Ciência
05/06/2021 às 04:00•2 min de leitura
Aproximadamente 1,1 milhão de pessoas foram assassinadas no campo de concentração de Auschwitz, na Alemanha nazista de Adolf Hitler. O local era um antro de morte, sofrimento e dor, sendo que tudo o que nascia lá já estava condenado.
Nascida em 8 de maio de 1896, na cidade de Lodz, na Polônia, Stanislawa Leszczynska fez de tudo para obter seu certificado como parteira até 1939, quando os alemães invadiram a Polônia durante o Incidente de Gleiwitz, dando início à Segunda Guerra Mundial.
(Fonte: Wielka Historia/Reprodução)
Leszczynska viu seu país se tornar um gueto, com a maioria da população sendo confinada em uma pequena área e forçada a trabalhar para os nazistas, ou morrer por suas armas. Horrorizada com a situação, ela decidiu ajudar as pessoas contrabandeando documentos falsos e alimentos para os judeus dentro do gueto com a ajuda de sua família.
Em 1943, o trabalho que eles faziam foi descoberto e todos foram interrogados pela Gestapo. Muito embora o marido e o filho mais velho tenham conseguido escapar, Leszczynska e seus filhos mais novos foram confinados em campos de concentração diferentes, sendo que ela foi enviada à Auschwitz com apenas uma de suas filhas. Ela nunca mais veria o marido, que foi morto na Revolta de Varsóvia de 1944.
(Fonte: Thereader/Reprodução)
Uma vez no campo, Leszczynska foi designada para trabalhar como parteira na maternidade local, que era um bloco de barracões sujos e caindo aos pedaços onde as mulheres eram conduzidas antes de serem usadas em testes científicos e enviadas para os crematórios.
Junto com uma mulher chamada Irmã Pfani, que supervisionava o quartel de partos, a Irmã Klara, uma parteira assassina, era encarregada de declarar os bebês nascidos natimortos na enfermaria e depois afogá-los em baldes na frente das mães.
Leszczynska também ficou responsável por tatuar os bebês que foram tirados das mães e colocados no sistema de adoção da Lebensborn, que sequestrou para famílias arianas mais de 100 mil bebês só na Polônia. Isso fez com que muitas mulheres matassem os próprios filhos recém-nascidos em vez de entregá-los aos nazistas.
(Fonte: Interia Kobieta/Reprodução)
Enquanto isso, a parteira fez o possível para confortar o coração das mães que perdiam seus filhos diante de seus olhos, em um ambiente insalubre que não havia fraldas, água corrente, cobertores e comida suficiente. Apelidada de "mãe", Leszczynska batizou as crianças e promoveu até velórios para aqueles que morriam nos braços das mulheres.
As historiadoras Susan Benedict e Linda Sheilds estimam que 3 mil bebês nasceram através das mãos de Leszczynska, dos quais 2 mil morreram de fome ou frio, 500 foram enviados para outras famílias e 30 sobreviveram até a queda do campo.
Leszczynska seguiu sua vida como parteira quando voltou a Lodz no pós-guerra, e se tornou uma referência de salvação na Polônia, sendo até nomeada à santidade pela Igreja Católica após a sua morte, em 11 de março de 1974.