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Mary Ann Bevan: a trágica história da 'mulher mais feia do mundo'

20/02/2022 às 10:002 min de leitura

No início do século XX, a britânica Mary Ann Bevan, afetada pela rara condição de acromegalia, chocou a periferia londrina ao encontrar uma forma de utilizar suas características físicas para sustentar a família e a si própria. Com a alcunha de "mulher mais feia do mundo", ela trabalhou em diversos espetáculos circenses.

Nascida em 20 de dezembro de 1874, Mary Ann era de uma tradicional família rural inglesa. Décadas após se especializar em enfermagem e se mudar para o condado de Kent, Mary se casou com o fazendeiro Thomas Bevan e teve dois filhos e duas filhas, todos saudáveis e oriundos de uma relação feliz. Porém, em 1914, Thomas morreu repentinamente, deixando sua esposa com uma pequena renda e responsável por cuidar sozinha das crianças.

Mary Ann Bevan antes e depois da acromegalia. (Fonte: Wikimedia Commons)Mary Ann Bevan antes e depois da acromegalia. (Fonte: Wikimedia Commons)

Foi então que, pouco tempo antes de completar 45 anos, Mary Ann foi diagnosticada com a condição de acromegalia, causada pela produção excessiva do hormônio do crescimento e por uma proteína chamada IGF-1. Com isso, a viúva de Bevan viu suas características mudarem drástica e rapidamente. Ela passou a desenvolver um crescimento além do normal em algumas partes do corpo, como mãos, pés, nariz, testa, mandíbula e cabeça.

Mary Ann, então, conformada com sua nova aparência, inscreveu-se para participar em um concurso local para encontrar a "mulher mais feia do mundo". Ela venceu facilmente, de acordo com os relatos, cerca de 250 concorrentes e chamou a atenção de produtores de eventos alternativos, tornando-se um dos principais nomes para exibição em feiras, tendas de circo e shows com "aberrações".

Tudo para sobreviver

Em 1920, Mary foi convidada para se juntar ao elenco do Barnum and Bailey — o maior e mais famoso "circo dos horrores". Caracterizado pela equipe como "o rosto de uma mulher feia que não era desagradável", a nova figura dos espetáculos secundários londrinos passou a exibir seus 154 quilos e 1,75 metros de altura — quase 3,5 metros, com sapatos especiais. Ela performou o lado de "aberrações" como o Homem com Cara de Leão, Zip the “Pinhead” e a Dama Tatuada, com a ideia de receber dinheiro suficiente para a educação de seus filhos, mesmo à custa de muita humilhação.

(Fonte: American Philosophical Society)(Fonte: American Philosophical Society)

Em apenas dois anos de apresentações em Nova York, ela ganhou 20 mil libras — que convertidos para reais na cotação de hoje em dia seria o equivalente a R$ 8 milhões — ao atrair multidões para vê-la se apresentar. Na mesma época, Mary ganhou uma segunda oportunidade no amor quando conheceu o tratador de girafas Andrew, e decidiu iniciar tratamentos de beleza para tentar contornar sua condição e estereótipo.

Porém, sem se sentir bem em frente ao espelho, a britânica retornou ao trabalho em circos na pequena cidade de Coney Island, onde atuou até os 59 anos, quando morreu por problemas não tratados de sua condição.

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