Cientistas detectam evidências de ondas gravitacionais de baixa frequência

29/06/2023 às 09:262 min de leitura

Cientistas parecem estar cada vez mais perto de confirmar uma previsão publicada por Albert Einstein na Teoria da Relatividade. Nesta quinta-feira (29), o North American Nanohertz Observatory for Gravitational Waves (NANOGrav), um observatório focado no tema, divulgou a informação de que foram encontradas significantes evidências de ondas gravitacionais de baixa frequência.

Utilizando equipamentos de ponta, os cientistas foram capazes de pela primeira vez na história, detectar este fenômeno, formado por ondas gravitacionais de frequência ultrabaixa e acredita-se permear o universo.

Ondas gravitacionais de baixa frequência são detectadas no espaço

A descoberta foi feita utilizando um detector de ondas chamado Pulsar Timing Array, capaz de analisar dados emitidos por pulsares, um tipo especial de estrela de nêutrons. Segundo o time do NANOGrav, quando um pulsar interage com outro, atraídos por suas respectivas gravidades, esta interação libera ondas gravitacionais que até não haviam sido devidamente capturadas.

O impacto da fusão entre duas estrelas de nêutrons libera ondas gravitacionais capazes de gerar ondulações no tecido espaço-tempoO impacto da fusão entre duas estrelas de nêutrons libera ondas gravitacionais capazes de gerar ondulações no tecido espaço-tempo

Segundo reportagem do IFLScience, as ondas identificadas até o momento foram todas provenientes de eventos específicos. Porém, o pano de fundo destas ondas não tem origem em um único evento: na verdade, acredita-se que sejam originados de pares de buracos negros. Como teorizou Einstein, as evidências coletadas corroboram que a interação entre a gravidade de objetos massivos — como por exemplo os buracos negros supermassivos — seja capaz de gerar ondulações no tecido espaço-tempo.

E não apenas isso: existe ainda a possibilidade de que algumas destas ondas datem do Big Bang ou até mesmo do período de inflação cósmica. Este última, uma teoria proposta inicialmente por Alan Guth, afirma que no momento de seu surgimento, o universo passou por uma fase de crescimento exponencial. Nestes casos, a imensa quantidade de energia e movimentação poderia ter gerado parte destas ondas gravitacionais de baixa frequência.

Pulsar, o farol do universo

Utilizar especificamente pulsares de milissegundos como ponto de observação facilitou o trabalho, já que estas estrelas emitem um pulso eletromagnético — composto em sua maioria por elétrons — em intervalos muito, muito regulares.

Considerados "faróis do universo", quando em pares, os Pulsares emitem pulsos eletromagnéticos que podem gerar ondulações no espaço-tempoConsiderados "faróis do universo", quando em pares, os Pulsares emitem pulsos eletromagnéticos que podem gerar ondulações no espaço-tempo

Além de servirem como verdadeiros faróis nos céus para os cientistas, os pulsares de milissegundos possibilitaram ao time criar equipamentos sensíveis o suficiente para capturarem estas ondas. Por terem frequência tão baixa, outros detectores utilizados pela comunidade científica não são capazes de observar o fenômeno.

Tão precisa quanto um relógio atômico, uma estrela pulsar emite estes pulsos em intervalos incrivelmente regulares. Quando observados aqui da Terra, estes pulsos são influenciados por vários fatores determinantes: por exemplo, a posição do nosso planeta e até mesmo outras estrelas próximas à pulsar influenciam o tipo de informação coletada pelo NANOGrav.

Desta forma, os cientistas são capazes de não apenas determinar a região da qual estes pulsos se originaram, mas também de observar o efeito do espaço-tempo sendo alterado pelas ondas gravitacionais.

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