
Estilo de vida
25/06/2020 às 13:00•3 min de leitura
Os universos paralelos chamam atenção de diversos roteiristas de cinema, escritores da literatura e até mesmo os estudiosos da física. Embora pareça ser um elemento da ficção científica, na vida real muita gente desenvolve pesquisas que, de certa forma, apelam para a existência desses universos paralelos.
(Fonte: Pixabay)
Para se ter uma noção, alguns anos atrás, algumas notícias sensacionalistas surgiram na internet, sem nenhuma comprovação científica atestada por um periódico, afirmando que a NASA havia descoberto partículas de um outro universo paralelo, no qual, inclusive, o tempo retrocederia. Essas notícias ainda argumentavam que o universo que conhecemos teria uma espécie de espelho que teria sido refletido ao longo do tempo. Será que os sinais misteriosos vindos da Antártida têm a ver com isso?
Segundo algumas apurações realizadas posteriormente, o tablóide britânico The Daily Star, que inicialmente espalhou as informações, teria se baseado em uma publicação científica lançada em 2018. O artigo é do físico Latham Boyle e de seus colegas, do Instituto Perimeter, no Canadá e data de dezembro de 2018 para a revista científica Physical Review Letters. Nela, os estudiosos propõem o que eles chamam de universo espelho, um reflexo do nosso universo ao longo do tempo.
No entanto, o trabalho de Boyle teria sido interpretado de uma forma incorreta, já que trata-se de uma investigação aprofundada que seria capaz de reescrever um conceito acerca de uma explicação dominante sobre a origem do universo: o Lambda-Cold Dark Matter ou Lambda-Matéria Escura Fria (ΛCDM).
E esse conceito possui duas ideias principais para sua compreensão. A primeira delas afirma que uma energia escura desconhecida pode fazer com que o universo entre em expansão. Mas se essa expansão for revertida no tempo, todo o universo pode ocupar um único ponto no espaço, que seria o Big Bang. Já a segunda ideia, propõe que esse universo seria composto por uma matéria escura invisível, capaz de puxar gravitacionalmente o universo inteiro.
Nesse sentido, a pesquisa de Boyle e seus colegas aprofunda-se nesses elementos para corrigir algumas falhas encontradas no ΛCDM, pensando um pouco além do Big Bang, a principal teoria sobre a criação do universo. Para entender um pouco melhor, observe as ilustrações abaixo:
"Hoje e o começo do tempo", em uma tradução do inglês. (Meghan McCarter/Reprodução)
O universo de hoje seria como o círculo mais amplo e plano, já o ontem seria um círculo um pouco menor e o dia anterior, seria o círculo ainda menor. Agora, imagine que todos esses círculos sejam empilhados. Ao final de um longo período (no caso, o Big Bang) teríamos um cone.
(Meghan McCarter/Reprodução)
O curioso, nesse sentido, é que os telescópios conseguem observar o espaço muito longe e, dessa forma, também o tempo. No entanto, eles não são capazes de visualizar o momento da criação do universo — o ponto mais distante conhecido é o Fundo Cósmico de Microondas (CMB), que se formou cerca de 370.000 anos após o Big Bang. E para conseguir, de alguma maneira, ir mais longe, Boyle e sua equipe resolveram cruzar as linhas.
A hipótese de Boyle faz sentido, justamente, porque essa visão do espaço-tempo tem um Big Bang escondido atrás do CMB. E, dessa forma, caso exista um novo universo exatamente como o que conhecemos, o tempo não iria retroceder, como podemos pensar que aconteça. "Parece ser a extensão mais simples e natural das equações que parecem descrever o universo como o vemos", comentou o pesquisador em entrevista à Live Science, esclarecendo sua tese.
(Meghan McCarter/Reprodução)
E Boyle ainda argumenta que não existem evidências sobre esse universo-espelho realmente existir. Mas para ele, a simetria extra está clara quando o cone é observado e isso ajudaria, inclusive, a compreender algumas possíveis falhas na teoria da simetria de carga que incomoda os físicos há muitos anos. Essa simetria, também conhecida como CPT (carga, paridade e tempo) garante que mesmo que as partículas sejam invertidas elas ainda continuam, em sua essência, as mesmas — e obedecendo às mesmas leis.
O próprio modelo de ΛCDM ainda carece de certezas com relação à simetria da CPT. Mas com o estudo proposto por Boyle, no entanto, a simetria se preserva mesmo com a adição de um segundo cone ao espaço-tempo.
Então, depois de toda essa explicação, por que o boato se espalhou de outra forma? O sensacionalismo esteve à solta! Há quatro anos, um detector de partículas do projeto Antita Impulsiva Transiente Antártica (ANITA) foi capaz de acusar a presença de sinais de alta energia que pareciam vir diretamente do gelo antártico. E essas partículas, no entanto, não deveriam existir.
Os estudos mais recentes buscaram pela compreensão do que poderia ter ocorrido e chegaram à conclusão que o ANITA teria detectado neutrinos estéreis, com um valor estimado em 480 picoelétron-volts (PeV). Mas ainda há muita coisa que não parece fazer muito sentido dentro de todas as hipóteses já levantadas. E para Boyle, sua teoria do universo-espelho ainda tem muito para se estudar. “Meu palpite pessoal é que [a teoria] estando correta ou não, estamos no caminho certo", concluiu ele.
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