Aprendemos com os erros e a neurociência pode comprovar

16/02/2022 às 04:302 min de leitura

Cometer erros é uma atitude comum a todos os seres humanos e, nesse contexto, desenvolvemos diversos aprendizados filosóficos sobre a importância de aprender com os erros. Porém, a neurociência foi mais além e determinou que há um aparato neurobiológico destinado à avaliação e armazenamento dos erros.

Somos semânticos. Imagine que o universo e tudo o que está contido nele sejam apenas as mesmas coisas em situações diferentes, o que seria óbvio se analisarmos que toda matéria são átomos e que, quando alterados os constituintes básicos, teremos resultados diferentes.

Os "neurônios dos erros"

Um estudo determinou que esses "neurônios dos erros" estariam localizados no córtex cingulado anterior e na área motora suplementar, ambos na região frontal, conhecida entre outras funções pela avaliação de riscos, por exemplo. Esses neurônios retificadores são ativados quando cometemos um erro e os corrige rapidamente.

A função desempenhada por tais neurônios possibilita um automonitoramento sem um feedback explícito, que se manifesta por meio de ajustes de comportamento. Uma assinatura específica de ondas cerebrais, chamada ERN ou negatividade relacionada ao erro, é detectável no cérebro imediatamente após a falha. Quanto maior o ERN para um determinado desacerto, mais os neurônios de erro disparam. Se a assinatura ERN em todo o cérebro não for visível ou for baixa, o sujeito pode reconhecer que cometeu um erro, mas estará relutante em mudar seu comportamento.

Além disso, a ideia de que "aprendemos com os erros" sugere que joguinhos que estimulem a neuroplasticidade podem ter efeitos positivos sobre o funcionamento cerebral. Aqueles joguinhos de letras e cores em que o texto e a cor são iguais e, em outros casos, a palavra e a coloração são diferentes, podem ser uma boa ginástica para o desempenho desses neurônios.

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Uma maior compreensão sobre esse modo de funcionamento cerebral pode ajudar a desenvolver tratamentos para transtornos como o transtorno obsessivo compulsivo (TOC), que se caracteriza por uma tentativa constante de correção de erros percebidos. Aprendemos com os erros. Portanto, não se penalize tanto com os seus erros, aprenda com eles e aperfeiçoe-se.

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Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neurociência pela Logos University International/City University. É também mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; pós-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neurociência, Neurociência Aplicada à Aprendizagem, Neurociência em Comportamento, Neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil. Conta com especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The Electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA). É bacharel em Neurociência e Psicologia pela Emil Brunner World University (EBWU) e licenciado em Biologia e História pela Faveni do Brasil; tecnólogo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializações em Inteligência Artificial na IBM e Programação em Python na Universidade de São Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontifícia Universidade Católica (PUC).

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