Violet Bonham Carter: a icônica vida da avó da atriz Helena Bonham Carter

15/11/2021 às 07:002 min de leitura

É impossível não relacionar o sobrenome Bonham Carter com a atriz Helena Bonham Carter, que fez sucesso nos filmes Harry Potter, Sweeney Todd, Alice no País das Maravilhas e The Crown. Poucos sabem, porém, que seu legado vem de muito antes dos cinemas modernos, pois a avó dela, Lady Violet Asquith, é uma das maiores vozes contra regimes opressores e a favor da liberdade humana.

Nascida em Hampstead (Londres), em 15 de abril de 1887, Helen Violet Asquith teve a infância marcada por tragédias e implicações políticas. Após a morte de sua mãe, Helen Melland, seu pai teve uma ascensão meteórica no eleitorado local e a tentativa de um novo casamento com Margot Tennant, com quem Violet constantemente "batia de frente" e tinha problemas de relacionamento.

Sem o amparo dos irmãos, que frequentavam a Universidade Oxford durante a infância de Violet, a única opção da garota era recorrer a livros e outros documentos deixados por eles ao mesmo tempo que estudava ao lado de governantas e em escolas de aperfeiçoamento. As primeiras oportunidades na sociedade britânica surgiriam para a Lady Asquith apenas em 1905, quando seu pai se tornou chanceler do Tesouro do Reino Unido.

O despertar político-social de Violet

A grande reviravolta na vida de Violet aconteceu em 1908, época em que desenvolveu laços íntimos de amizade com o jovem Winston Churchill, de 32 anos, que sugeriu seu nome para assumir a chefia do gabinete do pai, nomeado primeiro-ministro britânico. Essa promoção foi o "pontapé" para que Lady Asquith tomasse um assento na primeira fila da política britânica e começasse a se manifestar.

(Fonte: Wikipedia / Reprodução)(Fonte: Wikipedia / Reprodução)

Após seu pai deixar o cargo de autoridade nacional, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, a jovem ativista se tornou uma das principais críticas ao Tratado de Versalhes e ao comportamento da Alemanha, advertindo a população sobre "consequências desastrosas de longo prazo pelas quais nossos filhos e as crianças do mundo terão de pagar".

De 1923 a 1925 e entre 1939 e 1945, ela foi eleita presidente da Federação Feminina Liberal e marcou a história do Partido Liberal ao ser designada como a 1ª mulher a servir como diretora da organização. Enérgica e motivada, Bonham Carter concentrou seus esforços na tentativa de "acordar o mundo" das pretensões do governo de Hitler e os perigos de uma nova guerra, especialmente pela ameaçadora proposta de expansão na Europa e da disseminação de ideais totalitários.

"Posso dizer com sinceridade que nada em minha memória política jamais me comoveu mais profundamente ao horror e à indignação do que os eventos recentes na Alemanha", disse ela.

O livro de procurados de Hitler

Devido às críticas fervorosas e à disseminação de ideologias contrárias às suas na Inglaterra, Hitler optou por acrescentar Violet em seu "livro negro", uma espécie de documento confidencial em que ele colocava nomes que pudessem levar riscos ao seu império. Segundo registros oficiais, as pessoas inclusas no manuscrito seriam imediatamente presas caso os soldados alemães conseguissem capturar a ilha britânica.

(Fonte: Wikipedia / Reprodução)(Fonte: Wikipedia / Reprodução)

Após a Segunda Guerra Mundial, as palavras da ativista se espalharam e impulsionaram a formação de uma Europa unificada, carregando apoio às leis em defesa do aborto e da homossexualidade. Violet morreu em 19 de fevereiro de 1969, aos 81 anos, deixando um enorme legado de participação feminina no continente e marcando a Câmara dos Lordes com seu título inédito e expressivo de Baronesa Asquith de Yarnbury.

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