Qual é a verdadeira idade do planeta Terra?

11/02/2023 às 11:002 min de leitura

Apesar dos inúmeros avanços científicos nos estudos do Sistema Solar e da Terra, pouco se sabe sobre a era em que nasceu nosso planeta natal. Enquanto há um consenso sobre uma vida estimada em aproximadamente 4,6 bilhões de anos, grupos de cientistas concentram seus esforços para aprofundar pesquisas na área e buscar esclarecer, com maior assertividade, as histórias sobre o nascimento dos corpos celestes no cosmos.

Evidências recentes indicam que a Terra nasceu em um mar espacial ao redor de um sol recém-formado. Durante esses primeiros milhões de anos do que hoje é conhecido como Sistema Solar, gás e poeira estavam substancialmente espalhados pela dimensão, e se reuniram a outros tipos de partículas e rochas espaciais em colisões praticamente intermináveis, moldando a galáxia a partir da criação de corpos ainda maiores que os originais.

(Fonte: NASA/Earth Observatory/Reprodução)(Fonte: NASA/Earth Observatory/Reprodução)

O professor de geologia Thomas Lapen, que preside o departamento de ciências atmosféricas e terrestres da Universidade de Houston, Estados Unidos, acredita que o nascimento da Terra foi tardio e teve relação direta com os primeiros vestígios da Lua. Enquanto outros planetas já estavam com suas composições de núcleo, manto e crosta definidas, nosso globo passava por um processo de diferenciação e teria chegado, até mesmo, a colidir com um corpo pequeno em seu estágio "proto", gerando detritos que logo se fundiriam com o satélite natural.

Isso teria "reiniciado" as propriedades do planeta, com um espesso oceano de magma cobrindo a Terra e gerando o sistema atual. Apesar desse longo processo de formação, minerais mais antigos permaneceram e, por meio de técnicas de datação radiométrica — medição de urânio —, serviram para revelar uma idade aproximada de 4,4 bilhões de anos. Como o registro da rocha “seria obliterado pelo evento de formação da lua”, o sistema Terra-Lua teria surgido um pouco antes em relação ao estimado.

Como o estudo da Lua impulsiona as pesquisas de datação

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Compreender o papel da Lua e sua contribuição para o Sistema Solar é imprescindível para calcular, com maior exatidão, o tempo de vida da Terra. Assim como nosso planeta, o satélite também ficou coberto por um oceano de magma em sua juventude e fornece, atualmente, indícios — via fragmentos de zircônio — de sua formação, como havia sido registrado durante a missão Apollo 14, iniciada em janeiro de 1971.

“Se o 'nascimento da Terra' é definido como o tempo de formação do primeiro núcleo proto-Terra ou protoplaneta que finalmente cresceu por acreção para formar a Terra atual”, diz Lapen, “então talvez isso tenha ocorrido há tanto tempo quanto a idade de [Erg Chech 002].” Vale lembrar que Erg Chech 002 é a rocha espacial mais antiga conhecida e pode estar relacionada ao protoplaneta primitivo do sistema solar primitivo, existente em uma época em que o corpo estava em estágio semelhante ao da Terra em sua concepção — cerca de 4,565 bilhões de anos.

“Quanto mais para trás olhamos, muitas vezes as coisas menos precisas são por causa das lacunas no registro. É um período de tempo relativamente curto, onde muitas coisas aconteceram – houve o impacto, tudo teve que coalescer, esfriar e se diferenciar em corpos rochosos resistentes que têm núcleo, manto e crosta”, conclui o professor. Segundo ele, os próximos passos serão estudos aplicados em mais rochas lunares com tecnologias modernas, a fim de obter medições mais precisas e restringir os dados supostos.

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