Ciência
31/08/2022 às 09:00•2 min de leitura
Em julho deste ano foram comemorados os 53 anos do primeiro pouso na Lua. Desde então, outras seis missões tripuladas foram até o nosso satélite natural novamente. Porém, desde dezembro de 1972, quando a Missão Apollo 17 retornou para a Terra, não foram mais realizadas aterrissagens (ou "alunissagens", no caso) na Lua.
Isso está para mudar com o Programa Artemis. Esta nova fase do programa espacial dos Estados Unidos pretende levar astronautas para a Lua novamente. Esse retorno ao satélite é a primeira etapa de um plano muito mais ambicioso da NASA, que tem como finalidade chegar até Marte.
(Fonte: NASA)
O Programa Artemis está em desenvolvimento desde 2017. Seu nome é uma referência à deusa grega da caça que estava ligada também à Lua. Além disso, segundo a mitologia, Artemis é irmã de Apolo, o que serve para conectar as duas missões com destino à Lua.
Entre os principais objetivos da NASA para o Programa, os principais são desenvolver foguetes e trajes espaciais que poderão ser usados em missões futuras para Marte. O Programa Artemis também é uma das primeiras colaborações em larga escala da NASA com empresas comerciais, como SpaceX e Boeing.
A NASA também espera estabelecer uma base na Lua, assim como uma estação que permanecerá em órbita do satélite (chamado de Portal Lunar), para facilitar outras missões espaciais. Isso deve permitir que, no futuro, astronautas possam permanecer alguns meses na Lua.
Finalmente, a Lua pode contar com depósitos de minerais raros, o que justifica os gastos para a exploração científica e econômica. Vale destacar ainda que a Missão Artemis será a primeira a levar uma mulher e uma pessoa de cor para a Lua.
O foguete do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) da NASA com a espaçonave Orion a bordo. (Fonte: NASA)
O Programa foi dividido inicialmente em três fases. A primeira será uma missão não tripulada que funcionará como um teste do foguete que será usado — Space Launch System (SLS) — e do módulo Orion.
O SLS decolará do Centro Espacial Kennedy na Flórida e, uma vez no espaço, o módulo Orion se desprenderá e viajará para a Lua. Nessa primeira etapa, o módulo permanecerá em órbita por cerca de 42 dias antes de retornar à Terra.
O Artemis 2 será um voo espacial tripulado, que fará a viagem mais longa que um ser humano já teve no espaço. Depois do lançamento do SLS, a tripulação de quatro pessoas voará no módulo Orion para completar um sobrevoo lunar e retornará à Terra. A missão levará entre oito a dez dias e não irá pousar na Lua.
A Missão Artemis 3 levará os astronautas a bordo do módulo Orion, para atracar no Portal Lunar e permanecer no espaço por 30 dias. O sistema de pouso humano levará dois astronautas até o Polo Sul da Lua, uma região ainda não visitada por humanos.
Existem planos para ampliar o Programa, mas tudo dependerá do sucesso dessas três fases iniciais. O plano original era realizar o primeiro pouso tripulado na Lua em 2024, porém atualmente o Programa não prevê que isso aconteça antes de 2026.
(Fonte: NASA)
A NASA está desenvolvendo o projeto do Portal Lunar com parceiros como a Agência Espacial Europeia. Já para as missões tripuladas, foram atualmente escolhidos 18 astronautas, nove homens e nove mulheres.
Em 2020, a NASA lançou uma campanha de recrutamento de novos astronautas. Entre as exigências, cada candidato tinha que ser um cidadão dos EUA e ter pelo menos um mestrado em um campo STEM (ciência, tecnologia, engenharia ou matemática). A equipe completa foi revelada em dezembro de 2020 e o anúncio de quem fará parte da Missão Artemis 2 ainda não foi divulgado.