológica do gênero, traz à tona uma curiosa interação entre as espécies, indicando a existência de um verme ladrão, cleptomaníaco, que vive essencialmente às custas de arrancar o alimento de seu hospedeiro, aproveitando-se de um animal indefeso e reduzindo drasticamente a expectativa de vida do molusco.

"Temos centenas de espécimes de braquiópodes - com e sem tubos - que nos permitiram demonstrar estatisticamente, pela primeira vez em um exemplo fóssil cambriano, que um hospedeiro é impactado negativamente por um parasita", esclareceu Timothy Topper, co-autor do estudo.

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