Imagem de Como o governo militar brasileiro apoiou o golpe de Pinochet no Chile no megacurioso

Para aplacar a 'ameaça comunista' que o país teria se tornado, o Brasil não poupou esforços

Em 1970, o governo ditatorial brasileiro institu&iacute;do pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119477-lincoln-gordon-embaixador-americano-contribuiu-para-o-golpe-de-1964.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Golpe de 1964&nbsp;</a>levou um susto quando o candidato socialista Salvador Allende foi eleito como presidente do Chile. Os militares esperavam que Jorge Alessandri, um pol&iacute;tico conservador de direita, levasse a melhor, e n&atilde;o seu concorrente revolucion&aacute;rio.
Apesar de ter o intuito de travar uma guerra usando &ldquo;armas&rdquo; puramente democr&aacute;ticas, o presidente Allende se viu do lado errado do mundo. Al&eacute;m de estar em meio &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119421-aos-10-anos-samantha-smith-tentou-acabar-com-a-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a>, ele estava no mesmo continente que a pot&ecirc;ncia capitalista dos Estados Unidos e tamb&eacute;m era vizinho do Brasil, que havia instaurado uma ditadura no desespero de conter uma &ldquo;amea&ccedil;a comunista&rdquo; que nunca existiu.
Naquela mesma &eacute;poca, a imprensa brasileira passou a chamar o Chile de &ldquo;Nova Cuba da Am&eacute;rica Latina&rdquo;. E, uma vez que havia milhares de exilados brasileiros vivendo em Santiago, o pa&iacute;s despontou como a maior amea&ccedil;a regional ao Brasil. Foi ent&atilde;o que os militares brasileiros e o Minist&eacute;rio das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores (Itamaraty) passaram a contemplar maneiras de lidar com essa situa&ccedil;&atilde;o.
<h2>Ao lado do horror &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/steam-10121355785178.jpg" alt="Augusto Pinochet. (Fonte: Wikiwand/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Augusto Pinochet. (Fonte: Wikiwand/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Segundo o jornalista Roberto Simon, autor do livro O Brasil contra a democracia: a ditadura, o golpe no Chile e a Guerra Fria na Am&eacute;rica do Sul, em entrevista &agrave;&nbsp;BBC Brasil, a maneira que o governo brasileiro viu de derrubar Allende e sua democracia foi apoiando os conspiradores de grupos neofascistas, como o Patria y Libertad, que pretendiam fazer isso. Uma das t&aacute;ticas, inclusive, era isolar democraticamente seu vizinho at&eacute; o momento de concretiza&ccedil;&atilde;o do golpe militar.
&ldquo;O Brasil foi o primeiro pa&iacute;s a reconhecer a junta militar liderada por Augusto Pinochet e ajudou na montagem do aparato de repress&atilde;o do governo dele. O pa&iacute;s garantiu apoio pol&iacute;tico, diplom&aacute;tico e econ&ocirc;mico ao governo de Pinochet&rdquo;, revelou Simon.
Os militares estavam prestes a apoiar um regime que dilacerou todos os direitos humanos, respons&aacute;vel por encarcerar mais de 80 mil pessoas e torturar outras 30 mil. Segundo n&uacute;meros oficiais, mais de 3 mil pessoas foram brutalmente assassinadas pelo governo de Pinochet.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Iconografia da Hist&oacute;ria&nbsp;" data-fonte-url="https://iconografiadahistoria.com.br/wp-content/uploads/2021/03/68428-u51433353642pvq-1200x800-2.0.3973721735-gpMedium.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/10/10121551191180.jpg" alt="(Fonte: Iconografia da Hist&oacute;ria/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Iconografia da Hist&oacute;ria/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
E, ao passo que fazia essas interfer&ecirc;ncias pol&iacute;ticas, o governo brasileiro ainda servia como modelo para o Chile, visto que o Brasil havia derrubado o governo leg&iacute;timo de Jo&atilde;o Goulart e criado um regime militar que promovia um suposto crescimento ordenado. Na d&eacute;cada de 1970, o Brasil se tornou o pa&iacute;s que mais crescia no mundo percentualmente, e os chilenos viam isso como uma grande li&ccedil;&atilde;o e meta.
Al&eacute;m de endossar um assassino e torturador, os militares apoiaram um Pinochet que foi reconhecido como um dos pol&iacute;ticos mais corruptos da hist&oacute;ria do Chile &mdash; e quem descobriu isso n&atilde;o foi a esquerda e nem a direita, mas sim o Senado dos Estados Unidos.&nbsp;
O pol&iacute;tico tinha fortunas escondidas em para&iacute;sos fiscais e sua pol&iacute;cia secreta estava envolvida at&eacute; o pesco&ccedil;o com o narcotr&aacute;fico, al&eacute;m de diversos outros crimes e viola&ccedil;&otilde;es.
Do in&iacute;cio ao fim, os militares apoiaram tudo isso.

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Como o governo militar brasileiro apoiou o golpe de Pinochet no Chile

Imagem de "Brummers": a tropa alemã encomendada pelo Brasil Imperial no megacurioso

Os 1,8 mil homens que fizeram história em sua passagem pelo país, deixando raízes eternas na cultura

