Células vitrificadas de vítima do vulcão Vesúvio continuam preservadas

05/10/2020 às 11:002 min de leitura

Um estudo publicado sexta-feira (02) na revista científica PLOS ONE acrescentou um detalhe impressionante a uma pesquisa feita em janeiro deste ano sobre as células cerebrais de uma vítima da erupção do vulcão Vesúvio, na Itália em 79 d.C. Segundo antropólogos da Universidade Federico II de Nápoles, as células não apenas haviam se transformado em vidro, como se mantiveram preservadas. 

Autor da investigação, o antropólogo forense Pier Paolo Petrone afirmou num comunicado à imprensa: “Os resultados do nosso estudo mostram que o processo de vitrificação ocorrido em Herculano, único em seu tipo, congelou as estruturas neuronais desta vítima, preservando-as intactas até hoje”.

A cidade de Herculano

Fonte: Pier Paolo Petrone/Reprodução
Fonte: Pier Paolo Petrone/Reprodução

Há quase 2 mil anos, a erupção do vulcão Vesúvio atingiu, além de Pompeia, também a sua vizinha Herculano. Apesar do terrível cenário de mortes e destruições, a altíssima temperatura, superior a 500ºC, fez com que o material orgânico cerebral fosse preservado, embora transformado em vidro.

No início de 2020, Petrone e sua equipe relataram no Journal of the American Medical Association (JAMA) que o cérebro de um rapaz de 20 anos, vítima da erupção do Vesúvio, havia se transformado em vidro

Posteriormente, em novas investigações, os cientistas utilizaram microscopia eletrônica para analisar mais detalhadamente as células cerebrais da vítima. Descobriram então pequenas estrutura esféricas e outras maiores e tubulares, compatíveis com neurônios e axônios, os “cabos” responsáveis por conduzir impulsos elétricos no cérebro.

Uma estrutura cerebral de 2 mil anos

Fonte: Pier Paolo Petrone/Reprodução
Quarto onde o cérebro preservado foi encontrado (Fonte: Pier Paolo Petrone/Reprodução)

Analisando a composição química da vítima encontrada no Collegium Augustalium, de Herculano, os pesquisadores perceberam que o material é rico em carbono e oxigênio, indicando que ser realmente orgânico. Além disso, confirmaram que as proteínas identificadas são parte de um tecido cerebral humano. 

Em Arqueologia, encontrar tecido cerebral preservado é muito raro. Eventualmente, esse material orgânico é capaz de sobreviver por centenas ou até milhares de anos. Petrone e sua equipe suspeitam que podem ter descoberto parte da medula espinhal e do cerebelo de um homem com quase 2 mil anos.

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