Estilo de vida
27/08/2023 às 10:00•2 min de leitura
Quando você pensa em uma estrela, qual é a primeira imagem que surge na sua cabeça? É bem provável que o seu imaginário se lembre instintivamente de um brilhoso ponto no céu, não é mesmo? Contudo, o brilho pulsante que contagia o Universo não é exatamente uma constante entre as estrelas.
Entre as menores estrelas e os planetas gasosos mais massivos do espaço, uma estranha classe de objetos celestes se esconde. Conhecidas cientificamente como anãs marrons, esses astros foram apelidados de "estrelas fracassadas" por terem um brilho muito fraco e insignificante. Entenda mais sobre essas curiosas estrelas!
(Fonte: Getty Images)
As anãs marrons são corpos celestes mais massivos que gigantes gasosos, como Júpiter, mas menos massivos do que outras estrelas menores. Além disso, elas são relativamente comuns. Estudos indicam que podem existir até 100 bilhões destes corpos com brilho fraco espalhados pela Via Láctea.
Tendo em mente que a população estelar da Via Láctea está estimada entre 100 bilhões a 400 bilhões de astros, as anãs marrons são corpos celestes quase tão comuns quanto as próprias estrelas. Porém, por que elas não conseguem obter a mesma intensidade de luz de suas "primas"? A resposta é relativamente simples.
Tanto as estrelas quanto as anãs marrons nascem quando enormes nuvens de gás e poeira colapsam. Então, as "protoestrelas" continuam coletando material dessas nuvens até atingirem massas nas quais a pressão e a temperatura interna são significativas o suficiente para desencadear a queima de hidrogênio, fundindo os átomos para criar hélio. Contudo, as estrelas fracassadas nunca atingem massa suficiente para desencadear essa fusão nuclear.
Isso não significa que esses corpos celestes não queimam hidrogênio. Porém, uma anã marrom jamais conseguirá equilibrar a queima nuclear em seu núcleo com as perdas de fótons em sua superfície. Portanto, sua temperatura central eventualmente cairá abaixo do limite de queima do hidrogênio, incapacitando seu brilho.
(Fonte: Getty Images)
Tendo em mente que as anãs marrons são astros gigantes, mas que não podem ser chamados exatamente de estrelas, por qual motivo elas não são consideradas planetas? A linha divisória entre anãs marrons e planetas gigantes gasosos é geralmente considerada algo entre 10 e 14 vezes a massa do planeta mais massivo do Sistema Solar, Júpiter. Isso quer dizer que não podemos encontrar um planeta com mais de 13 vezes a massa de Júpiter.
O motivo científico para isso é porque, com essa massa, esses corpos celestes são capazes de desencadear a queima nuclear constante do deutério — uma forma "pesada" de hidrogênio. Em vez de ter um núcleo feito de apenas um próton com o hidrogênio" padrão", o deutério tem um neutron sem carga e um núcleo de um próton carregado positivamente. Inclusive, essa é a razão pela qual as anãs marrons podem ter um brilho tão fraco.
Essa linha divisória entre planetas e anãs marrons foi definida para que o segundo grupo seja classificado como objetos que queimaram 50% ou mais de seu deutério inicial. No entanto, alguns pesquisadores acreditam que essa linha tênue que divide os dois tipos de astro pode mudar no futuro.
Existe uma forte crença científica de que as anãs marrons são objetos celestes que não são estrelas, mas foram criadas quando uma nuvem de gás e poeira colapsou, enquanto os planetas são como bolhas densas que se formam em um disco de material protoplanetário em torno de uma estrela colapsada.