Foi em 1850 que o Governo Imperial do Brasil enviou o tenente-coronel Sebasti&atilde;o do Rego Barros para Hamburgo, na Alemanha, a fim de contratar um ex&eacute;rcito de at&eacute; 26 mil mercen&aacute;rios e lhes conceder equipamento de fogo para lutar contra os argentinos que amea&ccedil;avam a integridade e soberania da regi&atilde;o sul do pa&iacute;s.
No entanto, a maioria dos estados alem&atilde;es se op&ocirc;s ao recrutamento brasileiro, apesar dos 4 anos que o Imp&eacute;rio oferecia de benef&iacute;cios para quem se alistasse, como transporte oferecido pelo governo do Brasil, translado e refei&ccedil;&otilde;es. Ao final do contrato, cada legion&aacute;rio ainda receberia um lote de terras e um pr&ecirc;mio em dinheiro. Foram oferecidas vantagens ainda mais irresist&iacute;veis para os oficiais graduados.
Ainda que houvesse rejei&ccedil;&atilde;o dos alem&atilde;es, Sebasti&atilde;o havia recebido autoriza&ccedil;&atilde;o para agir da maneira que fosse necess&aacute;ria para trazer esses homens, nem que precisasse usar ag&ecirc;ncias de recrutamento clandestinas.
<h2>Os brummers</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Rodrigo Trespach&nbsp;" data-fonte-url="https://lh3.googleusercontent.com/proxy/5wyStaMYuis8y6oP4FnTt34glhsGDz-7g3B6vrhkNHUB39UUUikLCQ_thnP-wLliTPzh9L7yRay87CGO08WN683mgoTgmTSLA8K83C-CI4GOPYOnijtL6Ks573yiuJDYGIALeSckWvamJO7I_hyqmyMwXg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09182531497363.jpg" alt="(Fonte: Rodrigo Trespach/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Rodrigo Trespach/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os mercen&aacute;rios que assinaram o contrato do tenente-coronel foram volunt&aacute;rios recrutados para a guerra alem&atilde; contra a Dinamarca e aqueles que haviam participado como atiradores na Revolu&ccedil;&atilde;o de 1848 contra os ideais medievais de Frederico Guilherme IV. Eles eram os "rejeitos" deixados pela desmobiliza&ccedil;&atilde;o do Ex&eacute;rcito da Alemanha quando os conflitos terminaram, abandonados &agrave; pr&oacute;pria sorte e apenas com um forte treinamento militar.
Eles foram chamados de brummer, que significa algo como "resmungador" em alem&atilde;o, devido &agrave; maneira como reclamavam das condi&ccedil;&otilde;es de vida. Os 1,8 mil soldados chegaram ao Rio de Janeiro na manh&atilde; de 21 de junho de 1851, rapidamente encaminhados para a frente de batalha no Sul do Brasil.
Visto existir muita briga entre a tropa, principalmente pela parte dos novatos, os brummers&nbsp;trouxeram muitos problemas para os oficiais brasileiros, contribuindo para a perda de confian&ccedil;a deles e fazendo poucos serem enviados para o combate. E, assim que a guerra acabou, a tropa foi desmobilizada.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09182629404364.jpg" alt="(Fonte: Fatos da Hist&oacute;ria/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Fatos da Hist&oacute;ria/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Somente 450 permaneceram no Brasil at&eacute; o fim do contrato, os demais desertaram ou faleceram. A maioria deles viajou para o Rio Grande do Sul, atra&iacute;dos pelos polos alem&atilde;es e as novas col&ocirc;nias, onde compraram seus lotes de terras.
Por terem um n&iacute;vel educacional superior ao dos colonos alem&atilde;es da &eacute;poca, eles exerceram muita influ&ecirc;ncia pelos locais onde passaram, trabalhando como diretores de col&ocirc;nias, agrimensores, professores ou agricultores. Em seu rastro, foram estabelecidas sociedades, bibliotecas e clubes, tanto de leitura quanto esportivos &mdash; que tiveram um grande impacto na constru&ccedil;&atilde;o e hist&oacute;ria da sociedade.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09182910716365.jpeg" alt="(Fonte: Tormento Pabulum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Tormento Pabulum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em meio &agrave;s heran&ccedil;as dos brummers,&nbsp;est&aacute; a Sociedade Gin&aacute;stica Novo Hamburgo (SGNH), fundada em 11 de julho de 1894 para promover as pr&aacute;ticas de exerc&iacute;cios de gin&aacute;stica em aparelhos e dan&ccedil;a.&nbsp;Esses mercen&aacute;rios, que optaram por reconstruir a vida longe de casa, puderam se tornar jornalistas, advogados e at&eacute; deputados, como aconteceu com Carlos Von Koseritz, que se destacou na defesa dos direitos pol&iacute;ticos dos imigrantes.

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'Brummers': a tropa alemã encomendada pelo Brasil Imperial

Imagem de Quais são as maiores rivalidades entre países vizinhos? no megacurioso

Conheça algumas das principais rivalidades entre nações ao redor do mundo e saiba um pouco mais sobre o contexto envolvido nesses cenários

O Brasil n&atilde;o &eacute; exatamente um pa&iacute;s que guarda muitas m&aacute;goas no contexto pol&iacute;tico e, portanto, adquiriu poucas ou quase nenhuma inimizade ao longo dos s&eacute;culos. Mesmo assim, voc&ecirc; provavelmente aprendeu desde jovem que a Argentina &eacute; nossa verdadeira inimiga no contexto esportivo &mdash; e isso ocorre em diversas modalidades.
Mas quando expandimos essa an&aacute;lise para uma rivalidade realmente ferrenha, nossa rela&ccedil;&atilde;o com os hermanos ainda &eacute; de certa forma amistosa. Pensando nisso, hoje vamos falar um pouco mais sobre as seis maiores rivalidades sociopol&iacute;ticas que acontecem ao redor do mundo.&nbsp;
<h2>1. Reino Unido e Fran&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/11/11184031468448.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A rela&ccedil;&atilde;o entre brit&acirc;nicos e franceses sempre foi um pouco conturbada. Desde a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/109343-conheca-as-super-armas-usadas-na-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade M&eacute;dia</a>, os reis de ambos os lados constantemente estiveram em estado de guerra e a mais famosa delas foi a conquista normanda da Inglaterra no s&eacute;culo XI.
Pouco tempo depois, os ingleses planejaram uma vingan&ccedil;a que ficou conhecida como a guerra mais longa e mais sangrenta da hist&oacute;ria: a Guerra dos Cem Anos. Apesar de terem sido aliados por bastante tempo no s&eacute;culo XX, a sa&iacute;da recente do Reino Unido da Uni&atilde;o Europeia tem resgatado um pouco da raiva guardada entre os dois povos.
<h2>2. Turquia e Gr&eacute;cia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/11/11184235968450.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Essa rivalidade existe desde a destrui&ccedil;&atilde;o do Imp&eacute;rio Bizantino pelo Imp&eacute;rio Otomano Turco em 1453, que culminou na Guerra da Independ&ecirc;ncia Grega em 1832. Para se ter ideia da dimens&atilde;o do conflito, as batalhas entre a Gr&eacute;cia e o Imp&eacute;rio Otomano resultariam na Primeira Guerra Mundial, posteriormente.
Apesar da dissolu&ccedil;&atilde;o do Imp&eacute;rio Otomano, gregos e turcos continuaram em guerra por muitos anos. O reflexo dessas lutas pode ser visto at&eacute; hoje, dado o fato que ainda existe um clima de tens&atilde;o entre as duas na&ccedil;&otilde;es.
<h2>3. China e Jap&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/11/11184552234451.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de outras rivalidades se estenderem por s&eacute;culos, poucas s&atilde;o t&atilde;o prolongadas quanto a que ocorre entre China e Jap&atilde;o, que registraram a primeira batalha entre si em 663. Com o Imp&eacute;rio Japon&ecirc;s anexando alguns territ&oacute;rios chineses antes do fim da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/45071-8-misterios-da-segunda-guerra-mundial-que-continuam-sem-resposta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, a inimizade entre os dois pa&iacute;ses s&oacute; cresceu em tempos recentes.
At&eacute; hoje, a China acusa o Jap&atilde;o de n&atilde;o reconhecer as atrocidades cometidas nesse per&iacute;odo, que envolvem o uso de armas qu&iacute;micas, assassinato em massa e estupros em s&eacute;rie na invas&atilde;o de Nanquim.
<h2>4. Coreia do Sul e Coreia do Norte</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/11/11184640796453.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A Grande Coreia foi dividida entre duas na&ccedil;&otilde;es como resultado da Segunda Guerra Mundial, com os sovi&eacute;ticos apoiando o territ&oacute;rio comunista ao norte e os norte-americanos dando apoio ao lado democr&aacute;tico no sul. Cinco anos depois, a Coreia do Norte j&aacute; havia declarado guerra aos seus vizinhos, que se defenderam com a ajuda da China e dos Estados Unidos.
Tecnicamente, Coreia do Norte e Coreia do Sul permanecem em guerra at&eacute; hoje. Por&eacute;m, a rela&ccedil;&atilde;o entre os dois pa&iacute;ses parece estar melhorando desde 2018.
<h2>5. &Iacute;ndia e Paquist&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/11/11184744470455.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Desde que os brit&acirc;nicos partiram da &Iacute;ndia e o pa&iacute;s se fragmentou em 1947, uma tens&atilde;o religiosa entre hindu&iacute;stas e mu&ccedil;ulmanos tomou conta da regi&atilde;o. Daquele tempo para c&aacute;, foram quatro guerras territoriais travadas entre &Iacute;ndia e Paquist&atilde;o, o que incitou uma enorme rivalidade entre as duas na&ccedil;&otilde;es.
Atualmente, ambos os pa&iacute;ses possuem uma larga escala de armas nucleares e a rela&ccedil;&atilde;o entre os dois &eacute; uma verdadeira bomba-rel&oacute;gio para o mundo.
<h2>6. Israel e Palestina</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/11/11185005691459.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A rela&ccedil;&atilde;o de inimizade entre Israel e Palestina &eacute; de longe a mais complexa e que divide opini&otilde;es no cen&aacute;rio pol&iacute;tico internacional. Os judeus israelitas e os &aacute;rabes palestinos t&ecirc;m longas ra&iacute;zes hist&oacute;ricas na regi&atilde;o, sobretudo em Jerusal&eacute;m.&nbsp;
Por conta disso, diversos confrontos armados ocorreram entre os grupos nos &uacute;ltimos tempos e que s&oacute; v&ecirc;m piorando desde a ocupa&ccedil;&atilde;o israelense da Palestina. Esse inclusive &eacute; um dos motivos para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118779-faixa-de-gaza-o-que-e-onde-fica-e-o-que-acontece-la.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Faixa de Gaza</a>, que &eacute; um territ&oacute;rio palestino de fronteira com Israel, ser um dos lugares mais perigosos do planeta. &nbsp;

