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01/03/2024 às 16:12•2 min de leituraAtualizado em 01/03/2024 às 16:31
Deitados no sofá, assistindo televisão, é difícil acreditar que estamos a bordo de um planeta que, além de viajar pelo espaço, gira em torno do seu próprio eixo a uma velocidade de cerca de 1,67 mil quilômetros por hora — aceleração que daria para ir de São Paulo ao Rio de Janeiro em pouco mais de 15 minutos. Como não sentimos essa velocidade toda?
Em rotações menos velozes, como a plataforma giratória de um parque de diversões, por exemplo, sentimos que estamos sendo empurrados para fora do brinquedo. Essa sensação é normalmente chamada de força centrífuga, mas, nesse caso, ela não é real.
O que está acontecendo é que nosso corpo quer continuar se movendo em linha reta, mas, como o equipamento gira, nosso corpo parece empurrado para o lado. Mas isso é apenas uma sensação, uma ilusão causada pela nossa inércia relativa ao brinquedo em movimento curvo. Mas, por que o mesmo não acontece com a Terra, que é bem maior e mais rápida?
Se, no contexto da física, o movimento relativo é o único com o qual devemos nos preocupar, de acordo com Einstein, a ausência dessa sensação na rotação da Terra é meio desconcertante, mas tem uma explicação. É que, "a bordo do planeta" compartilhamos uma referência comum com os demais observadores terrestres.
Além disso, o movimento da Terra é suave e, embora possa ser afetado por fatores externos, a velocidade angular (ou taxa de rotação) pode ser considerada relativamente constante em escalas de tempo humanas.
Isso é muito importante, pois, se o movimento de rotação fosse brusco, sentiríamos com certeza a aceleração e a desaceleração. No entanto, da mesma forma que conseguimos ir ao banheiro em um voo doméstico a 900 quilômetros por hora, caminhamos tranquilamente na superfície do planeta, ainda que ele orbite o Sol a quase 107 mil quilômetros por hora.
É importante lembrar que, quando um objeto se encontra em movimento de rotação a um ponto fixo, como é o caso da Terra em volta do seu eixo, gera uma força centrífuga, devido à tendência do próprio objeto em se mover em linha reta, em vez de curva.
Essa força, que teoricamente poderia nos expulsar do planeta, não o faz porque a força gravitacional que nos mantém "presos" na superfície é muito mais forte.
Para o professor de física e ciências ópticas da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, Greg Gbur, "a aceleração da gravidade é de cerca de 9,8 m/s2 na superfície da Terra", explicou ao Live Science. Mas, no equador, onde a velocidade de rotação é máxima, essa aceleração é ligeiramente menor (0,03 m/s2) do que seria se a Terra não girasse.