
Ciência
19/01/2023 às 04:00•3 min de leitura
No Brasil, cerca de 4 milhões de pessoas são doadoras de sangue. O número pode parecer expressivo, mas representa apenas 1,8% da população do país. Isso é quase metade do que recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS) — segundo a entidade, um país deve ter pelo menos 3% de doadores em relação à sua população total.
Existem vários fatores para esse número baixo, como desconhecimento, medo ou condições de saúde que realmente impedem a doação. Se você pensa em doar sangue, mas está em algum desses grupos, pode conferir algumas curiosidades que podem ajudar na decisão.
(Fonte: Unsplash)
A cada doação costumam ser retirados cerca de 480 ml. O valor é padrão e não depende do sexo, e é isso que delimita o peso mínimo de uma pessoa. É recomendado que o volume total de sangue doado não ultrapasse os 8 ml/kg para as mulheres e 9 ml/kg para os homens. Como a doação costuma variar entre 400 ml e 450 ml, esse é o peso mínimo exigido no Brasil. Além do sangue que vai ser usado na doação, também são retirados 30 ml para a realização de exames laboratoriais exigidos por leis.
O tempo de espera entre doações é de dois meses para homens e três para mulheres. Essa diferença está relacionada com o tempo que o corpo leva para repor o sangue doado e os seus componentes. Embora o volume coletado não ultrapasse os 15% do volume total que o doador tem, plaquetas, glóbulos e a concentração de ferro costumam levar mais tempo para voltar à quantidade normal. Porém, o volume doado é reposto naturalmente pelo organismo em até 24 horas após a doação.
(Fonte: Shutterstock)
Atualmente, a idade mínima para que uma pessoa possa doar sangue é de 16 anos. Para menores de idade, é necessária a presença dos pais ou de um responsável legal. Alguns locais aceitam um termo de autorização, que deve ser apresentado junto da documentação exigida — esses detalhes podem ser obtidos no hemobanco da cidade onde se apresenta para a realização da doação.
A partir dos 16 anos, a pessoa pode seguir como doadora até os 69 anos, desde que acima do peso mínimo e que não tenha nenhuma condição que impeça a doação.
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Pessoas com piercing ou tatuagem também podem realizar doações de sangue. O tempo mínimo entre o procedimento e a doação costuma variar de 6 meses a um ano — há alguns anos era exigido um ano após a última tatuagem, mas atualmente alguns lugares aceitam doação depois de seis meses.
A exceção existe apenas para pessoas que têm piercing em regiões mucosas, como boca ou genitália. Nesse caso, a doação de sangue só é aceita 12 meses após a retirada do piercing. Essa exigência existe porque esses lugares oferecem mais riscos de contaminação.
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Além de fazer uma boa ação e ajudar a salvar até quatro vidas, doar sangue também pode garantir alguns benefícios para o doador. No Brasil, a pessoa que trabalha em regime de Consolidação das leis do trabalho (CLT), “poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário, por um dia, a cada 12 meses, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada”.
Outro benefício é que, em alguns casos, os doadores podem ter prioridade em consultas médicas e odontológicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Finalmente, os estados oferecem benefícios como meia-entrada em shows, cinema e outras atividades culturais. Nesse caso, é necessário consultar a legislação do estado em que você mora.
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O principal motivo que impede uma doação está relacionado à saúde da pessoa. É o caso de quem teve hepatite depois dos 11 anos, ou teve malária do tipo Plasmodium malariae. Quem tem doenças transmitidas pelo sangue como Hepatites B e C, Aids, doenças associadas aos vírus HTLV e Doença de Chagas também não pode realizar doação, assim como pessoas com problemas de coagulação.