Estilo de vida
14/03/2023 às 09:01•3 min de leitura
Nascido nos Estados Unidos, Linus Pauling não foi um cientista qualquer, mas um dos mais importantes de todos os tempos, algo potencializado por seus dois prêmios Nobel. Importante frisar: em diferentes categorias, sem a necessidade de dividir as láureas com outros nomes. Pauling, que era químico, recebeu o Nobel de Química em 1954, e o Nobel da Paz, em 1962.
Enquanto sua primeira distinção teve ligação com a ciência, a premiação pela paz está relacionada ao ativismo do cientista contra os testes nucleares. Falecido em 1994, deixou um legado gigantesco. Foram mais de 1200 artigos e livros publicados, que lhe renderam o posto de um dos pais da química quântica e da biologia molecular. Conheça mais a seu respeito.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Quando pensar em Linus Pauling tenha em mente a imagem de um cientista pioneiro. Isso porque suas contribuições aos campos da química quântica e da biologia molecular foram extremamente significativas para as áreas.
Na química quântica, Pauling revolucionou a forma como cientistas entendem o comportamento de átomos e moléculas. Já no caso da biologia molecular, ele descobriu a estrutura alfa-hélice das proteínas, que se tornou o fundamento sob o qual se desenvolveu a bioquímica moderna.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Ao longo da década de 1950, Linus Pauling entraria em contato de maneira mais incisiva com o movimento antinuclear, que se opunha ao uso de tecnologia nuclear nos diferentes ramos da vida humana - e com forte apego à indústria bélica. Por conta de seu ativismo, o químico norte-americano acabou sendo rotulado como comunista. O macartismo, atingiu em cheio o cientista.
A repressão fez com que severas investigações e inquéritos fossem abertos contra ele, que viu, em algumas oportunidades, seu passaporte ser revogado. Numa dessas ocasiões, acabou perdendo a oportunidade de entrar em contato com imagens de raios-x, que poderiam ter feito dele o descobridor da estrutura da molécula de DNA.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o químico norte-americano tornou a se envolver com o estudo da hemoglobina. Pauling, então, focou suas pesquisas em uma doença específica, a anemia falciforme.
Como resultado de seus estudos, o químico, junto a outros três pesquisadores, publicou um artigo, no ano de 1949, que comprovava que a doença era causada por uma proteína defeituosa. O feito era gigantesco, pois se tratava da primeira doença molecular descoberta na história da Medicina.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Quando foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz, em 1962, em virtude de seu ativismo junto ao movimento antinuclear, Linus Pauling era professor na conceituada Caltech, o Instituto de Tecnologia da Califórnia. Seus colegas do Departamento de Química da instituição, conhecedores de suas visões políticas, não celebraram a vitória de Pauling, tampouco preparam qualquer documento oficial que o congratulasse.
Em contrapartida, o Departamento de Biologia da universidade preparou uma festa para o químico, de modo que pudessem comemorar sua distinção. Todavia, a postura dos profissionais de seu departamento fez com que o químico decidisse renunciar ao cargo, dois anos depois, em 1964.
Até mesmo a revista Life, naquele momento uma das mais prestigiosas publicações do país, criticou a láurea do cientista, chamando o movimento de "insulto da Noruega".
(Fonte: Wikimedia Commons)
O cientista não fugiu de controvérsias acadêmicas em suas trajetória. A principal delas envolve a vitamina C. Linus Pauling foi um severo defensor do uso de grandes doses da vitamina, capaz, segundo ele, de curar gripes e resfriados. Em artigos e congressos, Pauling pregava que as pessoas fizessem grandes ingestões de vitamina C, pois acreditava que preveniriam infecções virais e câncer.
As pesquisas sobre o ácido ascórbico e a vitamina C seguiram após a morte de Pauling, mas até hoje não há evidências de que ele estava certo nas suas posições a respeito do tema. Ainda assim, foi inspiração para o desenvolvimento de uma linha de pesquisa médica chamada de medicina ortomolecular, prática alternativa que recomenda o uso de quantidades de biomoléculas acima dos limites definidos.