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Quais são as maiores rivalidades entre países vizinhos?

Imagem de Afeganistão: a vida a partir de agora com o controle do Talibã no megacurioso

Sob o comando do Talibã, o Afeganistão está fadado a se tornar um país em que todos os tipos de extremismo podem prosperar

Com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119658-6-fatos-para-entender-retorno-do-taliba-ao-poder-no-afeganistao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sa&iacute;da do ex&eacute;rcito estadunidense do Afeganist&atilde;o</a> depois de 20 anos, em menos de 2 semanas o Talib&atilde; j&aacute; tomou o controle de Cabul, capital do pa&iacute;s. O Talib&atilde; &eacute; um movimento fundamentalista isl&acirc;mico que se difundiu no Paquist&atilde;o e no Afeganist&atilde;o desde 1994. O grupo &eacute; considerado uma organiza&ccedil;&atilde;o terrorista por v&aacute;rios pa&iacute;ses e durante d&eacute;cadas governou regi&otilde;es na base da viol&ecirc;ncia e do medo.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;AFP&nbsp;" data-fonte-url="https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2021/08/professores-se-despedem-de-alunas-a-angustia-das-mulheres-com-a-volta-do-taleban-no-afeganistao.shtml?utm_source=twitter&amp;utm_medium=social&amp;utm_campaign=twfolha"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/16/16114435358147.jpg" alt="O Talib&atilde; controlou o Afeganist&atilde;o entre 1996 e 2001, quando seguiu uma vers&atilde;o radical do islamismo nos costumes, vetando o consumo de &aacute;lcool e livre circula&ccedil;&atilde;o de mulheres. (Fonte: AFP/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />O Talib&atilde; controlou o Afeganist&atilde;o entre 1996 e 2001, quando seguiu uma vers&atilde;o radical do islamismo nos costumes, vetando o consumo de &aacute;lcool e a livre circula&ccedil;&atilde;o de mulheres. (Fonte: AFP/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Depois do atentado de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos enviaram tropas ao pa&iacute;s com a finalidade de capturar Osama bin Laden e acabar com a Al-Qaeda. Portanto, desde aquela &eacute;poca, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/103317-15-imagens-que-mostram-o-afeganistao-antes-do-regime-do-taliba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Afeganist&atilde;o</a> conseguiu eleger democraticamente dois presidentes, mas a corrup&ccedil;&atilde;o sist&ecirc;mica sempre foi um problema para o pa&iacute;s.
<h2>Como fica a vida das pessoas agora que o Talib&atilde; est&aacute; no poder?</h2>
Com o hist&oacute;rico de governo do Afeganist&atilde;o, as perspectivas de vida para os afeg&atilde;os s&atilde;o as piores, principalmente para mulheres e outras minorias. Mais de 250 mil pessoas foram deslocadas pelos combates e tentaram ref&uacute;gio na capital afeg&atilde;. Parte da popula&ccedil;&atilde;o ainda tentou fugir do pa&iacute;s, por estradas e aeroportos, mas o caos tomou conta, e os voos comerciais foram cancelados.&nbsp;
Algumas das fam&iacute;lias que fugiram das &aacute;reas j&aacute; controladas disseram que os militantes exigiam que meninas e mulheres solteiras fossem entregues para se tornarem esposas dos combatentes. Na capital, as aulas foram proibidas e as professoras da Universidade de Cabul se despediram de suas alunas sem previs&atilde;o de formatura.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/16/16115049754155.jpg" alt="De acordo com o portal local de not&iacute;cias Shamshad News, a vacina&ccedil;&atilde;o contra a covid-19 j&aacute; foi interrompida na prov&iacute;ncia de Paktia, no leste do pa&iacute;s. Desde a tomada da regi&atilde;o, as vacinas pararam de ser distribu&iacute;das. (Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Segundo o portal de not&iacute;cias Shamshad News, a vacina&ccedil;&atilde;o contra a covid-19 foi interrompida na prov&iacute;ncia de Paktia, no leste do pa&iacute;s. (Fonte: Getty Images/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com o grupo no poder, o Talib&atilde; voltar&aacute; a impor a <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/99226-as-mulheres-e-o-isla-entenda-o-papel-feminino-no-mundo-muculmano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sharia</a>, uma lei isl&acirc;mica que inclui apedrejamento por adult&eacute;rio, amputa&ccedil;&atilde;o de uma ou ambas as m&atilde;os por roubo e proibi&ccedil;&atilde;o de meninas com mais de 12 anos de irem &agrave; escola.&nbsp;
As mulheres est&atilde;o sendo for&ccedil;adas a usarem burca &mdash; veste que cobre todo o corpo e apresenta apenas uma tela estreita na altura dos olhos &mdash;, e as pessoas que infringirem regras sociais ser&atilde;o espancadas.

