Sinais de demência para cachorros podem ser mais fáceis de ver do que imaginamos

08/09/2023 às 11:002 min de leitura

Assim como acontece com os seres humanos, a velhice também chega para os cachorros. Conforme os anos passam, a energia diminui e os nossos melhores amigos inevitavelmente ficam mais cansados. Para cães pequenos, os anos dourados acontecem entre os 7 e 10 anos, enquanto raças maiores entram na terceira idade por volta dos 6 anos. 

À medida que os pelos brancos começam a surgir, outro problema delicado aparece na vida dos cães: a demência. Descobertas recentes da Universidade Estadual da Carolina do Norte parecem sugerir que a disfunção cognitiva pode ocorrer não apenas em humanos, mas também em nossos companheiros animais.

Marcadores de demência canina

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

As mudanças comportamentais de um cão podem indicar disfunção cognitiva, desde perambular sem rumo até ficar preso nos cantos da casa. Um estudo publicado em junho de 2023 na Frontiers in Veterinary Science pela NC State apresenta uma observação intrigante: a velocidade com que os cães idosos andam pode estar diretamente correlacionada com a saúde do cérebro

Segundo a autora do estudo, Natasha Olby, estudos já demonstraram que a velocidade de caminhada em seres humanos está fortemente associada ao declínio cognitivo. Logo, a hipótese dos pesquisadores era de que o mesmo poderia ser verdade em cães.

O estudou envolveu medir a velocidade da marcha sem coleira em cães adultos, servindo como grupo de controle, e em cães idosos. Esses cães idosos foram submetidos a testes cognitivos adicionais e seus donos preencheram um questionário de avaliação cognitivo chamado CADES.

Os exames revelaram que cães idosos que se moviam mais lentamente exibiam um declínio cognitivo mais pronunciado, conforme avaliado através do questionário e de outros testes cognitivos. 

Medindo a velocidade canina

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Medir a velocidade da marcha de um cão não é algo tão simples quanto parece. “O desafio de medir a velocidade da marcha é que os cães tendem a corresponder à velocidade do seu condutor quando estão na coleira”, explica Olby. Isso levou os pesquisadores a testar as velocidades com ou sem coleira 

Segundo Olby, observar a velocidade de marcha de um cão sem coleira nos permite ver os efeitos da capacidade física e da motivação alimentar. Contudo, o tamanho dos cães não foi considerado um fator determinante para a velocidade entre os cães mais velhos. Essencialmente, os cães idosos nos últimos 25% da sua expectativa de vida eram mais lentos do que os cães adultos — independente de seu porte.

Esse declínio, na visão dos pesquisadores, reflete os padrões humanos, onde a velocidade de caminhada permanece bastante consistente antes de diminuir à medida que nos aproximamos da última parte das nossas vidas. 

Relacionando dois fatores

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Olby enfatizou a conexão profunda entre mobilidade e cognição, ambos marcadores essenciais de morbidade no envelhecimento funcional. “A mobilidade depende muito de informações sensoriais, do processamento central e da produção motora – em outras palavras, do sistema nervoso – e, como resultado, a mobilidade e a cognição estão superinterconectadas”, explicou.

Consequentemente, a mobilidade reduzida leva à diminuição da entrada no sistema nervoso, estabelecendo ligação entre a velocidade de caminhada e a demência. Para Olby e sua equipe, duas coisas podem ser extraídas desta pesquisa: a correlação entre fatores e a simplicidade da metodologia de teste.

Através dessas novas descobertas, veterinários podem utilizar esses dados para potenciais novos testes de triagem fundamentais para a saúde desses animais idosos. Por meio do diagnóstico, os profissionais veterinários estarão capacitados a prestar o melhor cuidado possível.

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