Ciência
25/10/2022 às 04:00•2 min de leitura
Quando os casais estão tentando ter um bebê, é relativamente comum que eles "torçam" para que o novo rebento venha em um sexo específico. Mas há gente que leva isso muito a sério e já pensou em maneiras de ajudar a natureza a determinar o sexo do seu bebê.
Uma das maneiras mais conhecidas de tentar este objetivo é usar o método Shettles. Mas será que ele funciona? Contamos tudo sobre ele neste texto.
(Fonte: Getty Images)
O método Shettles foi desenvolvido nos Estados Unidos na década de 1960 por um médico chamado Landrum Shettles. Ele levantou uma série de hipóteses acerca da influência dos espermatozoides, do momento da relação sexual, da posição sexual e do pH dos fluidos corporais no sexo do bebê que era gerado em uma cópula.
A teoria por trás de seu método acabou dando ênfase no comportamento dos espermatozoides. Shettles observou em laboratório dos espermatozoides Y (masculinos) e X (femininos) e concluiu que eles tinham diferenças. Os Y seriam mais leves, menores e com cabeças redondas. Já os X seriam mais pesados, maiores e com cabeças ovais.
Isso fez com que o médico chegasse a uma conclusão: aqueles espermatozoides que geram bebês meninos movimentariam-se mais rapidamente do que os que geram meninas. Por outro lado, os espermatozoides masculinos teriam menor longevidade do que os femininos.
Por isso, quem desejasse ter um menino, deveria ter relações sexuais o mais próximo possível da ovulação. Como eles seriam mais ágeis e velozes, estes espermatozoides chegariam mais rápido no óvulo, originando um bebê de sexo masculino.
Por outro lado, para os casais que querem tentar uma menina, o recomendado era ter relações sexuais entre dois a quatro dias antes de ovular. Assim, os espermatozoides mais lentos conseguiriam alcançar o óvulo.
(Fonte: Shutterstock)
Além de estudar os espermatozoides, Shettles fez algumas considerações sobre as condições necessárias para a concepção. Ele acreditava que os espermatozoides masculinos nadavam mais rapidamente em ambientes alcalinos, como no colo do útero e no útero. O esperma feminino, por outro lado, sobreviveria por mais tempo em condições ácidas que ocorriam no canal vaginal.
Novamente, isso fez que ele chegasse a conclusões sobre a relação do sexo do bebê com as posições sexuais. Quem quisesse ter um menino deveria manter relação sexual em uma posição em que o esperma seja depositado o mais próximo possível no colo do útero. Uma sugestão é a mulher sendo penetrada por trás, permitindo um ângulo mais profundo.
O doutor Shettles ainda recomendava que as mulheres fizessem duchas íntimas com bicarbonato de sódio para tornar o ambiente mais alcalino. Isso deveria ser feito antes da relação sexual.
Já quem quer tentar uma menina, precisa fazer tudo ao contrário. As relações sexuais devem começar nos dias após a menstruação e irem até pelo menos 3 dias antes da ovulação. Quanto às posições, era recomendado alguma que fossem mais "superficial", como o tradicional papai e mamãe. Assim, o esperma teria que viajar no ambiente ácido do canal vaginal, favorecendo sua sobrevivência.
Outra recomendação era que a ducha fosse feita com vinagre branco antes de cada relação sexual (vale lembrar que: caso queira usar qualquer uma das ações descritas deste texto, converse antes com o seu médico para evitar problemas).
(Fonte: Raising Children)
O doutor Shettles dizia que o seu método tinha uma taxa de sucesso de 75%. Mas nem todos os pesquisadores concordam.
Um estudo de 1991 refutou algumas alegações do médico. Segundo esta pesquisa, a concepção envolveria outros fatores, como as variações da temperatura corporal basal e o muco.
Já outro estudo de 2001 refutou a ideia de que os espermatozoides X e Y tivessem formatos diferentes, contrariando o que disse o doutor Shettles. De toda forma, se você está tentando um bebê e quer tentar a escolher o sexo do bebê, pode talvez tentar algumas das ideias do famoso médico. Só não vale reclamar se não der certo.