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Afeganistão: a vida a partir de agora com o controle do Talibã

Imagem de 6 fatos para entender retorno do Talibã ao poder no Afeganistão no megacurioso

Saída dos Estados Unidos facilitou o processo de retomada de poder

Vinte anos ap&oacute;s serem destitu&iacute;dos do poder por meio de uma invas&atilde;o liderada pelos Estados Unidos (EUA), integrantes do Talib&atilde; invadiram a capital do Afeganist&atilde;o, Cabul, no &uacute;ltimo domingo (15) e enfrentaram quase nenhuma resist&ecirc;ncia das for&ccedil;as oficiais. O presidente do pa&iacute;s, Ashraf Ghani, fugiu e o governo entrou em colapso.
Mas como as tropas do Talib&atilde; conseguiram tomar o pa&iacute;s em t&atilde;o pouco tempo? Alguns fatos s&atilde;o importantes para entender essa hist&oacute;ria e como tudo chegou at&eacute; esse ponto. Veja!
<h2>1. A mais longa guerra dos EUA</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/16/16115042004154.jpeg" alt="(Fonte: Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os eventos que marcaram a chegada do Talib&atilde; a Cabul foram um final dram&aacute;tico e incerto para a mais longa <a href="https://www.megacurioso.com.br/imagens-extraordinarias/30629-camera-em-capacete-registra-acao-de-soldado-em-enfrentamento-contra-talibas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">guerra travada pelos EUA</a>. O in&iacute;cio de tudo foi a recusa do grupo em entregar Osama bin Laden ap&oacute;s os ataques de 11 de setembro de 2001. Poucas semanas depois, for&ccedil;as lideradas pelos EUA invadiram o Afeganist&atilde;o e derrubaram o Talib&atilde; no final do mesmo ano.
<h2>2. Vidas perdidas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/16/16115211396156.jpg" alt="(Fonte: Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O envolvimento dos EUA saltou daquilo que era para durar alguns meses para anos. A partir de ent&atilde;o, segundo o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/103317-15-imagens-que-mostram-o-afeganistao-antes-do-regime-do-taliba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Projeto Custos da Guerra</a>, da Brown University, mais de 73 mil pessoas perderam suas vidas, entre aliados, militares dos EUA, contratados e for&ccedil;as afeg&atilde;s (militares e policiais). Al&eacute;m desse n&uacute;mero, ainda &eacute; preciso considerar os mais de 47 mil civis mortos.
<h2>3. O custo</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: AKHTER GULFAM / EFE/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://brasil.elpais.com/internacional/2021-08-10/retirada-dos-eua-deixa-o-caminho-livre-para-ofensiva-do-taliba-no-afeganistao.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/16/16115632897163.jpg" alt="Fronteiras fechadas entre o Paquist&atilde;o e Afeganist&atilde;o pelo Talib&atilde;" />Fronteiras fechadas entre o Paquist&atilde;o e Afeganist&atilde;o pelo Talib&atilde;
Ap&oacute;s 20 anos, o gasto dos EUA, incluindo os custos para treinar os militares do pa&iacute;s e ajudar a reconstruir o governo, chegou a US$ 2,26 trilh&otilde;es.
<h2>4. In&iacute;cio da queda</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Mohammad Asif Khan/AP/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/08/11/em-uma-semana-taliba-domina-9-das-34-capitais-regionais-do-afeganistao.ghtml"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/16/16114842283151.jpg" alt="Membros do Talib&atilde; em Farah" />Membros do Talib&atilde; em Farah.
Embora a queda do governo afeg&atilde;o tenha acontecido rapidamente ao longo da &uacute;ltima semana, seu in&iacute;cio come&ccedil;ou com a incerteza do que aconteceria ao pa&iacute;s devido &agrave;s negocia&ccedil;&otilde;es entre os EUA e o Talib&atilde;, iniciadas em 2019.
Com o acordo finalizado em fevereiro de 2020, os EUA confirmaram a retirada de sua presen&ccedil;a do Afeganist&atilde;o junto da redu&ccedil;&atilde;o das for&ccedil;as aliadas. Algumas autoridades dos EUA e integrantes das for&ccedil;as militares afeg&atilde;s viram esse acordo como uma derrota ante o Talib&atilde;.
Na &eacute;poca, um oficial das for&ccedil;as especiais do Afeganist&atilde;o chegou a dizer ao Washington Post que &ldquo;no dia em que o neg&oacute;cio foi assinado, vimos a mudan&ccedil;a. Todo mundo estava apenas cuidando de si mesmo. Foi como se [os Estados Unidos] nos deixassem cair. &rdquo;
<h2>5. Avan&ccedil;o rel&acirc;mpago</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Mohammad Asif Khan/AP/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/08/11/em-uma-semana-taliba-domina-9-das-34-capitais-regionais-do-afeganistao.ghtml"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/16/16114744141150.jpg" alt="(Fonte: Mohammad Asif Khan/AP/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Mohammad Asif Khan/AP/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Desde o in&iacute;cio da retirada das tropas dos EUA do Afeganist&atilde;o, o Talib&atilde; conseguiu varrer quase a metade dos 400 distritos do pa&iacute;s. A ofensiva de poucos meses sobrecarregou o governo afeg&atilde;o, culminando no cerco de Cabul.
<h2>6. A estrat&eacute;gia do Talib&atilde;</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Stringer/Anadolu Agency/ Getty Images/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/2021/08/09/taliba-conquista-a-quinta-capital-do-afeganistao-apos-ofensiva-pelo-pais"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/16/16114509499148.jpg" alt="Sem ajuda, for&ccedil;as afeg&atilde;s n&atilde;o conseguiram conter o Talib&atilde;" />Sem ajuda, for&ccedil;as afeg&atilde;s n&atilde;o conseguiram conter o Talib&atilde;
A presen&ccedil;a do governo afeg&atilde;o se dava nos distritos por meio de uns poucos pr&eacute;dios protegidos por uma pequena for&ccedil;a policial ou militar, sendo que em alguns casos isso consistia em uma mil&iacute;cia paga pelo governo.&nbsp;Logo, a &uacute;nica for&ccedil;a oficial do pa&iacute;s naquele distrito, e por quil&ocirc;metros em qualquer dire&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o passava de um pequeno grupo armado. E, claro, o Talib&atilde; se aproveitou disso para seus avan&ccedil;os.
Ainda <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119659-afeganistao-a-vida-a-partir-de-agora-com-o-controle-do-taliba.htm" target="_blank">n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel saber exatamente o que esperar do futuro</a>. Um l&iacute;der do grupo disse &agrave; ag&ecirc;ncia Reuters que os integrantes do Talib&atilde;&nbsp;devem garantir que os civis retornem &agrave; normalidade e que n&atilde;o sejam assustados. Do outro lado, v&aacute;rios pa&iacute;ses temem que a crise cause mais problemas humanit&aacute;rios ao Afeganist&atilde;o e que o grupo se torne, mais uma vez, um reduto poderoso de extremistas.

