Artes/cultura
13/12/2022 às 08:00•2 min de leitura
Um estudo realizado pela University College London, da Inglaterra, pode ter encontrado referências oficiais a um antigo imperador romano que não aparece em nenhum livro de História. Isso porque um tesouro encontrado no ano de 1713 e preservado até os dias atuais não seria uma falsificação como muitos acreditavam, mas sim artefatos autênticos que mencionam a existência de um nobre conhecido como Esponsiano.
De acordo com um artigo publicado na revista PLOS ONE, as moedas possuem vários indícios de serem verídicas. Após análises, foi determinado que os itens são constituídos de ouro real, chegando a custar até US$ 20 mil por unidade. Além disso, elas têm marcas distintas que sugerem "padrões profundos" de circulação social — algo normalmente associado a unidades monetárias que passaram um longo período em utilização por pessoas, comércios e serviços no geral.
Caso esses aspectos se comprovem, um líder romano identificado apenas como Esponsiano tem chances de ser mais um imperador listado nos anais da história ocidental. Paul Pearson, professor de ciências e principal líder da pesquisa, afirma que a figura oculta governou a Dácia Romana — posto avançado de mineração — "em uma época onde o império estava cercado por guerras civis e as fronteiras foram invadidas por invasores saqueadores".
(Fonte: Paul Pearson - Twitter / Reprodução)
"Descartado por especialistas", Esponsiano aparece cunhado com uma coroa nas moedas e acredita-se ter um papel primordial na história de Roma. O suposto líder estaria vinculado a um território amplamente disputado durante o ano de 260 d.C. e seria o principal "encarregado de manter o controle dos militares e da população civil". Com isso, ele pode ter se autoproclamado imperador — ou "comandante militar supremo" — por defender seu povo e criar uma economia funcional na província.
“Existem outros precedentes de imperadores regionais”, observou Pearson. “Se permitirmos que os líderes romanos se identifiquem, ele era um imperador romano.”
Porém, falsos ou não, Pearson reforça a importância dos achados e os classificam como um pedaço importante da história a ser analisado. “Se as moedas fossem falsas, elas seriam um estudo de caso particularmente interessante sobre falsificação de antiquários”, observou. “Se autênticos, eles teriam um claro interesse histórico.” No momento, os artefatos seguem em análise, bem como a procedência sobre o nome "desaparecido" dos livros e da bibliografia ocidental.