
Estilo de vida
16/05/2023 às 08:00•2 min de leitura
Os pesquisadores descobriram bactérias desconhecidas preservadas nos dentes dos neandertais que um dia poderão auxiliar no desenvolvimento de novos antibióticos. Um estudo publicado na revista Science utilizou placas dentárias de humanos antigos e modernos para investigar a evolução dos micróbios presentes na boca.
Cada pessoa possui seu próprio microbioma oral, composto por centenas de espécies de organismos microscópicos que colonizam a cavidade bucal. O microbioma oral é diversificado e varia de acordo com o ambiente de vida de cada indivíduo.
A fim de estudar o microbioma oral humano ancestral, Christina Warinner, uma arqueóloga biomolecular da Universidade de Harvard, desenvolveu novas técnicas para analisar o cálculo dentário pré-histórico, também conhecido como tártaro.
(Fonte: Werner Siemens Foundation/Felix Wey/Reprodução)
O cálculo dentário é a única parte do corpo que se fossiliza rotineiramente enquanto uma pessoa ainda está viva e contém a maior concentração de DNA antigo de qualquer parte de um esqueleto antigo. Com apenas alguns miligramas de cálculo dentário, Warinner conseguiu isolar bilhões de fragmentos curtos de DNA de centenas de espécies diferentes.
A análise de restos antigos apresenta um desafio adicional, pois o DNA encontrado pode pertencer a micróbios já extintos. Os cientistas analisaram os dentes de 12 neandertais, bem como de 34 humanos arqueológicos e 18 humanos contemporâneos que viveram de 100 mil anos atrás até o presente na Europa e na África.
(Fonte: Werner Siemens Foundation/Felix Wey/Reprodução)
Foram sequenciados mais de 10 bilhões de fragmentos de DNA, dos quais 459 genomas bacterianos foram reconstruídos, sendo cerca de 75% mapeados para bactérias bucais conhecidas.
Os pesquisadores concentraram sua atenção em duas espécies de um gênero de bactéria chamado Chlorobium, encontradas em sete indivíduos do período do Pleistoceno Superior (de 126 mil a 11.700 anos atrás). Essas espécies não correspondem exatamente a nenhuma espécie conhecida, mas são semelhantes a C. limicola, encontrada em cavernas.
Por isso, os cientistas acreditam que essas pessoas tenham entrado em contato com essas bactérias por meio da água potável em cavernas. As espécies de Chlorobium foram quase completamente ausentes do tártaro em pessoas que viveram nos últimos 10 mil anos.
(Fonte: GettyImages/Reprodução)
A descoberta das bactérias nos dentes dos neandertais tem o potencial de levar ao desenvolvimento de novos antibióticos. Isso ocorre porque as bactérias são uma fonte importante de compostos bioativos, incluindo substâncias com propriedades antibacterianas.
No estudo mencionado, os pesquisadores identificaram agrupamentos de genes biossintéticos (BGCs) nas espécies descobertas que, inseridos em bactérias vivas, produziram duas novas enzimas relacionadas à fotossíntese. Essas enzimas podem ter propriedades benéficas para o desenvolvimento de medicamentos.
A pesquisa sugere que explorar o potencial das bactérias encontradas nos dentes dos neandertais pode levar ao desenvolvimento de novas classes de antibióticos. Isso é importante, pois a resistência aos antibióticos é um problema crescente, e encontrar novas opções é essencial para combater infecções bacterianas cada vez mais resistentes.
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