Artes/cultura
05/11/2021 às 12:00•2 min de leitura
Durante investigações no sítio arqueológico de Tall el-Hammam, local que sediava uma antiga cidade do Oriente Médio há 3,6 mil anos, pesquisadores encontraram fortes evidências de que a região foi atingida por uma rocha espacial gelada a 61 mil km/h e cerca de mil vezes mais poderosa que a bomba atômica de Hiroshima. O estudo indica que a bola de fogo explodiu a aproximadamente 4 km do solo e elevou a temperatura do ar a apavorantes 2 mil ºC, trazendo efeitos similares aos ambientados durante a Sodoma bíblica.
Para obter respostas conclusivas sobre o evento que dizimou quase 8 mil pessoas na cidade, os estudiosos precisaram de cerca de 15 anos de trabalho árduo no sítio arqueológico, realizando análise de materiais escavados em 10 estados dos Estados Unidos, Canadá e República Tcheca. Segundo artigo publicado no periódico Scientific Reports, as ruínas de Tall el-Hammam estavam dominadas por uma camada escura de carvão, cinzas, tijolos de barro e cerâmicas derretidas, com cerca de 1,5 m de espessura.
A camada de fuligem, chamada de "camada de destruição", foi observada através do software Calculadora de Impacto Online, que modelou cenários a partir da presença de metal derretido e outros fragmentos e permitiu aos pesquisadores uma investigação completa sobre um evento de impacto cósmico, tendo como base fenômenos historicamente conhecidos e outras detonações nucleares.
(Fonte: Science News / Reprodução)
Dessa forma, a pesquisa projetou que a cidade oriental foi alvo de um asteroide menor do que o que levou os dinossauros à extinção, há cerca de 65 milhões de anos. A queda espacial teria deixado não somente rastros de destruição, mas também minúsculos fragmentos de diamantes criados pelas altas pressões e elevadas temperaturas das chamas, e esférulas, ou seja, bolinhas de metal feitas de ferro vaporizado e derretida a quase 1.600 ºC.
O projeto de escavação pode ter dado fim a um mistério perpetuado por décadas. Isso porque todas as evidências, desde a queda do asteroide até a própria geografia da região, que aparentemente tornou-se infértil após o Mar Morto receber um alto nível de salinização derivado dos destroços, apontam que o cenário é um registro claro da história da Sodoma bíblica.
O Livro Sagrado conta que a cidade de Sodoma foi destruída por Deus em 1700 a.C. como uma punição pelos inúmeros pecados e subversões cometidas contra a moral dos antigos israelitas, incluindo menções a tentativas de estupro de dois anjos. Em pouco tempo, o castigo dos céus lançou pedras e fogo em direção ao centro da cidade, em uma série de eventos fatais acompanhados por terremotos, explosões, relâmpagos, ignição de gás natural e pessoas transformadas em estátuas de sal.
O achado, que permanece inconclusivo, pode indicar o primeiro registro escrito de um evento catastrófico real.