Estilo de vida
23/01/2023 às 12:00•2 min de leitura
Apesar do mercado de automóveis ter se adaptado rapidamente nos últimos anos para receber mais sistemas de prevenção de colisão (CASs) em veículos recém lançados, como radares e softwares de direção autônoma, a navegação noturna segue sendo um segmento bastante incerto e particularmente perigoso.
Estudos mostram que 50% de todas as mortes no trânsito ocorrem depois que o sol já se pôs. Sabendo disso, muitos pesquisadores estão tentando desenvolver CASs cada vez mais complexos e a mais nova inspiração pode soar um tanto quanto curiosa: o cérebro de insetos. Entenda como esse mecanismo conseguiria melhorar a segurança de todos nas estradas!
(Fonte: Shutterstock)
Uma nova pesquisa feita pela Universidade de Penn State, dos Estados Unido, traz uma visão ampliada sobre a maneira que insetos como gafanhotos e moscas caseiras fornecem a principal inspiração por trás das novas programações de prevenção de colisões. Atualmente, muitos sistemas dependem da análise de imagens em tempo real dos arredores de um carro para funcionar.
No entanto, a precisão dessas tecnologias é severamente afetada em condições de pouca luz ou chuva. O LiDAR, que determina a distância que um determinado objeto está de um automóvel, é um exemplo de equipamento que demonstra esse problema. Segundo o estudo, a ideia seria tentar coletar mais informações sobre como os insetos evitam esbarrar uns nos outros quando estão voando.
Para isso, essas criaturas usam circuitos neurais comparativamente simples, mas altamente eficientes em temos de energia para evitar obstáculos enquanto navegam. Levando isso em consideração, os pesquisadores da Penn State criaram um novo algoritmo baseado no cérebro desses bichos, que depende de uma única variável para reagir: a intensidade do farol do carro.
(Fonte: Shutterstock)
Além de essa ser potencialmente uma tecnologia que seria muito mais eficiente em viagens noturnas, os pesquisadores ressaltam que esse dispositivo seria muito menor dos que atualmente existem no mercado e com um consumo de energia pequeno. O "memtransistor", como foi apelidado, é composto de dissulfeto de molibdênio e precisa de pouquíssima energia para operar corretamente.
Os primeiros testes realizados em cenários noturnos na vida real mostraram pouco ou nenhum sacrifício na capacidade do veículo de detectar possíveis colisões. Quando instalado, o circuito inspirado no cérebro dos insetos alerta os motoristas sobre possíveis acidentes entre dois carros com uma antecedência de dois ou três segundos.
Isso poderia ser usado para dar tempo suficiente aos condutores para corrigir o curso conforme necessário e evitar maiores problemas. De acordo com os responsáveis pelo projeto, a aplicação futura desse novo CAS poderá oferecer protocolos de segurança para viagens noturnas muito menos volumosos e mais eficientes em termos de energia.
Entretanto, é preciso ressaltar que toda essa nova tecnologia ainda está em fase de testes e deve demorar mais um tempo até que se torne uma realidade no mercado de automóveis. Portanto, por enquanto só nos resta prestar o máximo de atenção enquanto estivermos atrás de um volante.