Descoberta recente pode provar que estamos vivendo em uma simulação

21/10/2023 às 10:002 min de leitura

De acordo com um argumento filosófico publicado em 2003, nossas vidas podem não ser exatamente o que acreditamos, e experiências sensoriais – como o aroma de alimentos ou o calor dos raios de sol – podem ser tão reais quanto um papel de parede na tela de um computador.

Este conceito intrigante é conhecido como hipótese de simulação, sugerindo que se um dia a humanidade atingir a capacidade de simular repetidamente o universo, utilizando computadores avançados, é altamente provável que sejamos habitantes de uma realidade simulada.

A Segunda Lei da Infodinâmica

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

A hipótese da simulação é mais um experimento mental filosófico do que uma teoria científica concreta. No entanto, ela capturou a imaginação de cientistas que procuram desafiar a sua validade. A noção de que a nossa realidade é um modelo meticulosamente construído, afastado de alguma realidade subjacente e tangível, é uma possibilidade intrigante, inspirando os investigadores a aprofundar o conceito.

Um avanço recente na exploração contínua dessa ideia surgiu através de algo chamado Segunda Lei da Infodinâmica, uma teoria desenvolvida pelo físico Melvin Vopson, da Universidade de Portsmouth, e pelo matemático Serban Lepadatu, do Instituto Jeremiah Horrocks de Matemática, Física, e Astronomia no Reino Unido. Ela sugere que o nosso universo pode realmente ser uma construção complexa dentro de um sistema informático altamente avançado.

Em um artigo publicado na AIP Physics em 2022, Vopson explicou que o conceito abre as portas para ferramentas de investigação inovadoras na intersecção da física e da informação. O físico e o matemático acreditam que a lei fornece evidências científicas que reforçam a noção de um universo simulado.

Termodinâmica e Infodinâmica

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

A ideia é baseada na segunda lei da termodinâmica, que estipula que qualquer processo natural no universo leva a um aumento na entropia, ou uma medida de desordem, e a uma perda de energia. 

Acreditando que a informação poderia ser considerada uma forma de matéria, Vopson esperava uma tendência semelhante nos sistemas de informação. No entanto, contrario às suas expectativas, a investigação revelou que a Segunda Lei da Infodinâmica exige que a entropia da informação permaneça igual ou diminua com o tempo.

Para o físico, essa revelação tem implicações de longo alcance, o que o levou a testá-la em vários campos como genética, cosmologia, física atômica, simetria e na própria hipótese de simulação.

Realidade simulada?

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Uma das investigações sobre o possível fato de estarmos vivendo em um mundo simulado envolveu o estudo da prevalência da simetria no universo, que pode ser encontrada desde em um floco de neve até em uma galáxia inteira.

"Os princípios de simetria desempenham um papel importante no que diz respeito às leis da natureza, mas até agora havia pouca explicação sobre o motivo disso. Minhas descobertas demonstram que a alta simetria corresponde ao estado de entropia de informação mais baixo, explicando potencialmente a inclinação da natureza para isso", afirmou Vopson.

Segundo o físico, a simetria seria basicamente uma remoção do excesso de informação, semelhante ao que um computador faz ao apagar ou comprimir códigos redundantes para poupar espaço de armazenamento e otimizar o consumo de energia. Isso se alinharia bem com a hipótese, sugerindo que podemos de fato viver em uma realidade simulada meticulosamente construída.

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Porém, para uma comprovação real desse conceito, ainda é necessário realizar uma validação experimental que demonstrasse o quanto a informação realmente serve como alicerce base do nosso universo. Além disso, a proposta de Melvin Vopson de que a informação possui massa poderia encontrar suporte empírico através de sua aniquilação em colisões partícula-antipartícula.

Essa teoria realmente levanta questões muito intrigantes. Se o nosso universo é um modelo, deve ser programado por um sistema mais complexo, com todas as nossas experiências sensoriais sendo baseadas em algo fora da simulação. Talvez um dia alguém desenvolva uma programa para responder essas dúvidas e desvendar os mistérios de nossa existência, e se realmente ela é simulada ou não.

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