Ciência
19/02/2023 às 11:00•2 min de leitura
Dias cada vez mais quentes, geleiras derretendo, incêndios graves queimando tudo em seu caminho,... Fica cada vez mais claro que, embora ainda haja quem duvide, o aquecimento global é real e vem causando mudanças climáticas que ameaçam o futuro do planeta.
Essas alterações no clima impactam a vida na Terra de diferentes formas, com algumas espécies sentindo uma pancada muito maior do que outras — e cientistas já estimam quais animais devem sobreviver às transformações nos padrões climáticos e de temperatura em todo o globo.
(Fonte: Unsplash)
Em um relatório da World Wildlife Fund (WWF) liberado no ano passado, a instituição reportou um declínio de quase 70% na quantidade relativa de espécies monitoradas desde o ano de 1970. A razão para tamanha redução reside, na verdade, em dois aspectos: as mudanças climáticas e a destruição de habitat, ambos causados por seres humanos.
O documento afirma ainda que cerca de 1 milhão de espécies agora correm perigo de serem extintas em um futuro próximo, sugerindo a possibilidade de estarmos enfrentando a sexta extinção em massa do planeta. O aumento da temperatura da Terra resulta em mudanças no clima que, por sua vez, alteram o ambiente do qual dependem incontáveis vidas que pouco (ou nada) podem fazer para se salvar.
Esta verdadeira luta pela sobrevivência, na qual alguns seres vão simplesmente desaparecer enquanto outros se adaptam à nova realidade, resultou em um fenômeno que vem sendo descrito por cientistas como os "vencedores e perdedores das mudanças climáticas."
Segundo um estudo liderado por Giovanni Strona, pesquisador da Comissão Europeia, caso as emissões de carbono na atmosfera sejam mantidas em níveis intermediários, cerca de 20% da biodiversidade vertebrada do planeta deve desaparecer. A pesquisa, publicada no ano passado no periódico Science Advances, aponta que a situação pode piorar ainda mais se os níveis dessas emissões forem maiores, chegando à extinção de quase 30% de seres vertebrados existentes hoje na Terra.
(Fonte: Unsplash)
Os dados publicados mostram que as mudanças climáticas podem causar um efeito cascata, fazendo com que diversas espécies sejam extintas em consequência do desaparecimento de outros animais — a chamada coextinção. Como parte do estudo, cientistas montaram simulações da vida no planeta com dados referentes a mais de 15 mil cadeias alimentares encontradas na natureza.
Os resultados mostraram um verdadeiro "efeito dominó," com animais sendo extintos, por exemplo, porque suas presas já não existem mais ou sua quantidade diminuiu consideravelmente. Porém, os pesquisadores descobriram outra informação interessante nos dados coletados: espécies maiores ou em níveis mais altosda cadeia alimentar devem sofrer mais com mudanças ambientais.
Portanto, conforme os dados revelados pelo estudo, provavelmente animais menores como roedores e insetos devem se adaptar mais facilmente às alterações no clima, que deve apresentar temperaturas cada vez mais altas. Um dos fatores identificados pelos pesquisadores foi a velocidade de reprodução, que é muito mais lenta em espécies maiores — enquanto ratos, por exemplo, se reproduzem muito mais rápido.
Já seres de porte maior, como elefantes, devem sentir muito mais a pancada em consequência do aquecimento global. Quem também deve sofrer são os bichos que dependem demais de características do ambiente, como os que vivem em locais muito frios ou em recifes de corais, correndo risco de serem extintos com a elevação da temperatura do planeta.