Saúde/bem-estar
22/05/2021 às 05:00•3 min de leitura
As pessoas costumam associar o sistema imunológico aos anticorpos e à resposta do corpo aos vírus, como os da gripe ou da covid-19. Contudo, o trabalho desse sistema vai muito além disso: trata-se de uma rede com vários órgãos e células que atuam em todo o corpo para detectar e neutralizar invasores.
Esses invasores podem ser vírus, é claro, mas também bactérias, vermes e outros agentes patógenos. Até os órgãos transplantados são alvos do sistema imunológico — afinal, não deixam de ser algo estranho no organismo, né? —, de modo que as pessoas precisam tomar remédios para evitar a rejeição. As alergias que algumas pessoas têm também estão relacionadas à resposta imune.
Nesse sentido, a hipersensibilidade do sistema imunológico — quando a uma resposta exagerada — pode ser um problema de saúde, para algumas pessoas. Além disso, existem algumas doenças que podem fazer nossas defesas atuarem contra o próprio organismo, que são as doenças autoimunes — lúpus, diabetes tipo 1, tireoidite de Hashimoto e artrite reumatoide são alguns exemplos. Também existem condições que enfraquecem o sistema imunológico, como a AIDS.
A AIDS, cujo símbolo é uma fita vermelha, afeta o sistema imunológico (Imagem: Pexels)
Essa é uma questão importante, já que a resposta imune vai além dos anticorpos. Na real, há milhões de células em nosso corpo que atuam junto ao sistema imunológico. Mas vamos dar atenção às mais importantes.
Também chamados de glóbulos brancos, os leucócitos podem ser considerados a principal força do sistema imunológico — o batalhão de elite das nossas defesas. Os linfócitos são produzidos pela medula óssea e viajam pelo sangue, combatendo todo tipo de ameaças ao organismo.
Dito isso, algo que muita gente (inclusive eu) não lembra das aulas de biologia é que existem vários tipos de leucócitos. Apenas para citar os mais-mais:
Muita gente se preocupa em ter os "anticorpos" contra a COVID-19, mas observe que essas moléculas são apenas uma parte do sistema imunológico — uma parte essencial, é claro, mas ainda assim uma parte e não o todo.
Os anticorpos são moléculas que não necessariamente matam os invasores, como se costuma pensar, mas contribuem para enfrentá-lo de diversas formas: podem "grudar" neles para impedir que eles entrem nas células, auxiliar na fagocitose, inativar alguma substância tóxica que os invasores produzam, etc.
Os leucócitos e anticorpos viajam pelo sangue (Imagem: Pexels)
Há vários órgãos envolvidos na resposta imune e o mais importante deles é a medula óssea, que produz todos os tipos de glóbulos brancos. Esse é um dos motivos pelos quais a leucemia — nome geral dado aos vários tipos de câncer na medula óssea — é uma doença tão séria. O timo, por sua vez, é uma glândula que fica abaixo do pescoço e ajuda a no amadurecimento dos linfócitos T.
Todo o sistema linfático e os linfonodos (órgãos distribuídos por todo o corpo) também fazem parte dessa resposta imune, "dando jeito" em invasores específicos e filtrando a linfa. O baço, amígdalas e até o apêndice são órgãos que contribuem para a imunidade.
Você sabia que a pele, a córnea (nos olhos) e as membranas que revestem nossos órgãos internos são parte do sistema imunológico? Afinal, elas também impedem que invasores entrem em nosso corpo. Por isso, aliás, que há maior risco de infecções quando temos um corte, por exemplo.
A pele já é uma barreira contra invasores (Imagem: Pexels)
A imunidade costuma ser dividida entre a inata e a adquirida. O primeiro tipo é aquela com que nascemos, que inclui as barreiras físicas, as células que fazem fagocitose e envolvem uma resposta mais generalizada aos invasores.
Já a imunidade adquirida é mais específica — é aí que entram os anticorpos. O ser humano vai desenvolvendo essa imunidade ao longo da vida, conforme se depara com diferentes tipos de patógenos e aprende a atacá-los. Além disso, o organismo tem a chamada "memória imunológica" , que "lembra" de um invasor para atacá-lo com ainda mais força da próxima vez.
É esse mecanismo que faz as vacinas — inclusive a da covid-19 — funcionarem. Isso porque, em resumo, as vacinas "enganam" o sistema imunológico, fazem ele pensar que está sendo invadido e desenvolver uma resposta. Quando você se deparar com o vírus de verdade, a resposta imune já estará prontinha.
A conclusão disso tudo é que devemos manter nosso sistema imunológico forte, com alimentação balanceada, exercícios físicos regulares, boa noite de sono e saúde mental equilibrada, na medida do possível. E, claro, tomar as vacinas disponíveis, incluindo a da covid-19, assim que possível.