Ciência
15/09/2021 às 10:30•2 min de leitura
Você provavelmente já deve ter ouvido várias vezes que os dinossauros simplesmente sumiram da Terra depois que um asteroide de dimensões colossais se chocou contra o nosso planeta e causou uma série de catástrofes há 66 milhões de anos. Muito bem, mas você sabia que esse asteroide pode ter contribuído para o "sucesso" das cobras?
Isso é o que sugere um estudo divulgado, nesta terça-feira (14), pela respeitadíssima revista científica Nature Communications. Segundo o artigo, algumas espécies de cobra sobreviveram a esse cenário pós-apocalíptico morando embaixo do solo e aguentando muito tempo sem comida — algumas ficaram até 1 ano sem alimento e conseguiram caçar no breu debaixo da terra.
O caos pós-asteroide causou a extinção de 76% das espécies da Terra — o que, é claro, inclui os dinossauros. Acredita-se que alguns mamíferos, sapos, pássaros e peixes também tenham aguentado o impacto, mas as cobras foram as que mais "prosperaram nessa crise".
"Caramba! As cobras vão dominar tudo..." (Imagem: BBC/Reprodução)
O cenário pós-catástrofe permitiu que os seres rastejantes se espalhassem por mais lugares e gerassem muitos filhotes — diversificando, também, a evolução da espécie. Assim, foi desse modo que chegamos às mais de 3 mil espécies de cobras que existem hoje em vários continentes.
De acordo com o artigo, esses períodos após uma extinção em massa dão um "empurrão" no processo evolutivo, tornando-o mais "selvagem, experimental e inovador", nas palavras do cientista Nick Longrich, da Universidade de Bath (Reino Unido), um dos especialistas que participaram da pesquisa. Porém, eventos como esse ocorreram poucas vezes ao longo da história terrestre.
O complicado é que, por mais que as cobras tenham sobrevivido a um asteroide que dizimou mais de três quartos da vida na Terra, algumas espécies estão ameaçadas pela ação humana, o que pode estar causando outro desses raros eventos de extinção em massa.