Estilo de vida
22/03/2021 às 05:00•3 min de leitura
O alemão Albert Einstein é um dos pesquisadores e professores mais conhecidos em todo mundo e trouxe contribuições enormes para a humanidade ao desenvolver teorias em Mecânica Quântica, Física e Astronomia.
Porém, enquanto as bases da teoria da relatividade são bastante conhecidas, a sua vida pessoal e familiar é bem mais discreta, inclusive com alguns mistérios e lacunas.
Einstein foi casado duas vezes, uma delas com uma prima, e teve três filhos — dois deles com destinos trágicos, enquanto outro seguiu parcialmente os passos do pai. A seguir, juntamos algumas das informações a respeito deles.
Albert casou-se com a primeira esposa, Mileva Maric, em 1903. Porém, eles já estavam juntos há alguns anos, inclusive frequentando o mesmo instituto de ensino, a Zurich Polytechnic.
Maric tinha uma carreira já bastante expressiva nos campos de Física e Matemática, sendo a única mulher de sua turma.
Mileva e Albert (Wikimedia Commons/Reprodução)
Depois do casamento, ela teve que se dedicar à criação dos filhos enquanto o marido seguiu com as pesquisas — todas as tentativas de retornar para a academia foram recusadas nas avaliações, já que ela não tinha tanto tempo para estudar.
Ao longo dos anos, ela colaborou com Albert em diversos trabalhos e auxiliou o marido na produção de alguns estudos — vários deles sem receber os devidos créditos.
Albert e Elsa (Wikimedia Commons/Reprodução)
O casal se divorciou em 1919, período em que Albert já estava em outro relacionamento. A sua segunda esposa, Elsa Löwenthal, era também a sua prima por parte de mãe. Eles não tiveram filhos.
A primeira filha do casal, Lieserl, nasceu em janeiro de 1902. E a sua curta vida é envolva em especulação: apesar das juras de amor feitas por Albert à filha, que dizia ter muita vontade de conhecê-la, nem mesmo os estudiosos da vida do físico sabem precisar o destino da criança.
Como não estavam casados e faziam parte de uma sociedade conservadora, Albert e Mileva ficaram distantes durante a gravidez — ela retornou para casa, na atual Sérvia, para ficar com os pais. Eles se comunicavam via cartas, boa parte deles armazenadas até hoje, mas são poucas as referências à Lieserl após o nascimento. Tudo indica, entretanto, que Albert não chegou a ver a filha ao vivo.
Mileva e Albert (BBC/Reprodução)
São dois destinos possíveis. Um deles, o mais provável, é que ela tenha sido entregue para adoção, possivelmente para uma amiga da família de Mileva — uma forma de eliminar os boatos da gravidez antes do casamento.
A outra é de que a criança tenha morrido com poucos meses de vida, já que ela teria contraído escarlatina. Porém, não há informações sobre um eventual sepultamento.
O segundo filho nasceu em 1904, na Suíça, com os pais já casados. Hans seguiu os passos de ambos, estudando em um renomado instituto de tecnologia no país e obtendo um diploma em Engenharia Civil.
Hans Albert (Infobae/Reprodução)
Depois de trabalhar na área ajudando a construir pontes na Alemanha, ele finalizou o doutorado ao pesquisar transporte de sedimentos e foi para os Estados Unidos em 1938.
A viagem foi um conselho do pai, temendo a perseguição dos nazistas por causa da família de Albert, de origem judia.
Hans e o pai (Getty Images/Reprodução)
Hans fixou-se como professor de Engenharia Hidráulica na Universidade de Berkeley, na Califórnia, e teve quatro filhos — sendo que um deles, Bernhard, também seguiu na área das engenharias. Ele faleceu em 1973, aos 69 anos, por problemas cardíacos.
O caçula de Einstein e Mileva nasceu em 1910 e teve uma vida carregada de problemas de saúde desde a infância. "Tete", como era chamado pelo pai, passou boa parte dos primeiros anos de vida acamado, com inflamações nos pulmões e outras doenças não diagnosticadas.
Eduard chegou a melhorar e passou a se interessar por arte, especialmente música e poesia.
Eduard (Familypedia/Reprodução)
Só que a carreira de psiquiatra também o atraía, o que o levou a iniciar os estudos em Medicina. No início da década de 1930, entretanto, ele foi diagnosticado com esquizofrenia e internado em uma instituição psiquiátrica.
Pai e filho não se viram novamente após a mudança de Albert para os Estados Unidos, com a relação estremecida pessoalmente, mas ainda trocando cartas.
Eduard, Mileva e Hans (Wikimedia Commons/Reprodução)
Segundo a família, Tete ficou com sequelas do tratamento agressivo que incluía eletrochoques. Ele continuou morando com a mãe até a morte dela, em 1948, e voltou a se internar em uma clínica. Aos 55 anos, Eduard morreu após um derrame, em 1965.