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6 fatos para entender o retorno do Talibã ao poder no Afeganistão

Imagem de Louis Réard criou o biquíni que revolucionou a Guerra Fria no megacurioso

O que você veste hoje na praia, já foi motivo de multa e censura pela sociedade de 1940

Foi no ver&atilde;o de 1946, &agrave; sombra de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115935-castle-bravo-a-maior-bomba-nuclear-ja-detonada-pelos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ataque nuclear</a>, que surgiu o biqu&iacute;ni. Quando o engenheiro automotivo franc&ecirc;s Louis R&eacute;ard lan&ccedil;ou o primeiro design moderno para a pe&ccedil;a, o Vaticano o decretou como "pecaminoso", e v&aacute;rios estados dos Estados Unidos (EUA) proibiram seu uso em p&uacute;blico.
Desde a d&eacute;cada de 1930, a sociedade estava acostumada com o estilo europeu do mai&ocirc;, que cobria tudo exceto uma faixa do torso.Ent&atilde;o, a vers&atilde;o ousada de R&eacute;ard, para algo que hoje &eacute; naturalizado, causou tanto estranhamento e vergonha que nem mesmo as modelos queriam us&aacute;-lo de t&atilde;o expostas que se sentiam.
Foi por isso que o franc&ecirc;s contratou a dan&ccedil;arina Micheline Bernardini para estrear sua cria&ccedil;&atilde;o em um concurso de beleza, em 5 de julho de 1946. Foi l&aacute; que R&eacute;ard apelidou aqueles &ldquo;quatro tri&acirc;ngulos do nada&rdquo; de &ldquo;biqu&iacute;ni&rdquo;, em refer&ecirc;ncia ao atol da Ilha do Pac&iacute;fico &mdash; que teve v&aacute;rias ilhas devastadas pelos experimentos nucleares da Opera&ccedil;&atilde;o Crossroads.
<h2>A guerra dos mai&ocirc;s</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175133229341.jpg" alt="(Fonte: Portal Pepper/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Portal Pepper/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
R&eacute;ard, que assumiu o neg&oacute;cio de lingerie de sua m&atilde;e no in&iacute;cio de 1940, divulgou que o seu "menor mai&ocirc; do mundo" seria t&atilde;o "explosivo" quanto os testes nucleares dos EUA que deslumbrava a todos.&nbsp;A compara&ccedil;&atilde;o fazia sentido, visto que os designers haviam entrado em guerra entre si desde 1943, por causa da lei federal dos Estados Unidos que ordenava que o mesmo tecido sint&eacute;tico usado na produ&ccedil;&atilde;o da pe&ccedil;a fosse reservado para a fabrica&ccedil;&atilde;o de p&aacute;ra-quedas durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119091-jasper-maskelyne-o-magico-que-enganou-a-todos-na-2-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175407605343.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mesmo com o fim do conflito, quando a pe&ccedil;a mais barata e f&aacute;cil de produzir de R&eacute;ard chegou &agrave; ind&uacute;stria, a competi&ccedil;&atilde;o entre os designers de mai&ocirc;s, em 1946, foi diretamente associada ao cen&aacute;rio da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119421-aos-10-anos-samantha-smith-tentou-acabar-com-a-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a> e das armas de destrui&ccedil;&atilde;o em massa. Al&eacute;m disso, eles tamb&eacute;m viram uma oportunidade de capitalizar ainda mais o pr&oacute;prio produto sobre o m&oacute;rbido medo da aniquila&ccedil;&atilde;o nuclear que as pessoas sentiam.
At&eacute; o governo dos Estados Unidos tentou suavizar a imagem dos testes nucleares ao fazer homenagens &agrave;s beldades de Hollywood nas bombas que produziam, como aconteceu com a atriz Rita Hayworth, que teve sua foto colocada sob a bomba da Opera&ccedil;&atilde;o Crossroads com a frase: &ldquo;Linda, mortal e usando todas as armas de uma mulher&rdquo;.
<h2>Uma revolu&ccedil;&atilde;o "explosiva"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175515558345.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi naquela mesma semana que R&eacute;ard anunciou seu biqu&iacute;ni, um exemplo duradouro de como a ind&uacute;stria se aproveitava da Guerra Fria, levando ao p&eacute; da letra o ditado de que &ldquo;tudo &eacute; justo no amor e na guerra&rdquo;. Na &eacute;poca em que a sexualiza&ccedil;&atilde;o do corpo da mulher atingiu o &aacute;pice no pa&iacute;s, a cria&ccedil;&atilde;o de R&eacute;ard significou apenas um dos fen&ocirc;menos do capitalismo do p&oacute;s-guerra.
A Guerra Fria ficou marcada como o per&iacute;odo em que os americanos mais adquiriram bens de consumo e todos os tipos de produto s&oacute; venderam porque os anunciantes tentaram fazer sentido daquela iminente sensa&ccedil;&atilde;o de morte.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175631637346.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O biqu&iacute;ni vendeu muito e se popularizou porque as mulheres deixaram de lado o medo de mostrar suas barrigas, apoiadas na possibilidade de que talvez n&atilde;o fossem ter a oportunidade de usar algo como aquilo com o fim do mundo t&atilde;o pr&oacute;ximo.
Era o mundo da moda adicionando plut&ocirc;nio na batalha entre o capitalismo e o comunismo.

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Louis Réard criou o biquíni que revolucionou a Guerra Fria

Imagem de Como aconteceu a fuga mais bem-sucedida sob o Muro de Berlim no megacurioso

Ao longo de quase 30 anos, apenas 300 pessoas conseguiram escapar por meio do edificação

