Existe alguma doença infecciosa com taxa de mortalidade de 100%?

08/12/2024 às 12:002 min de leituraAtualizado em 08/12/2024 às 12:00

As doenças infecciosas são particularmente assustadoras. E não é à toa: a Organização Mundial de Saúde estima que elas estão na terceira posição entre as principais causas de morte no mundo.

Mas, por sorte, os avanços da ciência fizeram com que muitas delas fossem controladas. Hoje, por exemplo, a covid-19 mata cerca de 1% dos infectados, e a tuberculose mata menos de 15%, segundo a OMS. Mas será que alguma doença tem taxa letal de 100%? E por quê?

O que causa as doenças infecciosas?

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
Os avanços da ciência nos protegem hoje da maior parte das doenças infecciosas. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

As doenças infecciosas são provocadas por patógenos, que são organismos que causam doenças em hospedeiros, como seres humanos ou animais. Entre eles, estão incluídos os vírus, bactérias, fungos e parasitas. De acordo com Amesh Adalja, que é médico infectologista do Johns Hopkins Center for Health Security, quase todas as infecções que costumavam ter uma taxa mortal de 100% agora podem ser prevenidas com vacinação ou tratadas pela medicina.

Um exemplo clássico é o vírus HIV. Pessoas infectadas por ele podem hoje ser tratadas por medicamentos modernos que impedem que a doença evolua para a AIDS. A varíola, que antes possuía algumas variantes que eram quase 100% fatais, hoje está erradicada. A própria raiva – que tende a ser 100% fatal quando os sintomas aparecem – pode ser hoje prevenida com cuidados médicos imediatos após a exposição por meio de uma mordida.

Ainda assim, seguem existindo algumas doenças infecciosas fatais cujos mecanismos ainda não foram decifrados pela ciência.

As doenças quase 100% fatais

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
Algumas doenças infecciosas seguem pouco compreendidas pelos cientistas. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Um exemplo é a pavorosa meningite amebiana, que costuma ser chamada também de infecção por ameba "comedora de cérebro". Esta é um infecção rara que quase sempre mata a vítima. Ela se espalha até o cérebro por meio do nariz, e é adquirida geralmente quando uma pessoa mergulha em água contaminada. Os casos tratados com sucesso ainda são raridade.

Há ainda as doenças do príon, ou encefalopatias espongiformes transmissíveis, que envolvem um grupo de enfermidades neurodegenerativas que se caracterizam pela demência progressiva e disfunção motora. Elas são causadas pelos príons, que são partículas infecciosas proteináceas, termo que indica proteínas deformadas responsáveis por causar a enfermidade no cérebro.

Quase sempre essa doença é fatal. A maior parte dos casos não seria considerado infeccioso, pois decorrem de mutações genéticas herdadas. Entretanto, algumas pessoas podem adquiri-la depois de consumir comer carne contaminada com príons ou ao serem expostas a eles durante procedimentos médicos.

A ciência ainda não evoluiu o suficiente para entender tudo sobre esses organismos. "Os príons têm sido observados há décadas, mas acho que eles ainda estão tentando descobrir qual é o gatilho final", afirma ao portal Live Science o pesquisador Rodney E. Rohde, especialista em doenças infecciosas da Texas State University. 

Uma possível explicação sobre o grau de fatalidade dessas doenças tem a ver com a sua história evolutiva. Se os humanos são raramente atacados por elas, o nosso corpo não constrói defesas ao longo do tempo. Como as pessoas não são os hospedeiros naturais destes patógenos, eles não se desenvolvem formas de nos contaminar e ainda assim manter-nos vivos – afinal, quando o hospedeiro morre, o parasita também morre.

Por isso, não há outra estratégia que não a prevenção. O melhor é sempre se cuidar para evitar a contaminação por organismos mortais.

 

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