Artes/cultura
28/11/2022 às 08:00•2 min de leitura
Recentemente, arqueólogos que buscam a tumba de Cleópatra desde 2004 encontraram um túnel que reacende a esperanças dos egiptólogos de encontrar o local onde foram enterrados a rainha Cleópatra e seu esposo, Marco Antônio.
O túnel foi encontrado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Santo Domingo, da República Dominicana, enquanto eles escavavam ruínas de um templo na antiga cidade de Taporis Magna. A estrutura, apelidada de “milagre geométrico”, fica a 13 metros de profundidade, é formada por um túnel que se estende por 1.300 metros e possui abertura de 2 metros de altura.
História da mais famosa rainha do Egito pode ser reescrita. (Fonte: Shutterstock)
Como a tumba de Cleópatra nunca foi encontrada, a história sobre ela e seu reinado são baseadas em obras literárias gregas e romanas escritas após a sua morte e que a retrataram de maneira não muito favorável.
Um desses escritos é do grego Plutarco, que escreveu uma biografia de Marco Antônio — general romano que foi marido de Cleópatra. Segundo o autor, quando os romanos invadiram Alexandria, Marco Antônio se suicidou caindo sobre sua própria espada. Duas semanas depois, Cleópatra teria ido ao mausoléu onde seu marido estava enterrado e também teria cometido suicídio.
Infelizmente, nada disso pode ser comprovado até hoje porque parte da cidade de Alexandria foi engolida pelo mar Mediterrâneo após dois terremotos ocorridos entre os anos de 320 e 330 d.C. A descoberta dos túneis em Taporis Magna foi considerada um novo capítulo nessa história porque parte da estrutura está submersa, o que reforça ainda mais a crença de que ele poderia levar à tumba da rainha.
Múmia com língua de ouro está entre os achados da pesquisa. (Fonte: Ancient Origins)
O início dessa pesquisa parece coisa de filme. Quem primeiro obteve a autorização para explorar os templos da região foi a arqueóloga independente Kathleen Martinez, formada em direito, mas que fez mestrado em arqueologia e é apaixonada pela história de Cleópatra. Apesar de ser bastante incomum que arqueólogos independentes recebam autorização para conduzir pesquisas desse porte, Martinez conseguiu convencer o ministro egípcio do Turismo e Antiguidades, Dr. Zahi Hawass.
Hawass concedeu a Kathleen dois meses para que ela explorasse a região de Taporis Magna e dois dias antes do final do seu prazo de exploração, ela conseguiu encontrar duas câmaras escondidas no templo. Após isso, ela voltou para a República Dominicana e convenceu a Universidade de Santo Domingo a investir nas suas pesquisas. Deu certo.
Túneis encontrados pelos pesquisadores. (Fonte: Science Alert)
Além dos túneis, os pesquisadores liderados por Kathleen já encontraram uma múmia com uma língua de ouro e uma necrópole ao estilo greco-romano onde foram encontradas múmias enterradas com o rosto voltado para templo, o que indica que é provável que haja no templo alguém importante enterrado, talvez Cleópatra.