Era 1963 quando um grupo de estudantes da Alemanha Ocidental come&ccedil;ou a cavar um t&uacute;nel sob o <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/85737-10-curiosidades-sobre-a-construcao-e-a-queda-do-muro-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Muro de Berlim</a>, h&aacute; cerca de 2 anos ap&oacute;s sua inaugura&ccedil;&atilde;o, com o intuito de reencontrarem a antiga vida. Entre esses jovens estava Joachim Neumann, que havia fugido da Alemanha Oriental usando um passaporte emprestado de um estudante su&iacute;&ccedil;o.
A barreira de pedra de 155 quil&ocirc;metros que cercava a Berlim Ocidental separava o jovem de sua fam&iacute;lia, amigos, namorada e de uma vida inteira, mas Neumann e seus comparsas n&atilde;o passavam de mais alguns desesperados que tentavam transpor a edifica&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
De todas as tentativas ao longo de quase 30 anos, apenas cerca de 300 pessoas conseguiram escapar. Al&eacute;m de uma miss&atilde;o suicida, que poderia ter sido encerrada pelas balas da pol&iacute;cia da Alemanha Oriental, o que tamb&eacute;m era considerado uma estupidez.&nbsp;Mas mesmo assim o jovem n&atilde;o desistiu.
<h2>Um dos poucos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/04/04183651108432.jpg" alt="(Fonte: Huffopost/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Huffopost/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O primeiro projeto de t&uacute;nel de Neumann fracassou quando algu&eacute;m informou &agrave; Stasi, pol&iacute;cia secreta da Alemanha Oriental, que prendeu os refugiados esperan&ccedil;osos. No entanto, ele continuou de maneira implac&aacute;vel; ent&atilde;o, come&ccedil;ou a cavar em uma padaria abandonada no oeste, indo mais longe at&eacute; que seu empreendimento alcan&ccedil;asse a extens&atilde;o de um campo de futebol.&nbsp;Conhecida como T&uacute;nel 57, a passagem funcionou durante 2&nbsp;dias, tornando-se a fuga isolada de maior sucesso na hist&oacute;ria do Muro de Berlim.
Na &eacute;poca, Neumann tinha 21 anos e estudava Engenharia Civil na cidade de Cottbus, na Alemanha Oriental, a cerca de 120 quil&ocirc;metros a sudeste de Berlim, quando decidiu fugir. Por&eacute;m, n&atilde;o foi uma tarefa f&aacute;cil, como ele mesmo percebeu, ainda mais diante das estat&iacute;sticas: mais de 250 mil pessoas foram detidas como prisioneiros pol&iacute;ticos tentando escapar e 100 foram mortas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/04/04184144249437.jpg" alt="(Fonte: Sutori/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Sutori/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Enganava-se quem pensava que s&oacute; ser preso era o final da linha. Nas instala&ccedil;&otilde;es da Stasi, os desertores sofriam todos os tipos de tortura f&iacute;sica e mental, al&eacute;m de serem submetidos a condi&ccedil;&otilde;es de vida deplor&aacute;veis.
Ent&atilde;o, o jeito foi cavar 11 metros no ch&atilde;o de uma padaria perto da fronteira e ir longe o suficiente para passar pela "Faixa da Morte", uma vasta por&ccedil;&atilde;o de terra repleta de espig&otilde;es de a&ccedil;o, al&eacute;m de ser supervisionada por holofotes e torres de guarda.
O &aacute;rduo trabalho de construir o t&uacute;nel levou 5 meses. Os jovens dormiam na padaria e revezavam os turnos durante as semanas. A passagem ficou pronta em 3 de outubro de 1964, foi quando eles enviaram uma mensagem para todas as pessoas para as quais eles haviam cavado dizendo em que momento deveriam encontr&aacute;-los no pr&eacute;dio Strelitzer Strasse 55 e sussurrar a palavra "T&oacute;quio".
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/04/04184332124438.png" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi um dos guardas da fronteira que notou a movimenta&ccedil;&atilde;o e mandou alguns policiais at&eacute; o pr&eacute;dio, que perceberam rapidamente o que estava acontecendo. Na confus&atilde;o que se sucedeu, enquanto os jovens recuavam pelo t&uacute;nel para tentar voltar para a padaria, um deles foi baleado e morto pelos policiais.
O governo da Alemanha Oriental demoliu o t&uacute;nel e atribuiu a morte dele aos "jovens radicais". Como resposta a acusa&ccedil;&atilde;o, os escavadores enviaram bal&otilde;es por cima da do Muro de Berlim com a mensagem:
"O verdadeiro assassino &eacute; o sistema que abordou a fuga em massa de seus cidad&atilde;os n&atilde;o removendo a causa do problema, mas construindo uma parede e dando ordem para os alem&atilde;es atirarem nos pr&oacute;prios alem&atilde;es".

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Como aconteceu a fuga mais bem-sucedida sob o Muro de Berlim

Imagem de Quais países testam bombas nucleares, mesmo com o tratado de proibição? no megacurioso

Há quase 60 anos, em agosto de 1963, foi assinado um acordo de proibição parcial de testes nucleares — mas quais países ainda os fazem?

