Ciência
20/07/2023 às 12:00•4 min de leitura
O mês de julho de 2023 marca o primeiro ano de recebimento de imagens em alta resolução enviadas pelo Telescópio Espacial James Webb. O poderoso satélite é capaz de fotografar o espaço em formatos de alta resolução, possibilitando aos cientistas dar uma olhadinha bem mais detalhada em muita coisa que o Hubble já nos havia mostrado nas últimas décadas.
Agora, um ano desde a chegada da primeira imagem, o James Webb já nos deixou boquiabertos em diversas ocasiões — e, para relembrar sua trajetória, separamos alguns dos principais destaques trazidos à tona pelo poderoso satélite.
Desde que enviou sua primeira imagem de volta ao nosso planeta, em 12 de julho de 2022, o James Webb vem nos deixando cada vez mais empolgados e intrigados com o familiar, porém ainda desconhecido, universo onde vivemos. De lá para cá, o poderoso telescópio espacial fotografou uma porção de coisas interessantes, incluindo estas seis imagens que selecionamos a seguir:
O James Webb foi responsável pela primeira imagem capturada de um exoplaneta (Fonte: NASA/Wikimedia Commons)
Por muito tempo, astrônomos estimavam a existência de centenas de milhares de planetas que, assim como os do sistema solar, orbitam estrelas bem longe do nosso querido Sol. Porém, por causa da proximidade entre os corpos celestes e o brilho da estrela na qual orbitam, conseguir fotografar um destes planetas, conhecidos como exoplanetas, é uma tarefa bastante complicada.
Pelo menos até a chegada do James Webb, que conseguiu capturar a primeira imagem do HIP 65426 b, um exoplaneta que deve ter entre seis e oito vezes a massa de Júpiter.
Imagem extremamente detalhada dos "Pilares da Criação" capturada pelo James Webb (Fonte:NASA/Wikimedia Commons)
A existência do belíssimo aglomerado de poeira e gás conhecido como "Pilares da Criação" chegou ao conhecimento da humanidade graças ao telescópio Hubble, em abril de 1995.
Anos depois, o telescópio Herschel conseguiu registrar uma imagem um pouco mais detalhada, mas foi só graças ao James Webb que conseguimos ver com maiores detalhes o "berço" de estrelas, que surgem a partir de sua composição de compostos de hidrogênio molecular.
Imagem dos "Penhascos Cósmicos" na Nebulosa Carina fotografada pelo satélite James Webb (Fonte: NASA/Wikimedia Commons)
Com visual que lembra o de penhascos em frente ao céu em uma noite estrelada, os "Penhascos Cósmicos" localizados na nebulosa Carina foram capturados em imagem pelo James Webb em julho do ano passado.
A parte marrom, os tais penhascos, na verdade são nuvens de poeira cósmica pairando no espaço. Já o azul no topo das "montanhas" é na realidade fruto da ejeção de gás ionizado e poeira quente, expulsos dali pela radiação.
O James Webb registrou o efeito dos ventos estelares em nuvens de poeira, criando anéis em volta de uma estrela Wolf-Rayet conhecida como WR 40 (Fonte: JPL-Caltech/NASA)
Não muito diferente de como faz o nosso Sol com a emissão de ventos solares, outras estrelas também emitem ventos estelares. A parte curiosa é que, no caso desta imagem de uma estrela Wolf-Rayet conhecida como WR 40 — que na verdade é um sistema duplo de estrelas —, o James Webb conseguiu capturar visualmente o impacto destes ventos na poeira espacial que circunda a estrela.
O efeito ocorre quando uma das estrelas do WR 40 se aproxima da outra, fato que ocorre mais ou menos a cada 8 anos, expulsando fortes ondas de ventos estelares que empurra a poeira espacial. Daí a formação destes anéis tão perfeitamente espaçados.
O James Webb registrou em maiores detalhes o curioso aglomerado de galáxias conhecido como Quinteto de Stephan (Fonte: NASA/Wikimedia Commons)
Não se deixe enganar: embora a imagem acima mostre cinco galáxias bem próximas umas às outras, elas na realidade estão a milhares de anos-luz de distância umas das outras. Conhecido como Quinteto de Stephan, a "família" nada mais é do que um grupo composto por cinco galáxias que parecem bem próximas, mas não passa de um efeito de perspectiva visual. O quinteto fica localizado na constelação de Pegasus.
Em sua primeiríssima imagem divulgada, o James Webb mostrou em grandes detalhes diversas galáxias até então desconhecidas (Fonte: NASA/Wikimedia Commons)
Em sua estreia, a primeira imagem capturada pelo James Webb a ser divulgada mostrava em detalhes uma região do espaço anteriormente fotografada pelo agora ultrapassado Hubble. O satélite da década de 1990 precisou registrar a área por 10 dias, capturando informações que foram então convertidas em uma imagem conhecida como o Campo Profundo do Hubble.
Com muito mais capacidade de gerar imagens de altíssima resolução e capturar a luz emitida por estrelas e galáxias muito, muito distantes, o James Webb precisou de apenas 12 horas para fazer um trabalho similar. E, no final das contas, registrou uma fotografia muito mais nítida e completa do que a do seu antecessor.
Lançado em dezembro de 2021, o James Webb ainda tem muito o que mostrar em seus próximos anos de atividade. Desde que começou a enviar imagens de volta para a Terra, em julho do ano passado, suas fotos em alta definição vêm contribuindo bastante para o nosso melhor entendimento do universo, das galáxias, das estrelas, planetas e demais corpos celestes que compõe o misterioso e fascinante espaço sideral.