
Ciência
05/06/2023 às 08:00•2 min de leitura
Arqueólogos suecos anunciaram neste mês a descoberta de uma série de 40 petróglifos — entalhes feitos em superfícies de rocha — que estavam ocultos sob camadas de musgo em um paredão de rocha, que já foi parte de uma ilha há 2,7 mil anos. Estendendo-se por cerca de 15 metros na superfície de pedra, as inscrições têm de alguns centímetros a 4 metros.
Considerada por alguns especialistas como a maior descoberto do tipo neste século, “o que torna este petróglifo completamente único é que ele está localizado a três metros acima do nível do solo atual, em uma rocha íngreme”, explica a Fundação para Documentação das Gravuras Rupestres de Bohuslän no Facebook.
Localizada na costa oeste da Suécia, a província de Bohuslän, onde os petróglifos foram descobertos, é conhecida internacionalmente por suas formações rochosas e por suas gravuras rupestres pré-históricas. Além de atração turística, essas formas de arte rupestre são consideradas um Patrimônio Mundial pela UNESCO.
Os petróglifos de Bohuslän foram localizados a mais de três metros do solo.
Uma equipe de pesquisadores estava prospectando por petróglifos perto da cidade de Kville, quando se deparou com uma íngreme formação rochosa coberta de musgo. Notando algumas linhas aparentemente feitas por seres humanos no alto da pedra, os arqueólogos subiram até o local em uma plataforma, e retiraram a vegetação, descobrindo assim os entalhes.
Falando à Live Science, o gerente da fundação, Martin Östholm, que foi um dos arqueólogos que descobriram os petróglifos, explicou que o local onde os entalhes foram inseridos fazia parte de uma ilha. Isso significa que, para cortar a rocha de granito, as pessoas teriam que estar em pé dentro de um barco ou em cima de uma plataforma construída no gelo.
Segundo o pesquisador, para criar os petróglifos, seus autores batiam pedras duras contra a face da rocha, o que expunha uma camada branca por baixo. Esse contraste permitia que as inscrições fossem vistas ao longe, do continente ou de navios que passavam.
As esculturas podem ter servido para marcar propriedade.
O conjunto rupestre encontrado em Kville possui ao todo 15 metros de comprimento e cerca de 40 figuras, entre as quais 13 navios, nove cavalos, sete pessoas e quatro carros.
Para o arqueólogo Andreas Toreld, que também participou da descoberta, "são coisas muito grandes, incluindo um navio de dois metros e uma pessoa com mais de um metro. As figuras são bem esculpidas e profundas".
Entrevistado pela Live Science, o pesquisador James Dodd, da Universidade de Aarhus na Dinamarca, explica que, "com base na repetição dos motivos, é possível que essa coleção de figuras forme uma narrativa". Mas o significado exato é incerto, acrescentou. As pesquisas continuam em andamento no local.