É possível que uma pessoa desenvolva alergia ao próprio sangue?

31/08/2017 às 06:372 min de leitura

Parece impossível que um ser humano possa, de uma hora para outra, se tornar alérgico ao próprio sangue, não é mesmo? Pois isso pode acontecer — e nós só não somos muito conscientes desse tipo de problema, que é provocado por algo a que os médicos não costumam se referir como “alergia”, mas como “doença autoimune”.

De acordo com Laurie Dove, do site How Stuff Works, existem diversas doenças que entram nessa categoria, como é o caso da anemia hemolítica autoimune e da púrpura trombocitopênica idiopática, por exemplo, que se caracterizam por gerar reações alérgicas nas quais o organismo da pessoa afetada ataca as próprias células sanguíneas.

Autoataque

Segundo Laurie, no caso da anemia hemolítica autoimune, esse tipo de problema geralmente surge quando o sistema imunológico “se confunde” e, em vez de criar anticorpos para atacar patógenos, lança uma ofensiva contra proteínas chamadas antígenos presentes na superfície das hemácias — ou glóbulos vermelhos —, células responsáveis por transportar o oxigênio pelo corpo. Quando esse “bug” imunológico acontece, as defesas do organismo passam a perceber as células sanguíneas saudáveis como sendo inimigas e começam a destruí-las.

Hemácias (Interactive Biology)

Como você deve saber, o nosso corpo produz novas células sanguíneas constantemente. As hemácias têm um “prazo de validade” de aproximadamente 120 dias e, passado esse período, elas são eliminadas do organismo — passando pelo fígado e pelo baço. Contudo, em quem sofre anemia hemolítica autoimune, as células sanguíneas morrem muito mais depressa do que o normal, e os sintomas incluem fatiga, tontura, taquicardia, dificuldade respiratória, palidez, instabilidade emocional e distensão do baço.

"Bug" imunológico

Já a púrpura trombocitopênica idiopática ocorre quando o sistema imunológico começa a produzir anticorpos para atacar as plaquetas. Também conhecidas como trombócitos, as plaquetas são um componente do sangue que ajuda na coagulação. Elas entram em ação quando ocorrem danos nos vasos sanguíneos, criando coágulos e, assim, freando os sangramentos.

Na representação acima, as plaquetas seriam essas "estrelinhas" branquinhas (Interactive Biology)

Segundo Laurie, de modo geral, os humanos contam com 150 mil plaquetas por microlitro de sangue. Entretanto, como nas pessoas diagnosticadas com púrpura trombocitopênica idiopática esse componente sanguíneo é destruído constantemente, é comum que os afetados por essa condição tenham uma contagem inferior a 20 mil trombócitos por microlitro de sangue.

Entre os sintomas mais comuns estão surgimento de pequenos pontos vermelhos pelo corpo, presença de sangue na urina, sangramentos de pele e mucosas, inchaço, alterações de humor e fatiga. Além disso, com uma contagem mais baixa de plaquetas no sangue, os afetados pela condição correm mais riscos de sofrer hemorragias difíceis de controlar.

Não existem formas de prevenir o surgimento de qualquer das duas condições que mencionamos na matéria — a anemia hemolítica autoimune e a púrpura trombocitopênica idiopática —, mas, por sorte, ambas podem ser tratadas. As terapias envolvem o uso de fármacos que reprimem o sistema imunológico, como corticoides e esteroides e, em casos mais sérios, transfusões de sangue e até a remoção do baço, órgão onde as hemácias revestidas de anticorpos são destruídas.

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