H&aacute; pouco mais de 58 anos, em 5 de agosto de 1963, os Estados Unidos, a Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica e a Gr&atilde;-Bretanha assinaram o Tratado de Interdi&ccedil;&atilde;o Parcial de Testes Nucleares (o "pouco mais" fica por conta do redator (<a href="https://www.megacurioso.com.br/autor/1022-evandro-voltolini/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eu</a>), que atrasou esta pauta que era para ter sa&iacute;do ontem).&nbsp;
Bem, mas o importante &eacute; que esse documento, tamb&eacute;m chamado de Tratado de Moscou, pro&iacute;be a realiza&ccedil;&atilde;o de testes com armas nucleares na atmosfera, sob a &aacute;gua e no espa&ccedil;o. Na pr&aacute;tica, s&oacute; poderiam ser feitos testes no subsolo.
Depois dos tr&ecirc;s primeiros pa&iacute;ses assinarem, outros tamb&eacute;m puderam assinar o Tratado em Moscou, Londres ou Washington. A maioria dos pa&iacute;ses do mundo fez isso, com algumas exce&ccedil;&otilde;es not&oacute;rias, como Fran&ccedil;a, China e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117644-coreia-do-norte-a-mente-do-ditador-estreia-na-natgeo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Coreia do Norte</a>. Ainda assim, isso n&atilde;o significa que as bombas nucleares n&atilde;o existam mais &mdash; elas est&atilde;o por a&iacute; e testes ainda s&atilde;o realizados.&nbsp;
<ul>
<li><a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leia outras curiosidades sobre guerras no Mega Curioso</a></li>
</ul>
<h2>Por que o Tratado de Moscou foi criado?</h2>
As bombas nucleares &mdash; tamb&eacute;m chamadas de bombas at&ocirc;micas &mdash; foram usadas em guerras duas vezes na hist&oacute;ria: em Hiroshima e Nagasaki. Al&eacute;m de destruir as cidades e matar entre 130 e 230 mil pessoas na hora, a radia&ccedil;&atilde;o liberada pelas bombas fez muitas v&iacute;timas nos meses e anos seguintes. S&oacute; isso j&aacute; &eacute; um bom motivo para n&atilde;o querer mais armas como essas.&nbsp;
Por&eacute;m, com o fim da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/45071-8-misterios-da-segunda-guerra-mundial-que-continuam-sem-resposta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, come&ccedil;ou a Guerra Fria &mdash; com o constante temor de um conflito armado entre as superpot&ecirc;ncias capitalistas e comunistas. Nesse contexto, os Estados Unidos fizeram mais de 160 testes com armas nucleares, a Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica come&ccedil;ou a preparar as suas e a Gr&atilde;-Bretanha n&atilde;o quis ficar para tr&aacute;s.&nbsp;
Em meados dos anos 1950, o mundo todo j&aacute; estava com medo desse arsenal, pois dizia-se que a Terra inteira poderia ir pelos ares. A bomba mais potente da hist&oacute;ria (<a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/37427-conheca-a-historia-da-mais-poderosa-bomba-nuclear-ja-criada-pela-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">j&aacute; falamos sobre ela aqui)</a> tinha 3 mil vezes mais for&ccedil;a do que a de Hiroshima, e a onda de choque causada por sua detona&ccedil;&atilde;o deu a volta 3 vezes na Terra, sendo sentida em todo o planeta.&nbsp;
Mais ou menos nesse per&iacute;odo, os Estados Unidos detonaram dezenas de bombas em ilhas no Oceano Pac&iacute;fico. O Atol de Bikini se tornou um dos maiores s&iacute;mbolos disso: ele &eacute; inabit&aacute;vel e 10 vezes mais radioativo do que a zona proibida de Chernobyl at&eacute; hoje. Esses testes trouxeram a <a href="https://www.megacurioso.com.br/radiacao/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">radia&ccedil;&atilde;o</a> e suas doen&ccedil;as at&eacute; para quem morava nas ilhas pr&oacute;ximas. &nbsp;
Para fim, tivemos a <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/90639-5-momentos-em-que-a-humanidade-quase-enfrentou-um-apocalipse-nuclear.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Crise dos M&iacute;sseis de Cuba</a>, em 1962 &mdash; quando a briga entre EUA e URSS quase aconteceu mesmo, e o mundo inteiro ficou naquela situa&ccedil;&atilde;o extremamente preocupante. A corrida armamentista e nuclear precisava ser freada.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/05/05223117948004.jpeg" alt="Imagem: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />Imagem: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o
<h2>Ainda h&aacute; muitas bombas nucleares</h2>
Depois do Tratado de Moscou, de 5 de agosto de 1963, outros acordos foram assinados para diminuir o n&uacute;mero de bombas at&ocirc;micas no mundo. O Pacto de N&atilde;o Prolifera&ccedil;&atilde;o Nuclear, por exemplo, fez que os pa&iacute;ses nucleares se comprometessem a diminuir seus arsenais, com a condi&ccedil;&atilde;o de que os outros pa&iacute;ses n&atilde;o desenvolvessem armas do mesmo tipo.&nbsp;
Desse modo, o n&uacute;mero de bombas at&ocirc;micas diminuiu bastante em todo o mundo: de mais de 70 mil para cerca de 13 mil, a maior parte nas m&atilde;os dos Estados Unidos e da R&uacute;ssia. Entretanto, "s&oacute;" essas bombas j&aacute; s&atilde;o o suficiente para matar milh&otilde;es de pessoas e prejudicar bilh&otilde;es (pois &eacute;!) com sua radia&ccedil;&atilde;o. Por isso, h&aacute; muitas campanhas para acabar com todo o arsenal.
No entanto, essas quest&otilde;es s&atilde;o bastante complexas. Para come&ccedil;ar, a pr&oacute;pria exist&ecirc;ncia de bombas por todos os lados &eacute; uma garantia de que nenhum pa&iacute;s vai detonar as suas &mdash; todo mundo ser&aacute; prejudicado. Mas e se algu&eacute;m detonar uma bomba por engano, como no caso de uma amea&ccedil;a falsa, por exemplo? Na era das <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109942-quer-descobrir-como-nasce-uma-fake-news-vem-que-a-gente-te-conta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fake news</a>, isso &eacute; uma grande preocupa&ccedil;&atilde;o.
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/YtCTzbh4mNQ" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
O problema &eacute; que novas for&ccedil;as podem querer entrar nesse contexto, como &eacute; o caso da China. Agora mesmo, no in&iacute;cio de agosto de 2021, pesquisadores estadunidenses observaram silos para guardar bombas nucleares em desertos no interior do gigante asi&aacute;tico. Eles estimam que os chineses podem guardar entre 200 e 350 bombas l&aacute;.&nbsp;
Todos sabiam que a China tinha uma ou outra arma nuclear, mas a nova descoberta faz pensar que o pa&iacute;s est&aacute; aumentando seu arsenal. Por&eacute;m, os Estados Unidos tamb&eacute;m n&atilde;o s&atilde;o santos nessa hist&oacute;ria a&iacute;: cerca de US$ 2 bilh&otilde;es ser&atilde;o investidos nas pr&oacute;ximas 2 d&eacute;cadas para modernizar as bases de m&iacute;sseis nucleares do pa&iacute;s. H&aacute; um grande lobby da ind&uacute;stria b&eacute;lica e de pol&iacute;ticos de estados onde ficam essas bases nucleares.&nbsp;
Atualmente, sabe-se que 9 pa&iacute;ses t&ecirc;m armas nucleares: Estados Unidos, R&uacute;ssia, Gr&atilde;-Bretanha, Fran&ccedil;a, China, &Iacute;ndia, Paquist&atilde;o, Israel e Coreia do Norte. O Ir&atilde; mexeu com energia nuclear nos &uacute;ltimos anos e, mesmo jurando que era tudo "na paz", sofreu san&ccedil;&otilde;es dos Estados Unidos e da Europa, mas se todos os pa&iacute;ses mantiverem suas bombas nucleares bem guardadas, est&aacute; tudo bem.

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Quais países testam bombas nucleares mesmo com o tratado de proibição?

Imagem de Por que o Brasil não aguentaria uma guerra? no megacurioso

Se a ameaça de um conflito surgisse, não daria tempo do Exército reagir

Em uma entrevista de 2012, o Ex&eacute;rcito brasileiro declarou que eles usam fuzis do modelo FAL, fabricado pela empresa brasileira Imbel, que t&ecirc;m mais de 45 anos de uso. Al&eacute;m disso, mais de 120 mil pe&ccedil;as de artilharia do arsenal militar j&aacute; t&ecirc;m cerca de 30 anos de uso.
Com 92% dos equipamentos de comunica&ccedil;&atilde;o obsoletos, dos quais 87% deles est&atilde;o inutiliz&aacute;veis, o Ex&eacute;rcito tem muni&ccedil;&atilde;o para apenas uma hora de guerra, conforme informou o general da reserva Maynard Marques de Santa Rosa, ex-secret&aacute;rio de Pol&iacute;tica, Estrat&eacute;gia e Assuntos Internacionais do Minist&eacute;rio da Defesa.
&ldquo;Nossa artilharia, carros de combate e grande parte do armamento foram comprados nas d&eacute;cadas de 1970 e 1980&rdquo;, declarou o general Carlos Alberto Pinto Silva, ex-chefe do Comando de Opera&ccedil;&otilde;es Terrestres (Coter). &ldquo;Existe a ideia err&ocirc;nea de que n&atilde;o h&aacute; amea&ccedil;a, mas se ela surgisse, n&atilde;o daria tempo de reagir&rdquo;.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23232553946011.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para Carlos Alberto, o estado pueril das For&ccedil;as Armadas &eacute; o retrato do quanto o &oacute;rg&atilde;o n&atilde;o &eacute; valorizado no pa&iacute;s. Nos &uacute;ltimos 10 anos, o Brasil investiu apenas 1,5% de seu PIB em defesa, segundo os dados fornecidos pelo Minist&eacute;rio.
A situa&ccedil;&atilde;o do Ex&eacute;rcito brasileiro em nada se parece com o daquele que lutou na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119091-jasper-maskelyne-o-magico-que-enganou-a-todos-na-2-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, expulsando as tropas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler&nbsp;</a>que sobraram no norte da It&aacute;lia. Em janeiro de 1945, os soldados brasileiros conseguiram dominar as cidades de Massarosa, Camaiore e Monte Prano.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/23/23232656398012.jpg" alt="(Fonte: Tecnoblog/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Tecnoblog/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Brasil tamb&eacute;m participou da Guerra do Paraguai e venceu a Guerra dos Farrapos. Apesar de ter perdido durante a Guerra da Cisplatina, o Brasil desempenhou uma participa&ccedil;&atilde;o fundamental durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm#:~:text=A%20Primeira%20Guerra%20Mundial%20tamb%C3%A9m,como%20a%20Tr%C3%A9gua%20de%20Natal." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial&nbsp;</a>ao enviar m&eacute;dicos para socorrer seus aliados feridos evacuados da frente de batalha.
A Estrat&eacute;gia Nacional de Defesa (END) assinada em 2008, prevendo o reaparelhamento imediato das For&ccedil;as Armadas do Brasil, n&atilde;o teve muito impacto ao tentar repaginar a institui&ccedil;&atilde;o para buscar proje&ccedil;&atilde;o internacional e conquistar um assento permanente no Conselho de Seguran&ccedil;a da Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU).
Nove anos ap&oacute;s a entrevista dada pelo general Maynard Marques de Santa Rosa, &eacute; reconhecido pelos estudiosos de ci&ecirc;ncia pol&iacute;tica que a Defesa brasileira precisa ser modernizada, visto que o pa&iacute;s ainda n&atilde;o aguentaria nenhum tipo de ataque.
No entanto, todo o investimento que o atual presidente Jair Bolsonaro encaminha para a institui&ccedil;&atilde;o &eacute; destinado exclusivamente para gastos prim&aacute;rios (sal&aacute;rios, aposentadorias e outros), como ficou claro no documento enviado ao Congresso em 31 de agosto de 2020, com a proposta de R$ 110,7 bilh&otilde;es &mdash; para o Ex&eacute;rcito brasileiro continuar servindo como fachada.

