Técnica revolucionária resolve desaparecimento de 30 anos nos EUA

23/07/2021 às 12:003 min de leitura

A cidade de Bucklin, nos Estados Unidos, finalmente pode enterrar uma de suas habitantes após 30 anos de investigação. Em junho de 2021, 20 pessoas foram até o cemitério local para sepultar Shawna Beth Garber, uma vítima de assassinato que vinha sendo procurada pela sua família desde que desapareceu em 1990.

Entretanto, só foi possível resolver o caso da moça graças a uma revolução no rastreamento de DNA em casos criminais nos Estados Unidos, o que tem feito o país reduzir consideravelmente uma série de casos arquivados. Por conta disso, mais uma família conseguiu um ponto final para sua história após três décadas.

Irmãos separados

(Fonte: Rob Ringwald/Arquivo Pessoal)(Fonte: Rob Ringwald/Arquivo Pessoal)

Shawna e seu irmão Rob cresceram em uma família problemática. Em entrevista para a BBC, o homem de 56 anos, descreveu sua mãe biológica como uma pessoa "má". Desacostumado a falar sobre a infância, ele ainda sofre com memórias turbulentas e lembra de como sofria abusos físicos quando criança.

Quando ele tinha 7 anos e sua irmã 5, a violência da mãe passou a aumentar. Rob lembra que ele era o alvo da maior parte das agressões, mas sobretudo tem forte memória do dia em que foi separado de sua família. Na época, a responsável pelas crianças chegou a jogar fluído de isqueiro em Shawna e depois colocou fogo nela. 

Isso levou os dois jovens a serem colocados sob cuidados da assistência social e depois enviados para famílias diferentes. Desde então, o menino passou a utilizar o sobrenome Ringwald. A última vez que viu sua irmã foi em seu aniversário de 8 anos, logo após ela sair do hospital. 

Durante a década de 1990, Rob despertou o interesse de reencontrá-la. Lembrava-se de Shawna muito bem, mas também tinha ouvido falar na existência de outros meios-irmãos. Então, decidiu entrar em contato com as autoridades locais para tentar descobrir mais informações sobre o caso. 

Em busca por Shawna

(Fonte: Rob Ringwald/Arquivo Pessoal)(Fonte: Rob Ringwald/Arquivo Pessoal)

Ao falar com a polícia, Rob tomou conhecimento de Danielle Pixler, uma meia-irmã de 48 anos, que também morava no estado do Kansas e com quem formou uma amizade duradoura. Juntos, eles demonstraram forte interesse em descobrir mais informações sobre o passado de Shawna. 

Danielle afirmou à imprensa que chegou a colocar folhetos espalhados pela cidade de Topeka na tentativa de encontrar a meia-irmã que nunca conheceu. Segundo Pixler, ela passou tantas horas buscando no Facebook pela garota desaparecida que algumas pessoas chegaram a achar que ela estava perseguindo-a. 

Porém, sem ter nenhum tipo de lembrança sobre qual seria o sobrenome de Shawna, os dois esbarraram em uma enorme dificuldade para encontrar mais informações. Mesmo com um arquivo próprio sobre o caso, o esforço não estava dando resultados.

O Caso 'Grace Doe'

(Fonte: Rob Ringwald/Arquivo Pessoal)(Fonte: Rob Ringwald/Arquivo Pessoal)

Em dezembro de 1990, as autoridades norte-americanas encontraram o corpo de uma mulher em uma fazenda abandonada no Missouri. De acordo com a autópsia, ela havia sido assassinada e deixada no local por seis semanas. O cadáver tinha sido amarrado com seis cordas e os restos mortais estavam tão decompostos que era difícil encontrar alguém capaz de reconhecê-la.

A polícia chegou a apelidá-la de Grace (Graça, em português), visto que "somente pela graça de Deus alguém descobriria quem ela era". Durante 14 anos, o tenente Mike Hall, vice-xerife do condado de McDonald, não conseguiu coletar nada que mostrasse quem a pessoa era ou sequer o responsável pelo assassinato.

Com o passar do tempo, o caso foi ficando esquecido e entrou para lista de 250 mil assassinatos não resolvidos nos EUA.

Perícia com DNA

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay/Reprodução)

O DNA é usado pela polícia norte-americana desde 1980 para a resolução de crimes, mas as técnicas tradicionais dependem de um banco de dados e têm limitações. Entretanto, em 2018 as autoridades decidiram usar uma técnica inovadora: o DNA coletado passaria a ser combinado com sites de ancestralidade usados para desenhar árvores genealógicas.

Normalmente, esse é um recurso usado por famílias para encontrar entes separados há muito tempo. Através desse método, a polícia desejava encontrar alguém que fosse próximo do assassino — o que já seria um grande salto na investigação. Em 2020, essa técnica seria responsável por solucionar o Caso Grace.

Ponto final

(Fonte: Rob Ringwald/Arquivo Pessoal)(Fonte: Rob Ringwald/Arquivo Pessoal)

Ao analisar o DNA de Grace, as autoridades encontraram o contato de Danielle Pixler. Foi então que ela recebeu uma ligação sobre uma possível irmã que havia sido assassinada e encontrada através de um teste. Após ser convencida pelo Tenente Hall a realizar um exame de DNA, Danielle descobriu que Grace era, de fato, Shawna.

Então, a família decidiu providenciar um funeral. O enterro foi uma mistura de sentimentos para Rob e Danielle, que agora sabiam quem era a irmã e onde vivia, mas que infelizmente teve um desfecho triste. De alguma forma, eles deram um final para a história dela.

A identificação de Shawna é um grande passo para a reabertura do caso. Após as novas informações, a polícia pretende descobrir quais eram os movimentos da mulher antes de morrer ou encontrar outras pessoas que a conheceram quando adulta. Depois, é possível que isso os leve até o criminoso responsável pelo assassinato. 

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