Saúde/bem-estar
19/06/2022 às 07:00•2 min de leitura
Pesquisadores da organização sem fins lucrativos APOPO vêm trabalhando para treinar ratos capazes de entrar em pequenos espaços para encontrar vítimas enterradas em escombros após terremotos. Em comunicado oficial, a líder do projeto, Donna Kean, se mostrou esperançosa com os primeiros resultados.
Para Kean, os roedores são animais de resgate perfeitos para esse tipo de situação, uma vez que são extremamente ágeis e ótimos para se mover em todos os tipos de ambientes diferentes. Além disso, por serem pequenos e flexíveis, eles seriam as criaturas perfeitas para trabalhar na busca e salvamento em situações de terremoto.
(Fonte: Donna Kean/Divulgação)
Em matéria publicada pela People, Kean explicou que treinou sete ratos para usarem mochilas e navegarem por uma série de detritos simulados. Então, os roedores teriam que retornar à base quando ouvissem um bipe emitido pela equipe. Os acessórios carregados pelos animais serão ferramentas úteis no processo de resgate.
Foi através das pequenas bolsas que os cientistas conseguiram introduzir microfones, equipamentos de vídeo e rastreadores de localização — os quais serão usados para identificar as vítimas e facilitar a remoção dos escombros. Quando um dos ratos encontrar alguém preso pelo terremoto, os socorristas humanos poderão se comunicar com o sobrevivente e entrar em ação.
Durante a entrevista, a pesquisadora também rebateu as perguntas sobre a má reputação que os ratos têm entre os seres humanos. "Há um equívoco de que eles são sujos e anti-higiênicos. Eles são bem cuidados com a nossa equipe e também são animais sociáveis", disse Kean.
(Fonte: Donna Kean/Divulgação)
No início, Donna Kean afirmou ter se interessado pelo comportamento dos primatas, mas se viu atraída pela inteligência e capacidade de aprender dos ratos. Atualmente, cerca de 170 roedores estão sendo treinados pelos pesquisadores para cumprir uma enorme gama de tarefas — inclusive detectar minas terrestres e farejar doenças.
A equipe de sete ratos treinados por Kean levou apenas duas semanas para entender quais missões precisariam cumprir. A tendência é que novos testes com os ratos de regaste de terremotos sejam conduzidos. Embora eles só tenham passado por um único exercício de navegação em destroços simulados, os pesquisadores planejam levar os espécimes para a Turquia, uma região propensa a abalos sísmicos.
A APOPO desenvolveu parceria com uma equipe de busca e resgate no país do Oriente Médio e a tendência é que os ratos comecem a aparecer em situações reais. De acordo com estudos, sobreviventes de um terremoto podem sobreviver de alguns dias até semanas em escombros, dependendo da quantidade de ar que têm e se conseguem obter água.
Caso os ratos de Kean tenham eficácia comprovada, o programa se tornaria revolucionário em questão de técnicas de busca e resgate. Mesmo que ainda não tenham conseguido muitas respostas até então, os cientistas têm se mostrado entusiasmados com os resultados promissores vistos até agora e os pequenos roedores parecem estar quase prontos para se tornarem verdadeiros heróis.