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Por que o Brasil não aguentaria uma guerra?

Imagem de Trens-ambulância foram uma revolução na Primeira Guerra Mundial no megacurioso

Sem eles, provavelmente haveria mais alguns milhares de mortos na conta do conflito

Um pouco antes de a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119035-pesadelo-a-vida-nas-trincheiras-durante-a-1-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a> ser declarada na Europa, o governo brit&acirc;nico j&aacute; vinha preparando secretamente a log&iacute;stica dos feridos e v&iacute;timas massivas que o conflito causaria.
Ent&atilde;o, eles reuniram os gerentes das maiores ferrovias da Gr&atilde;-Bretanha para projetarem os denominados "trens-ambul&acirc;ncia", que j&aacute; haviam sido usados no s&eacute;culo XIX durante a Guerra da Crimeia, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119209-caso-dred-scott-a-decisao-que-impulsionou-a-guerra-civil-americana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Civil Americana&nbsp;</a>e na Guerra dos B&ocirc;eres.
As instala&ccedil;&otilde;es de hospitais foram adaptadas para caberem em um comboio de 500 metros, com enfermarias, farm&aacute;cias, salas de cirurgia de emerg&ecirc;ncia, cozinhas e acomoda&ccedil;&otilde;es de funcion&aacute;rios.
Os moldes do projeto foram enviados para todos os engenheiros respons&aacute;veis por cada linha f&eacute;rrea do pa&iacute;s, que trabalhou dia e noite para construir os trens. Quando a guerra come&ccedil;ou, em 4 de agosto de 1914, a ind&uacute;stria ferrovi&aacute;ria j&aacute; estava pronta.
<h2>Salva&ccedil;&atilde;o ao longo dos trilhos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26202652528404.png" alt="(Fonte: Science Museum Group/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Science Museum Group/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nos primeiros dias da guerra, as v&iacute;timas que voltaram para a Gr&atilde;-Bretanha foram levadas pelo trem-ambul&acirc;ncia de Southampton para o hospital militar pr&oacute;ximo de Netley. No entanto, conforme as v&iacute;timas foram aumentando exponencialmente, em um dos conflitos com maior &iacute;ndice de mortes diretas (cerca de 20 milh&otilde;es no total), elas eram encaminhadas para hospitais de campanha e outras institui&ccedil;&otilde;es de cuidados rec&eacute;m-inauguradas por todo o pa&iacute;s.
Apesar de estarem sob a vigil&acirc;ncia de m&eacute;dicos e enfermeiros com grandes chances de sobreviverem, a viagem dos pacientes era t&atilde;o dolorosa quanto suas feridas. As camas eram apertadas e claustrof&oacute;bicas, o trepidar das rodas do trem piorava as dores, e o espa&ccedil;o era imundo com a sujeira dos homens que vinham diretamente de dias em um buraco lamacento.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;All About HIstory&nbsp;" data-fonte-url="https://www.historyanswers.co.uk/wp-content/uploads/2016/07/Ambulance-train-no.-24-Lancashire-Yorkshire-Railway.-View-of-the-infectious-ward.-July-1915.-Credit-NRM.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26202755746405.jpg" alt="(Fonte: All About History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: All About History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A quantidade de mortes impedia que existisse limpeza adequada nos trens-ambul&acirc;ncia, que transportavam apenas 50 funcion&aacute;rios em compara&ccedil;&atilde;o com os 500 passageiros feridos. Aqueles que recebiam as v&iacute;timas corriam o risco de contrair v&aacute;rias doen&ccedil;as infecciosas deflagradas pelas trincheiras, al&eacute;m de serem bombardeados no meio do caminho.
Os atendentes eram os respons&aacute;veis por buscar &aacute;gua, trocar curativos, alimentar os homens e limpar o trem. Os tr&ecirc;s m&eacute;dicos oficiais determinavam o tipo de tratamento, enquanto tr&ecirc;s enfermeiras prestavam os cuidados m&eacute;dicos qualificados. Em cada ala m&eacute;dica havia um cozinheiro trabalhando no vag&atilde;o-cozinha para manter todos bem alimentados.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/26/26202854418406.jpg" alt="(Fonte: National Railway Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: National Railway Museum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O planejamento cuidadoso n&atilde;o impediu que a ind&uacute;stria ferrovi&aacute;ria n&atilde;o entrasse em colapso na Gr&atilde;-Bretanha, principalmente pelo ac&uacute;mulo em massa de mortos e feridos. S&oacute; em 1918, as empresas constru&iacute;ram 20 trens-ambul&acirc;ncia para uso no pa&iacute;s, e 31 para rodar pelo continente.
Apesar da press&atilde;o, as ferrovias foram essenciais para a log&iacute;stica da Primeira Guerra Mundial, que poderia ter n&uacute;meros ainda mais alarmantes se n&atilde;o fosse pelos trens-ambul&acirc;ncia, que tamb&eacute;m foram usados durante a Segunda Guerra Mundial e at&eacute; o fim da Guerra Fria.&nbsp;
Dessa vez, no entanto, sem a pompa com que foram inaugurados, com milhares de pessoas orgulhosas pelo novo empreendimento, meses antes de se depararem com o horror que o neg&oacute;cio carregaria.

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