Estilo de vida
22/02/2024 às 11:30•2 min de leitura
Na vanguarda da pesquisa médica, a Oregon Health & Science University (OHSU) trouxe à luz uma descoberta intrigante sobre a administração de vacinas. O estudo revelou que alternar os braços durante a vacinação não é apenas uma escolha prática, mas uma estratégia que pode resultar em melhor resposta imunológica do organismo.
Publicado recentemente no The Journal of Clinical Investigation, esse achado não apenas desafia conceitos prévios, mas também pode influenciar as práticas clínicas em todo o mundo daqui para frente.
(Fonte: Getty Images)
Os pesquisadores da OHSU recrutaram 947 participantes para receberem duas doses da vacina contra a covid-19, sendo aleatoriamente escolhidos para receber a segunda dose no mesmo braço ou no oposto à primeira.
Ao comparar aqueles que receberam injeções "contralaterais" (uma em cada braço) com aqueles que mantiveram a administração no mesmo braço, os pesquisadores observaram um aumento expressivo na magnitude e amplitude da resposta de anticorpos a partir da terceira semana após a aplicação da segunda dose.
A resposta imunológica aprimorada persistiu por mais de 13 meses, desafiando as expectativas convencionais sobre a durabilidade da resposta imunológica pós-vacinação. Notavelmente, essa resposta elevada demonstrou ser particularmente eficaz contra a variante ômicron do vírus, indicando a adaptabilidade e a relevância prática dessa estratégia.
(Fonte: Getty Images)
A hipótese em foco sugere que a injeção em cada braço ativa novas respostas imunológicas nos gânglios linfáticos correspondentes a cada lado do corpo. Ao trocar de braço, os cientistas acreditam que ocorre uma formação de memória imune em dois locais distintos.
Em outras palavras, o sistema imunológico é exposto a agentes patogênicos ou antígenos vacinais em diferentes gânglios linfáticos, promovendo uma resposta mais abrangente. Esse processo, potencialmente estimulado pela alternância entre os braços, pode resultar em uma intensificação da resposta protetora do organismo.
Em resumo, os cientistas acreditam que a exposição a múltiplos locais de gânglios linfáticos durante a vacinação pode desencadear uma resposta imunológica mais robusta e diversificada, contribuindo para a eficácia aprimorada observada no estudo.
Apesar das descobertas promissoras, os pesquisadores da OHSU destacam a necessidade de mais estudos antes de implementar mudanças práticas com base nesses resultados. Embora a pesquisa tenha se concentrado na covid-19, os cientistas sugerem que a melhoria na resposta imunitária pode se estender a outras vacinações multidose.