
Ciência
04/06/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 04/06/2024 às 12:00
Há cerca de 250 mil anos, os ancestrais dos modernos europeus e asiáticos migraram para fora da África, encontrando os neandertais na Eurásia. Através do cruzamento, uma troca genética ocorreu, e hoje, aproximadamente 2% dos genomas humanos contêm vestígios genéticos dessa antiga linhagem. Sabia que esses genes antigos continuam a influenciar o organismo dos humanos modernos?
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Os neandertais influenciaram nossos receptores Toll-like (TLR), fundamentais para a detecção de invasores no sistema imunológico. Essa herança pode resultar em um sistema imunológico mais reativo, aumentando a suscetibilidade a doenças alérgicas, como asma e eczema. Isso acontece porque esses receptores tendem a reagir exageradamente a substâncias comuns, como pólen e poeira.
As contribuições genéticas dos neandertais, especialmente no gene SCN9A, estão associadas a uma maior sensibilidade à dor causada por objetos pontiagudos. Esse gene codifica uma proteína crucial na sinalização da dor. Indivíduos com essas variantes neandertais podem sentir uma dor mais intensa ao serem expostos a estímulos físicos agudos.
Essa sensibilidade aumentada pode ter tido uma vantagem evolutiva, ajudando nossos ancestrais a evitar perigos, mas, no contexto moderno, pode resultar em uma maior percepção de dor em situações cotidianas.
Uma mutação herdada dos neandertais no gene SLC16A11 está ligada a um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2. Esse gene influencia o metabolismo dos ácidos graxos, desempenhando um papel crucial na regulação dos níveis de glicose no sangue.
Essa variante genética, mais prevalente em populações mexicanas e latino-americanas, pode resultar em uma maior resistência à insulina, característica chave da diabetes tipo 2, levando a níveis elevados de açúcar no sangue.
Uma mutação neandertal no gene SLC6A11 está associada a uma maior propensão à dependência de nicotina em pessoas de ascendência europeia. Esse gene codifica uma proteína envolvida na transmissão de sinais no cérebro, particularmente nos sistemas de recompensa e vício.
Embora os neandertais não fumassem tabaco, a presença dessa mutação pode ter influenciado comportamentos aditivos de outra natureza na época.
Uma variante do gene neandertal relacionada ao receptor de progesterona está associada ao aumento da fertilidade em mulheres europeias. O receptor de progesterona é crucial para a preparação do útero para a implantação de um óvulo fertilizado e para o suporte ao desenvolvimento embrionário inicial.
Mulheres com essa variante genética têm menor risco de sangramento durante o início da gravidez e são menos propensas a abortos espontâneos, aumentando as chances de uma gravidez bem-sucedida.
Genes neandertais relacionados ao sistema imunológico podem aumentar o risco de doenças autoimunes, como lúpus e doença de Crohn, onde o corpo ataca suas próprias células. Embora essas variantes genéticas possam ser benéficas na defesa contra patógenos, também podem tornar o sistema imunológico mais propenso a atacar erroneamente os tecidos do corpo, levando a condições autoimunes.